sábado, 24 de novembro de 2018

“O Leitor” e a crítica da racionalização da irracionalidade

  ENSAIOS SOBRE CINEMA

wellenHENRIQUE WELLEN*

Via de regra, existe uma tendência de que o processo de adaptação de obras literárias para o cinema repercute em perda de qualidade artística. Seja na impossibilidade de exibição dos detalhes presentes nos livros, seja, especialmente, nas dificuldades em expor qualidades subjetivas dos personagens, os leitores costumam acusar alguma frustração quando se deparam com as transformações dos textos romanescos em filmes. Esse não é, todavia, o caso do filme O Leitor que, inspirado no livro homônimo de Bernard Schlink, tem muito mais a oferecer que a peça original. O filme dirigido por Stephen Daldry não somente consegue narrar melhor a história contida no livro, entrelaçando mais precisamente os tempos narrados, como é capaz de superar algumas das limitações de forma e conteúdo que travejam o texto de Schlink.
A narrativa, que se passa na Alemanha, e que se reparte em tempos históricos distintos, intenta, a partir do romance entre um jovem estudante e uma mulher adulta, suscitar reflexões sobre as relações sociais das gerações que vivenciaram e herdaram a época nazista. O tempo é medido pela exposição dos momentos de vida do personagem principal, Michael Berg, na sua juventude e nos momentos da vida adulta (respectivamente expressos nas boas atuações de David Kross e de Ralph Fiennes). O papel da sua amante, Hanna Schmitz, é estrelado de forma precisa e destacada por Kate Winslet, garantindo os momentos mais artísticos do filme.
O encontro dos dois personagens ocorre em 1955, na cidade de Neustadt, num momento de doença do jovem estudante, que é ajudado por Hanna. Depois de uma visita destinada ao agradecimento, os dois acabam se envolvendo sexualmente e, com o desenvolvimento da relação, passam a alternar os momentos de relação sexual com a leitura de obras literárias, lidas pelo estudante para a sua amante. Daí surge, portanto, o título do livro. Contudo, a relação dos dois, perpassada por qualidades de afetividade e de carinho (momentos mais expressivos no filme do que no livro), é quebrada quando Hanna desaparece misteriosamente. Os dois só voltam a se encontrar num segundo momento, em 1966, quando Berg, agora estudante de direito na universidade de Heildelberg, depara-se com Hanna no tribunal, sendo julgada por crimes ocorridos nos campos de concentração nazistas.
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A forma narrativa utilizada no livro se estabelece na primeira pessoa, descrevendo atos e fatos passados, dando o tom de uma confissão refletida de Michael Berg. Já o filme, utilizando-se da metanarrativa, consegue superar algumas incoerências narrativas presentes no livro. Tal recurso, além de auxiliar no desenvolvimento da história, facilitando a apreensão sobre os tempos distintos intercalados, também proporciona tons de credibilidade ao personagem principal, na sua tentativa de expurgo de uma culpa implícita. Isso porque, o filme, ao estender a esfera narrativa, fornece uma visão mais ampla das relações sociais, evitando o isolamento no subjetivismo.
Não obstante, o filme não consegue superar algumas limitações da obra original, reproduzindo cenas em que personagens e fatos aparecem pré-determinados e sem possibilidade de alteração, descritas de maneira naturalista. Por outro lado, mesmo que tal problema seja mais expressivo no livro, fica patente a intenção de criticar e superar as qualidades passivas dos personagens a partir de uma concepção antípoda. De um lado o naturalismo e de outro o subjetivismo idealista. Os personagens não são capazes de ultrapassar a passividade das suas vidas, mas são cobrados moralmente e subjetivamente por isso. Especialmente no caso do livro, ocorre a relação entre essas duas questões, pois, ao passo que centra esforços narrativos e dramáticos naquela, não aprofunda de forma necessária e criteriosa a análise social.
Tal fato poderia apresentar qualidades estéticas positivas, caso os personagens fossem sínteses dessas determinações e, a partir das suas condutas pessoais, expressassem mediações particulares desse movimento da totalidade social. No entanto, a história narrada, pecando pela ausência dessa relação social, não apenas hipertrofia a singularidade, como tece nuances que parecem inverossímeis. Tal processo se pluga numa concepção idealista e moralista do escritor, elegendo o mundo das ideias como causa motora dos atos humanos e, dessa forma, derrapa para um julgamento idealista e valorativo dos acontecimentos sociais. Às vezes esses dois movimentos se unem em tons naturalistas: ora situando o enredo (as lembranças do passado) como pré-determinadas e a crítica limitada apenas à contemplação dos fatos e, principalmente, apresentando a personagem principal – Hanna – como intelectualmente e cognitivamente e portadora de problemas psicológicos. Tal descrição se apresenta, portanto, ausente de verossimilhança.
