"Aristóteles, en griego antiguo Ἀριστοτέλης Aristotélēs (Estagira, Macedonia, 384 a. C. Calcis Eubea, Grecia, 322 a. C.), fue uno de los más influyentes filósofos de la antigüedad, de la historia de la filosofía occidental y considerado por muchos como el autor enciclopédico más portentoso en la historia de la humanidad.
Fue el formalizador de la lógica formal, economía, astronomía, precursor de la anatomía y la biología y un creador de la taxonomía (es considerado el padre de la zoología y la botánica). Está considerado Aristóteles (junto a Platón) como el determinante de gran parte del corpus de creencias del Pensamiento Occidental del hombre corriente (aquello que hoy denominamos "sentido común" del hombre occidental)."
Desde junho de 2011, quando Pedro Passos Coelho formou novo governo, que Francisco José Viegas é secretário de Estado da Cultura
Foto: Fábio André Silva / Arquivo JPN
Cultura: O que mudou realmente com a extinção do ministério?
Por Diogo Hoffbauer - jpn@icicom.up.pt
Com a chegada do novo governo, em junho de 2011, verificou-se a Cultura ficou por uma secretaria de Estado, decisão acompanhada de polémica. O ministro da Cultura da Grécia classificou a ausência deste ministério em Portugal como "uma loucura" e o JPN foi perceber o que realmente mudou com esta medida.
Pavlos Geroulanos, o ministro da Cultura da Grécia, afirmou na semana passada que a extinção do ministério congénere em Portugal é uma "loucura", por acreditar na sua importância simbólica e política.
Acabar com o ministério da Cultura foi uma das primeiras e mais polémicas decisões do atual governo. Na sequência de uma política de fusão de ministérios operada pelo atual executivo, a Cultura foi despromovida a secretaria de Estado, tutelada por Francisco José Viegas. A medida visava poupar ao Estado 2,6 milhões de euros, consequência direta da redução de 31% nas estruturas orgânicas, de 36% no número de dirigentes superiores e intermédios, e de 28% nos custos dos cargos dirigentes.
A reestruturação obrigou a várias mudanças no modelo organizacional da secretaria de Estado da Cultura (SEC). Foi criado o Agrupamento Complementar de Empresas (ACE), que tem como objetivo fazer a gestão de cinco entidades públicas empresariais: a Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema, a Companhia Nacional de Bailado (CNB), e os teatros nacionais de São Carlos, São João e D. Maria II. O surgimento deste organismo causou alguma polémica, pela possível perda de autonomia artística das entidades envolvidas, algo que Francisco José Viegas garantiu nunca vir a acontecer.
Outras mudanças estruturais foram registadas. O Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (IGESPAR), o Instituto dos Museus e da Conservação (IMC) e a Direção-Regional de Cultura de Lisboa e Vale do Tejo (DRCLVT) fundem-se agora num único organismo: a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC). Também a Direção-Geral do Livro e das Bibliotecas e a Direção Geral dos Arquivos desapareceram, dando origem à Direção-Geral do Livro, Arquivos e Bibliotecas (DGLAB).
"É uma mera mudança de designação"
Mário Cláudio, uma das principais figuras da literatura portuense, trabalhou durante muitos anos com o ministério da Cultura. Em declarações ao JPN, diz que não viu, "nem esperava ver", mudanças na atividade cultural nacional com aquilo que classifica como uma mera "mudança de designação." "O problema não está em ser ministério ou secretaria de Estado. O problema está na forma como as pessoas que podem fazer alguma coisa encaram as questões culturais. Quando o secretário de estado tem de pedir aos empresários para recuperar o património cultural, está tudo dito.", afirma o escritor.
Mário Cláudio fala da cultura como um problema que vai para além do domínio governamental, e fala de um "imobilismo cultural, agravado pela crise". "Há uma grande falta de atenção aos valores culturais, assim como problemas autárquicos. Quando as autarquias viram as costas à cultura, não há volta a dar".
O escritor António Mota, vencedor, entre outras distinções, do Prémio Calouste Gulbenkian de Literatura Infantil em 1990, afirma que, para já, nada mudou na cultura portuguesa com a extinção do ministério. Deixa, no entanto, críticas a esta medida, por considerar que a existência de um ministério da Cultura é "uma questão de identidade". "Não está em causa a pessoa que está à frente da secretaria de Estado, que é muito competente. O país é uma manta, que precisa de todos os retalhos, e a cultura é uma componente muito importante", diz.
António Mota acrescenta que o próprio jornalismo fica afetado com esta medida, e destaca o caráter eterno da atividade artística. "Já se sabe que há falta de dinheiro e a cultura fica para segundo plano. Mas, daqui a uns séculos, o que é que vai ficar deste tempo? Ficam os livros, ficam os filmes, fica a cultura.", remata o escritor.
Associações culturais confirmam que pouco ou nada mudou
Rui Alves Leitão, da Associação Cultural Fértil, diz não ter notado a mudança a nível financeiro directamente, já que a associação não é subsidiada, mas critica duramente a medida. "Fragiliza o trabalho que vem sendo feito há muito tempo. As pessoas vão começar a deixar de ter disponibilidade para pensar criativa e criticamente, que é um dos grandes objetivos da arte."
Luís Fernandes, da Associação Cultural D'Orfeu, diz que as atividades da associação não têm sido afetadas pelo encerramento do ministério da Cultura. "A nível macro faz toda a diferença ter ou não um ministério, mas a nossa relação com o organismo que nos coordena, a Direção-Geral das Artes, é exatamente a mesma. O que já há é cortes substanciais nos apoios estatais". Luís Fernandes prevê, no entanto, consequências graves para a atividade cultural em Portugal. "Passa a haver na cultura uma grande falta de presença institucional. As ideias da secretaria de Estado, por muito boas que sejam, deixam de ter espaço de manobra para ir avante", afirma o coordenador e gestor cultural da D'Orfeu.
A Associação Cultural Conflito Estético adota uma posição distinta da maioria face a esta polémica. Nesta associação, por esta trabalhar de forma independente, obtendo apoios através de parcerias, ainda não se fez notar a despromoção da Cultura. Ainda assim, Sara Évora Ferreira, presidente da Conflito Estético, afirma que a extinção do Ministério da Cultura "só contribui para os agentes culturais terem uma posição mais empreendedora". "Sinceramente achamos que podem aproveitar para ter mais autonomia, uma postura mais activa. Talvez os obrigue a alavancar os seus projetos, em vez de ficarem à espera de ajuda", afirma. Sara Évora Ferreira acrescenta ainda que espera que esta situação sirva para fomentar o trabalho em cooperação e a criatividade no panorama cultural português.
Para já, os cortes nos apoios financeiros têm sido a principal consequência direta da extinção do ministério da Cultura. A despromoção a secretaria de Estado ainda não teve muitas repercussões no meio artístico português. Prevê-se, no entanto, outro tipo de consequências a longo prazo, na forma como a sociedade e as instituições encaram a cultura em Portugal.
"Filosofía dominante de la edad media (Doctrina filosófica enseñada en las escuelas en la edad media muy influenciada por Aristóteles.
Origen y significado de la palabra nihilismo
Origen y significado de la palabra santo
Mención a Julio Cortázar
Origen y significado de la palabra vicario
Filosofía estoica
Manejo de la expresión dormir la mona
Origen y significado de la palabra punk
Mención del artista adolecente de James Joyce"
"Vídeo da Aula Espetáculo com Ariano Suassuna que aconteceu dia 30/4/2011 no teatro do SESC Vila Mariana e com transmissão AO VIVO pelo Portal SESCSP
Com uma escrita inspirada pelo simbolismo, pelo barroco e pela literatura de cordel, o romancista, poeta e dramaturgo Ariano Suassuna transforma o sertão no palco de questões humanas universais. O escritor foi o criador do Movimento Armorial, que tem como projeto a apropriação estética de todas as artes populares do Nordeste. Na apresentação Suassuna conversa com o público sobre as manifestações culturais que tem contribuído para a formação da identidade brasileira."