Essa personagem não apresenta muitas qualidades tão reais pois, caso as suas limitações fossem tão elevadas, quais os atrativos que ela poderia exercer sobre o jovem e, inversamente, se ela fosse dominada pela angústia ou pela culpa, o desfecho seria diferente. Trata-se de uma mulher adulta, independente, fisicamente atrativa, mas muito ignorante, com pouca noção dos seus atos sociais. Mas, sendo assim, por que o seu isolamento? Por que a sua brutalidade a priori contra os outros? Se ela é realmente movida pela culpa, esses elementos se entronizariam no seu ser e se apresentariam em forma de contradições. O problema é que, principalmente no livro, essas contradições não são suficientemente apresentadas. O grande suposto desfecho, que representaria o principal enigma do livro, fica antecipadamente explicitado: a incapacidade de leitura de Hanna representa um ingrediente a mais na sua limitada personalidade e não, como desejaria o escritor, uma contradição ao seu ser.
Outro paradoxo existe  na construção do relacionamento do casal, uma vez que, mesmo sendo jovem, o menino – Michael – apresenta inquietações e reflexões mais amplas que Hanna e, pela aparência, a única medida da sua atração por ela ocorre pelo sexo. Mas seria possível a manutenção dessa relação apenas por esse motivo? Aqui o autor não exerce um determinismo biológico, tão presente nos livros naturalistas? A idade precoce dele explica em parte a permanência dessa relação, mas não serve para sustentar a narrativa. Além disso, o autor não expõe no livro outros motivos de admiração dele por ela (diferentemente do filme). Os carinhos que ele recebe ou se restringem ao teor sexual ou aparentam uma relação maternal. Por isso a ausência de admiração autêntica. Inclusive cogita-se que o jovem tenha também problemas psicológicos, o que fermenta ainda mais o grau de naturalismo.
Schlink tenta criar um clima de drama com expectativa sobre o futuro, mas sem sucesso, seja pela própria ausência de drama e suspense, seja, especialmente, pela superficial e introdutória construção dos personagens. Diferentemente, no filme, os fatos e as relações entre os personagens são esteticamente mais elaborados e humanamente melhor abordados, apresentando cenas delicadas e imagens que envolvem o expectador, ora apresentando o problema, ora insinuando as limitações da personagem central. A Hanna da tela é mais humana do que a do livro e isso, mesmo sem alcançar a intensidade almejada, ajuda a segurar a ação trágica e dramática. O filme apresenta uma relação amorosa mais delicada, em que Hanna não apenas instrui seu amante nos roteiros sexuais, como existe uma admiração por parte de Michael perante o comportamento sensível da parceira. Da mesma forma se apresentam nuances emotivas da personagem, quando essa escuta e se emociona com as histórias lidas pelo amante. Um exemplo dessas diferenças encontra-se na cena da igreja, dentro do passeio realizado pelo casal. Enquanto o livro tende a demonstrar um grau mais elevado de ignorância ou brutalidade em Hanna, o filme a apresenta com tons de humanismo, expondo suas sensações emotivas ao ouvir o coro das crianças. É nesse sentido que se justifica a ausência de uma cena do livro, a da agressão de Hanna em Berg que, não sendo incorporada, serviu para elevar a qualidade humana em detrimento de elementos naturalistas.
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A distância estética entre as duas obras diminui a partir da segunda parte, quando o livro passa por uma alteração dinâmica de forma e conteúdo. Nesse novo ambiente literário, em que se descrevem os meandros do mundo jurídico (campo profissional de Schlink), os detalhes exibidos passam a funcionar esteticamente na sua dupla atuação de reflexo: como descrição dos fatos da realidade e na exposição artística dessas determinações sobre os personagens. Ainda que os personagens não alcancem méritos artísticos capazes de sustentar sua plena verossimilhança, aqui eles estão mais humanizados e problematizados. Mostram-se e se escondem com base nas suas contradições humanas. Inclusive quando se apresentam covardemente e passivamente, essa condição está mediada pelas circunstancias sociais. É nesse momento que essas obras estéticas conduzem o leitor e/ou expectador a uma importante reflexão filosófica. O julgamento das guardas nazistas, dentre elas Hanna Schmitz, sobre a culpa em crimes cometidos durante o holocausto, constitui-se como ápice artístico e reflexivo de O Leitor. Nesse ambiente podem se observar três tipos de julgamentos e de culpas. Dois desses recaem diretamente sobre os personagens principais, enquanto o terceiro é mais amplo e de maior impacto atual.
Pelo desenvolvimento das cenas, fica clara não apenas a culpa de Hanna pela morte de prisioneiras judias, mas, em seguida, também a de Berg, culpado de omissão por não revelar a condição de analfabetismo da ré e que alteraria a sentença auferida. É a culpa que representa a tônica do filme, servindo como motor da história até o desfecho do filme quando, finalmente, Berg tenta realizar a sua purgação. O julgamento mais importante, contudo, é sobre a organização racional da irracionalidade, que se inicia com a reflexão sobre a vigência da lei. A lei pode ser retroativa ou não? Os guardas nazistas, que seguiam as leis da época, podem ser culpados?
A primeira indicação filosófica sobre esse julgamento é orientada pelo professor de direito (uma bela atuação de Bruno Ganz) – que acompanha os estudantes durante os processos nazistas. Ele afirma que “As sociedades pensam que funcionam através de conceitos morais, mas não. Elas funcionam através de algo que se chama lei. Ninguém é culpado de nada só porque trabalhou em Auschwitz”. “Para provar um homicídio tem que provar o dolo. Esta é a lei”. “A questão não é se foi errado, mas se foi dentro da lei. E não das leis atuais. Não, das leis da época”.
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Apesar da tentativa de apreensão social e histórica sobre esses fatos, no fundo se descai em uma análise idealista, utilizando alguns princípios morais deslocados do tempo e do espaço como parâmetros para análise. Utiliza-se de um imperativo categórico para analisar outro: a lei pela moral. Não se consegue, assim, encontrar fundamentos ontológicos que permitam superar uma concepção idealista. A questão se Hanna, que cumpriu ordens, pode ser condenada, deve ser antecipada por outra que analise e fundamente os princípios históricos da própria lei. E são, contraditoriamente, as afirmações de Hanna que indicam os elementos para essa análise.
Ao ser perguntada por que ela ingressou na SS, a resposta de Hanna é simples: “Eu soube que havia vagas” e, assim, foi trabalhar como guarda no campo de concentração de Auschwitz. Além disso, Hanna assume a participação na morte de prisioneiras, quando realizou seleção daquelas que seriam escolhidas para morrer: “éramos seis guardas e decidimos que cada uma escolheria dez pessoas. Era o que fazíamos”. E, ao ser perguntada pelo juiz se ela não havia percebido “que estava mandando essas mulheres para a morte?”, ela responde burocraticamente: “Sim, mas novas prisioneiras chegavam a toda hora e as antigas tinham que dar lugar às novas”. O diálogo se intensifica e o juiz a questiona: “Para arranjar espaço você escolhia as mulheres dizendo: ‘Você, você e você serão mandadas de volta para morrer”. Mais uma vez a resposta de Hanna é operacional: “O que o senhor teria feito?”.
A pergunta produziu dois impactos, pois não apenas demonstrava à limitação das reflexões da ré diante da ordem estabelecida e, por isso, representava, para ela, uma pergunta inédita, como acarretou implicações para o juiz que, não sabendo o que responder, balbuciou respostas transversais. Tal anátema se amplia para o público quando um episódio genocida é narrado pela sua sobrevivente. Durante uma noite, quando ocorria uma travessia de 300 prisioneiras, o local onde estas estavam abrigadas começou a pegar fogo e, sendo mantido trancado pelas seis guardas, produziu o trágico acontecimento genocida. Ao ser questionada sobre os motivos de não ter aberto as portas, Hanna responde: “É óbvio. Por um motivo óbvio. Não podíamos abrir”. “Éramos guardas. Nossa tarefa era vigiar as prisioneiras. Não podíamos deixa-las escapar”. “Se abríssemos as portas, seria o caos. Como restabeleceríamos a ordem?”.
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Essa é a grande reflexão colocada por O Leitor: a burocratização de práticas irracionais que, limitando-se ao cumprimento de ordens e padrões estabelecidos, serve para legitimar a mais absurda das ideologias. Pena que, aos poucos, o seu roteiro se encaminhe para uma naturalização e individualização do problema, ora apresentando a ré como portadora de patologia mental, consubstanciada de qualidades sádicas, ora como intelectualmente e cognitivamente incapaz de entender o que se passa em sua volta. Por isso que, conforme afirmamos, o suposto grande segredo do filme, de que Hanna era analfabeta serve, dentro desses termos, mais para fermentar essa postura escapista e idealista do escritor, do que para providenciar ingredientes de suspense para a trama.
E, dessa forma, não adentra na análise de elementos essenciais sobre os fatos acontecidos e, principalmente, sobre as possibilidades de transformar a irracionalidade em sistema racionalmente operacionalizado, estabelecida pela imediaticidade e pela manipulação das atividades práticas. Não tangencia para a questão sobre os limites da práxis imediata e manipulatória que, atendendo aos requisitos de uma organização racional pragmática, tende ao automatismo e ao imediatismo superficial e, dessa forma, impossibilita a reflexão entre meios e fins. Atendendo a uma organização racional autômata, descarta-se o vínculo entre os atos imediatos e as suas consequências futuras. Tais práticas, naturais em qualquer esfera da vida cotidiana, são dependentes da esfera moral que lhes fornece validação e, a depender do contexto social, essas se estabelecem sem reflexão sobre o real, tomando-se apenas pela sua aparência, com um circuito de adaptação e, portanto, de validação e legitimação do sistema vigente.