Em 2011 um comercial da Caixa Econômica Federal retratou o escritor Machado de Assis como um dos
mais antigos correntistas da empresa. O objetivo era comemorar os 150 anos da instituição, mas o resultado foi uma chuva de críticas de entidades ligadas às questões raciais. A peça trazia Machado, um afrodescendente, interpretado por um ator branco.
Por Tory Oliveira, em Carta Capital
Para o organizador da recém-lançada antologia de Literatura e Afrodescendência no Brasil, os autores negros continuam sendo ignorados / Foto: Washington Alves
Criticada pela Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República (Seppir), a Caixa prontamente tirou o vídeo do ar com um pedido de desculpas. Para o especialista em literatura afro-brasileira Eduardo de Assis Duarte, o caso foi apenas mais um no esforço histórico para apagar as raízes africanas do escritor. Lançada em 2011 e organizada por Duarte, a antologia Literatura e Afrodescendência no Brasil (Editora UFMG) reúne vida, obra e análise crítica de cem autores negros em 2 mil páginas e quatro volumes. O objetivo é ampliar a visibilidade e a reflexão a respeito dos escritores afro-brasileiros. Em entrevista concedida por telefone a Carta na Escola, o doutor em Literatura pela USP fala de novas leituras possíveis de autores consagrados, de preconceito e dos entraves ao ensino da literatura afro-brasileira nas escolas. Carta na Escola: Como o professor pode usar a antologia Literatura e Afrodescendência no Brasil para selecionar autores e ler com seus alunos? Eduardo de Assis Duarte: A antologia é fruto de uma pesquisa de dez anos, envolvendo 71 professores e pesquisadores vinculados a 21 universidades brasileiras e a seis universidades estrangeiras. Procuramos cobrir a produção dos afro-brasileiros em todas as regiões do País e, com isso, dar visibilidade a autores relegados, tanto por estarem distantes dos grandes centros - como por tratar da questão racial. Procuramos construir uma obra útil ao professor em diversos sentidos. Lá, ele encontra não apenas autores completamente esquecidos, como o poeta paulista negro Lino Guedes, como também autores clássicos, como Machado de Assis, que foram embranquecidos pelo sistema e apresentados como indivíduos alienados de sua condição étnico-racial e mesmo alheios aos problemas do seu tempo. CE: Como o senhor definiria a literatura afro-brasileira? Ela é caracterizada pelo autor ou pela temática? EAD: Pelos dois. Mas, isoladamente, nem o autor nem a temática são suficientes. Porque há, por exemplo, autores brancos que falam do negro a partir de uma -perspectiva dominante, europeia. E, muitas vezes, o negro é colocado como uma figura folclórica ou apenas como o tema. É preciso uma articulação entre autoria e temática e, subjacente a ambas, o ponto de vista identificado com a afrodescendência, ou seja, com a visão de mundo do negro. Quando você tem um ponto de vista afro identificado, isso interfere na linguagem, e a linguagem dessa literatura surge despida dos estereótipos e dos valores disseminados pelo o que a gente chama de “branquitude” hegemônica. Essa conjunção de autoria, temática, ponto de vista e linguagem – todos eles fundados no ser e no existir do negro – visa atingir um quinto elemento dessa construção cultural, que é a formação de um público receptor afrodescendente. Só a partir dessas cinco instâncias é possível falar de uma literatura afro-brasileira ou negra na plenitude do termo. CE: Alguns autores como Cruz e Sousa e Lima Barreto já são estudados nas aulas de Literatura, tratá-los como autores afro-brasileiros mudaria o modo como são estudados? EAD: Sem dúvida. Cruz e Sousa é apresentado aos estudantes como um “negro de alma branca”, um poeta alienado de sua condição ética e social. E, em geral, só são lidos seus primeiros textos, marcados pelas repetições de imagens caras ao simbolismo. Os poemas mais maduros, como O Emparedado, em que ele faz uma crítica muito forte ao racismo embutido na ciência e na filosofia da segunda metade do século 19, ficam de fora. Então, ver Cruz e Sousa como um autor negro dá abertura para a leitura desses textos mais políticos. A mesma coisa com Lima Barreto. Ele é apresentado como um romancista menor, uma espécie de cronista de subúrbio, ainda acusado de escrever mal. Com isso, fica de lado todo um trabalho de Lima Barreto com os afrodescendentes. Eu citaria, por exemplo, o preconceito racial que é transformado em drama literário por ele. Essa questão está presente em dois de seus romances esquecidos. O primeiro é Recordações do Escrivão Isaías Caminha e o outro é Clara dos Anjos, em que a questão da mulher afrodescendente é colocada de outra forma. Normalmente, a literatura brasileira hegemônica trata a mulata dentro daqueles estereótipos da mulata assanhada e sensual. Em Clara dos Anjos a coisa é diferente: você tem um caso de sedução de uma menina mulata por um branco, em que ela é abandonada. As relações inter-raciais são trabalhadas tanto em Lima Barreto quanto em Cruz e Sousa de maneira problemática e não como um aspecto folclórico, festivo, carnavalesco do País. CE: Recentemente, tivemos o caso do comercial da Caixa Econômica Federal que mostrava um Machado de Assis “embranquecido”. O que caracteriza Machado de Assis como um escritor afrodescendente? Existe esforço da crítica em minimizar esse fato? EAD: É um problema. Há um esforço histórico no Brasil de embranquecimento de Machado de Assis. Quando Machado morre em 1908, foram emitidos dois documentos. O primeiro é um atestado de óbito que afirma que ele é branco. Mas a máscara mortuária, tirada no mesmo dia, expressa com toda nitidez seus traços de afrodescendente. O episódio da Caixa Econômica é apenas mais um capítulo e deve-se destacar, inclusive, a pronta intervenção dos órgãos governamentais que, sensíveis às milhares de mensagens de protesto surgidas na internet, logo se desculparam e substituíram o comercial. Os romances machadianos recusam o panfletarismo e o imediatismo da luta política daquela época e adotam a “poética da dissimulação”, conjunto de procedimentos em que a ironia é apenas a ponta do iceberg. Muitas vezes, para falar do negro, Machado fala do branco. Um ponto curioso no projeto romanesco do escritor é que ele mata os senhores de escravos em quase todos os livros. Em Memorial de Aires, Machado mata o barão de Santa Pia logo após o fim da escravidão. O velho escravocrata não aguenta ver a festa dos negros celebrando a abolição e morre três semanas depois. O curioso é que a herdeira da fazenda distribui a terra entre os antigos escravos. É a primeira cena de reforma agrária do romance brasileiro. Ninguém comenta isso. Machado sempre foi contra a escravidão, mas havia um pudor imenso quanto à utilização do texto panfletário na literatura. Nas crônicas, que são muito pouco estudadas, ele é muito mais explícito. Mas ali ele estava protegido pelo pseudônimo. José Galante de Sousa, um dos maiores estudiosos da obra machadiana, anotou 23 pseudônimos em textos de Machado de Assis. CE: O escritor moçambicano Mia Couto, na Conferência Internacional de Literatura, em Estocolmo, declarou que “a África tem sido sujeita a sucessivos processos de essencialização e folclorização, e muito daquilo que se proclama como autenticamente africano resulta de invenções feitas fora do continente. Os escritores africanos sofreram durante décadas a chamada prova de autenticidade: pedia-se que seus textos traduzissem aquilo que se entendia como sua verdadeira etnicidade”. Em que medida tratar os autores por sua etnia não acaba reduzindo a apreciação de sua produção artística? EAD: Mia Couto está certo. Há uma idealização da África, mas acontece que essa queixa não se pode aplicar a qualquer outro continente ou país. Basta ver o caso brasileiro: nós habitamos um país “abençoado por Deus e bonito por natureza” e somos um país com uma espécie de “essência mestiça” que nos