Nesse sentido, pode-se fazer outra pergunta, mais filosófica: é possível estabelecer uma organização racional de uma proposta de um sistema irracional? A lei positivista e instrumental pode servir para validar uma sociedade de exceção? Se o crime é – dentro dos cânones positivistas – um atentado à lei e essa, por sua vez, representa um fato social independente e superior, mesmo que oriundo de uma cristalização histórica de valores e regras morais, existe alguma impossibilidade dessas qualidades se vincularem ao irracionalismo? Como combater a maldição nazista com instrumentos de forma e conteúdo manipulatórios?
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Inversamente, a única forma real de combater o irracionalismo e a sua possibilidade de organização racional não é pela adoção da razão manipulatória, mas com base no humanismo e, assim, com base no pensamento dialético. Da mesma forma, se o objetivo é extinguir as possibilidades prenhas de estados de exceção social e de teor irracionais, como o nazismo, a única solução é a extrema democratização da vida social, em todos os seus expoentes, desde a participação política até a produção e distribuição da riqueza social. É por essa via que o humanismo torna-se capaz de superar os imperativos da propriedade privada, uma vez que, por mais distante ou nebuloso que possa aparecer para alguns ideólogos de plantão, no horizonte do sistema burguês, especialmente em momentos de crise (como a vivenciada atualmente), encontram-se presentes vários ingredientes da exceção social e do irracionalismo, tendo como sua protoforma a vigência da mercadoria como fonte de mediação entre as pessoas.
Se a medida das relações sociais se dá pela craveira monetária e a mercadoria aparece como a síntese da sociabilidade, como negar que a desigualdade econômica, amplificada pela ideologia consumista não derive na adversidade entre seres humanos e, assim, estabeleça círculos limitadores da vida humana? E, a partir desse ponto, como se evitar a construção irracional de tipologias humanas, criando insulamentos grupos sociais em diferentes guetos? Nessa medida de adversidade humana, com a negação do humanismo, as pessoas são adestradas ao mais cínico egocentrismo e, entre essa concepção de mundo e uma ideologia de aristocracia humana, em que algumas pessoas são apresentadas como os eleitos, a fronteira é muito tênue.
Muitas vezes as duas perspectivas se misturam, sendo uma catalizadora da outra. A liberdade de mercado sobrepujando a igualdade de possibilidades e acessos a objetivações sociais, ou seja, subordinando a liberdade dos seres humanos, é um elemento central nesse processo ressuscitador de monstros não tão adormecidos. O capitalismo não é apenas o pai do imperialismo mas, nas suas crises permanentes e distintas, encontra-se o germe da besta nazista. Esse embrião pode até ter sido, em momentos anteriores, um ente bastardo, mas hoje se apresenta bem próximo de ter a marca do seu DNA.
Todavia, ainda que avance bastante em relação ao livro de Schlink, o filme de Daldry não introduz o expectador nesse campo de reflexões. Sua narrativa aparece mais como uma revolta pessoal – fixada em valores morais – de alguns indivíduos contra a passividade de seus atos. É a partir desse lugar que se situam as críticas das práticas nazistas; menos pela estrutura que sustentou os delineamentos desse sistema social e mais pelo trato das pessoas como desprovidas de autonomia da vontade. Como se as pessoas, se não fossem desconhecedoras dessas práticas, ao menos não teriam coragem e capacidade de atentar contra o status quo. Uma crítica idealista contra uma análise naturalista.
Mesmo avançando no argumento individual, como um plano importante da exposição artística, o filme fica ausente de mediações profundas nas relações entre indivíduo e sociedade, elegendo os valores morais de maneira categórica e, contraditoriamente, exigindo dos sujeitos que não sigam as determinações históricas. Ausente da crítica aos fundamentos estruturais da sociedade, O Leitor admoesta a culpa a partir de concepções moralistas. Também por isso a sua construção artística não resiste a uma apreciação mais crítica. O reflexo realista encontra-se ofuscado, ficando na porta de entrada e, assim, nem a amplitude da culpa é efetivamente julgada, nem os personagens conseguem expurgar o peso das suas consciências.

o_leitor_capaFicha TécnicaTítulo: O Leitor
Título original: The Reader
País: EUA, Alemanha
Ano: 2009
Duração: 123 minutos
Direção:  Stephen Daldry





* HENRIQUE WELLEN é Professor da Escola de Serviço Social da UFRJ.
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