faz alegres, tolerantes, receptivos, sensuais etc. Quantos de nós não acreditamos piamente nisso? Muitos autores negros vão acabar idealizando uma “Mãe África” até como -forma de se contrapor a essa ideia de -paraíso tropical difundida aqui pelo pensamento hegemônico brasileiro. Quando nós falamos de literatura e afrodescendência, não estamos sendo benevolentes ou abrindo mão de abordagens críticas. Em toda produção cultural há obras boas e ruins. Se hoje muitos escritores fazem questão de se declarar negros e afirmar em seus textos os valores inerentes à essa condição, certamente eles têm razões históricas para isso. Não seria um gesto de legítima defesa? No dia em que o Brasil for uma sociedade multiétnica e verdadeiramente democrática, acho que não vai haver necessidade de cunhar essa vertente das nossas letras com o qualificativo de “negra” ou “afro-brasileira”. CE: A lei que determina a obrigatoriedade do ensino da história e da cultura afro-brasileira (n.º 10.639/2003) mudou a recepção desse tipo de literatura nas escolas? EAD: Ela tem mudado, mas muito lentamente. Na maioria das escolas, a lei só é lembrada em 13 de maio e 20 de novembro. Isso porque falta à maioria dos professores capacitação e mesmo repertório para tratar das questões com os alunos de forma adequada. Até hoje, os cursos voltados à formação docente ignoram solenemente a cultura e a literatura afro-brasileira. Mas sou otimista, acho que estamos indo em frente, no caminho certo. Nosso núcleo de pesquisas da UFMG recebe e-mails de professores do Brasil todo, empenhados em trabalhar esses conteúdos. CE: Quais são os entraves para o ensino efetivo da literatura afro-brasileira nas escolas? EAD: O principal entrave é o preconceito. Achar que essa literatura é coisa menor, sem relevância ou qualidade estética. Em seguida, outro entrave é a omissão que você vê nos manuais e nos livros didáticos, que ignoram em grande medida esse segmento da literatura brasileira. CE: Quais são os caminhos que o professor de Ensino Médio deve seguir para abordar o tema da literatura afro-brasileira nas salas de aulas? EAD: O primeiro caminho é ler os autores. Tenho certeza de que esses professores, quando lerem Solano Trindade, Carolina de Jesus, Joel Rufino dos Santos, Ney Lopes, Miriam Alves, Ana Maria Gonçalves, Oswaldo de Camargo e muitos outros, vão gostar e, se forem de fato educadores, vão querer levá-los para seus alunos. CE: Como o senhor avalia a atual situação da literatura negra no Brasil? Existe espaço para esses autores nas grandes editoras? EAD: É um espaço reduzido. Nos últimos 30 anos, houve um grande incremento dessa literatura, mas a partir de esquemas alternativos. Em São Paulo, você tem o grupo Quilombhoje, que publica desde 1978, em forma de produção cooperativada, os Cadernos Negros. Fora isso, há editoras pequenas focadas nessa produção. Aqui em Belo Horizonte, temos duas editoras: a Mazza, com mais de 25 anos, focada nessa temática, e, recentemente, a editora Nandyala. No Rio de Janeiro, há a editora Pallas, com mais de 500 títulos publicados. Em São Paulo, novamente, existe o Selo Negro, do grupo editorial Summus. Mas, quase semptre, as grandes editoras ignoram essa produção, pois estão preocupadas com autores canônicos e também com os best sellers. Fonte: Carta Capital
Além de grande estrutura física montada na Esplanada dos Ministérios, a 1ª Bienal Brasil do Livro e da Leitura, organizada pelo Governo do Distrito Federal, trará a Brasília escritores que nunca estiveram no país
Evelin Campos, da Agência Brasília
O foco da 1ª Bienal Brasil do Livro e da Leitura, que acontecerá de 14 a 23 de abril na Esplanada dos Ministérios, será a literatura contemporânea do Brasil, da América Latina e da África, com autores inéditos no país. Ao todo, serão mais de 50 escritores de todas as partes do mundo, discutindo, junto ao público, literatura e assuntos ligados a ideologias, filosofia, economia e contemporaneidade.
Esta é a primeira vez que a capital do país organiza um evento cultural dessa magnitude. A programação foi divulgada em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (14), pelas secretarias de Cultura e Educação do Distrito Federal, no auditório da Biblioteca Nacional. Com investimentos de R$ 10 milhões, a expectativa é que cerca de 500 mil pessoas circulem somente na área interna do evento, que vai comemorar, ainda, o aniversário de Brasília.
O homenageado da bienal será o nigeriano Wole Soyinka, vencedor do Prêmio Nobel de Literatura em 1986. O trabalho do escritor, que nunca foi traduzido no Brasil, será mostrado de forma inédita em Brasília, assim como as obras de outros artistas. “Escolhemos autores importantes, diferentes, e que precisam ser divulgados”, explicou o coordenador literário da bienal, Luiz Fernando Emediato.
Com acesso livre, a bienal promoverá o lançamento de livros, seminários, debates, palestras, encontros, oficinas, exibição de filmes, exposições, homenagens, shows musicais e apresentações teatrais. A abertura oficial será no dia 14 de abril, às 10h, quando haverá a entrega do Prêmio Brasília de Literatura, para o qual foram inscritos mais de 600 trabalhos entre biografias, contos, crônicas, literatura infantil e juvenil, poesias, romances e reportagens.
Entre as atrações está a Jornada Literária da América Hispânica, que trará ao país os argentinos Samanta Schweblin e Juan Gelman, além do nicaraguense Sérgio Ramírez e do chileno Antonio Skármeta. “Cada nome tem um peso específico e todos eles possuem grande importância na literatura contemporânea”, destacou o coordenador da Jornada, Eric Nepomuceno.
Diálogo – A bienal também abrirá espaço para a discussão em torno do Plano Nacional do Livro e da Leitura, dos ministérios da Educação e da Cultura e da Fundação Biblioteca Nacional. “Estamos recuperando o diálogo do DF com o governo federal, entrando em sintonia com o que está sendo feito no país. Atualmente a discussão sobre cultura é feita sob a perspectiva econômica, mas falta discutir a cultura como direito do cidadão. Essa é a alma do evento”, destacou o secretário de Cultura, Hamilton Pereira.
“Estamos abrindo espaços públicos para a cultura e queremos ampliar a participação popular nesses espaços, onde as pessoas poderão ter contato com autores, escritores, livros e artistas. Os educadores e estudantes farão a união entre teoria e prática, o que melhora a aprendizagem”, ressaltou o secretário de Educação, Denilson Bento da Costa.
A realização do evento faz parte das políticas públicas do GDF para garantir cultura, educação e cidadania à população. “A bienal é uma ação estratégica de implementação do Plano Distrital do Livro e da Leitura. Nosso desejo é que o evento tenha consequências para a população, por meio da consolidação de nossas bibliotecas públicas, por exemplo”, salientou a subsecretária de Políticas do Livro e da Leitura da Secretaria de Cultura, Ivanna Torres.
Infraestrutura – Em uma estrutura de 15 mil m² de área coberta, a Bienal terá quatro pavilhões e mais de 100 estandes de editoras e livrarias. Os quatro ambientes darão acesso a um espaço central batizado de Café Literário, onde serão realizados lançamentos, palestras e debates entre autores e leitores. Na parte exterior, um palco será destinado a shows de artistas consagrados da música brasileira, como Caetano Veloso, Oswaldo Montenegro, Nando Reis e Capital Inicial.
Duas arenas, uma infantil e uma juvenil, vão abrigar atividades voltadas especificamente para esses públicos. Dois auditórios receberão apresentações teatrais, seminários e debates. A estrutura foi apresentada pelo coordenador geral do evento, Nilson Rodrigues. “Escolhemos a Esplanada por ser um local de congregação de pessoas e pela proximidade ao Museu da República e à Biblioteca Nacional de Brasília”, disse o coordenador.
A programação da bienal, que ainda está passando por ajustes, está disponível no site da Secretaria de Cultura.
O professor, escritor, e atual secretário municipal da Cultura, Sergius Gonzaga, procurará, nesta quinta, 15/03, às 19h, em aula aberta, gratuita, na Casa das Ideias (Shopping Total, Alameda dos escritores, prédio 2, 4º andar), responder a esta complexa pergunta: O que você deve ler para conhecer a literatura latino-americana?
Trata-se de um conceito que, geralmente, refere-se à literatura produzida pelos países de língua hispânica, alijando do seu bojo escritores de língua portuguesa e francesa, problemática que, certamente, será debatida.
Durante a aula, Gonzaga falará sobre livros de autores como os argentinos Jorge Luis Borges e Julio Cortazar, o colombiano Gabriel Garcia Marques, o cubano Alejo Carpentier, os mexicanos Juan Rulfo e Carlos Fuentes, o peruano Mario Vargas Llosa, e o uruguaio Juan Carlos Onnetti.
Mario Vargas Llosa
Julio Cortazar
Gonzaga, que atualmente prepara uma tese de doutorado sobre Vargas Llosa, lembra que – antes do golpe que derrubou Isabelita Perón, em 1976 – o centro destas discussões sobre a literatura latino-americana era Buenos Aires, tendo como núcleo a revista Crisis.
Esta revista – que durou três anos, com quarenta números publicados – teve em sua direção editorial o romancista Ernesto Sábato, e Eduardo Galeano como coordenador de jornalismo. Galeano cujo livro As veias abertas da América Latina serviu de modelo a toda uma geração que enveredou em busca de informações sobre a formação dos povos ibero-americanos.
Eduardo Galeano
Também foi um período em que esteve em voga à escola literária conhecida como Realismo mágico, cujo estilo o romance Cem anos de solidão, de Garcia Marques, é considerado uma das obras mais representativas. Numa época de regimes militares e forte censura, o realismo mágico, utilizando a fantasia como metáfora, era uma forma de resistência e veiculação de ideias que não poderiam ser articuladas de maneira explícita.
Gabriel Garcia Marquez
Mais do que uma visita ao passado – já que a maioria dos escritores enfocados ou morreram ou perderam seu vigor criativo – Gonzaga pretende incitar, principalmente entre o público jovem, a curiosidade e a busca de conhecimento através de obras pontuais como, por exemplo: Aleph e Ficções, de Borges; O chão em chamas e Pedro Páramo, de Juan Rulfo; Cem anos de solidão ou Crônica de uma morte anunciada, de Garcia Marques; ou A cidade e os cachorros e A guerra do fim do mundo, de Vargas Llosa.
Este último escritor – quando esteve em Porto Alegre, em outubro de 2010, após ganhar o prêmio Nobel, participando do evento Fronteiras do Pensamento – salientou em sua conferência que a cultura, ao contrário da ciência, não se fundamenta pela noção de progresso, onde o novo aniquila o velho. Dessa forma, Miguel de Cervantes é tão atual quanto Borges.
Enfim, é tempo, segundo Gonzaga, de voltar a percorrer os caminhos de nuestra América, termo que, entre os anos 60 e 70 do século passado, agregava cultura, luta, resistência, revolução e, também, boa literatura.
Amantes da literatura e da música terão muitos motivos para comemorar o mês de março. É que, no período de 21 a 28 do mês, será realizada a 22ª edição da Semana Teixeira e Sousa em Cabo Frio, evento comemorativo pelo bicentenário de Antônio Gonçalves Teixeira e Sousa (1812-1861), primeiro romancista brasileiro. O motivo de tanta alegria é a presença de grandes nomes do cenário literário e musical brasileiro em palestras e debates gratuitos no prédio histórico da Casa de Cultura José de Dome (Charitas). Na lista de palestrantes estão nomes como Nelson Motta e Affonso Romano de Sant’Anna, além do antropólogo Roberto da Matta, do jornalista João Máximo e do escritor e compositor Abel Silva.
A série de palestras tem início no dia 21, data em que se comemora o Dia Internacional da Eliminação da Discriminação Racial. A partir das 17h acontece o “Seminário Afro-descendente e Literatura no Brasil”, com a palestra de Carlos Alberto Medeiros, que falará sobre Abdias Nascimento. Bacharel em Comunicação e Editoração pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e Mestre em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade Federal Fluminense, Carlos Alberto Medeiros já ocupou importantes cargos nos cenários municipal (Prefeitura do Rio de Janeiro), nacional e estadual, na área de promoção racial. Sobre o tema de sua palestra, pode falar com maestria, pois foi assessor do Senador Abdias Nascimento.
Nascimento, entretanto, figura na história nacional como o primeiro deputado federal afro-descendente a dedicar o seu mandato à luta contra o racismo e dar sequência a ela na época em que se tornou Senador da República (1991-1996 a 1999). Recebeu vários prêmios, entre eles o “10 years of Freedom South Africa – 1994-2004”, do Governo da África do Sul, além de ter concorrido ao Nobel da Paz em 2010. Abdias Nascimento faleceu em 2011, aos 97 anos.
Também no dia 21, às 20h, a Doutora em Teoria e História Literária Hebe Cristina da Silva lança o livro “Teixeira e Sousa entre seus Contemporâneos” e ministra palestra. Na quinta-feira, às 20h, é a vez de Nelson Motta falar sobre um dos seus grandes sucessos literários: “Tim Maia”. O livro, lançado em 2007, virou musical e é sucesso de público e crítica. Motta é jornalista, compositor, escritor, roteirista e produtor musical. Entre suas publicações está o best-seller Noites Tropicais, que vendeu mais de 75 mil cópias. Já ministrou mais de cem palestras no Brasil e no exterior, com destaque para as realizadas em Harvard (na School of Brazilian Studies), em Madrid (na Casa de España) e em Oxford (Inglaterra), no Center for Brazilian Studies.
No dia 23, Roberto da Matta questiona: “O que faz o Brasil, Brasil?”, palestra que será realizada também às 20h. Antropólogo e autor de diversas teses sobre comportamento e cultura brasileira – já se dedicou a escrever sobre o carnaval, manifestações religiosas, costumes, esportes, entre outros temas -, seu último trabalho é o livro “Fé em Deus e Pé na Tábua: como e porque você enlouquece dirigindo no Brasil”, de 2010, que trata sobre mortes no trânsito e o mau comportamento dos brasileiros na direção. Além de sua obra em livro, Da Matta tem centenas de artigos e ensaios em revistas científicas e coletâneas, bem como verbetes em dicionários e enciclopédias, no Brasil e no exterior.
Na segunda-feira, dia 26, Affonso Romano de Sant’Anna vai contar um pouco de sua trajetória na poesia e engajamento político na palestra “Que País é Esse? – Uma Resposta em Progresso”, às 20h. Mineiro, nascido em 1937, formado em Letras e um dos maiores poetas brasileiros contemporâneos, fez parte dos movimentos que transformaram a poesia brasileira e de movimentos políticos e sociais que marcaram o país. Proferiu conferências em diversos países, como: México, Dinamarca, Chile, Canadá, Argentina, Portugal, Estados Unidos e Espanha e foi agraciado com vários prêmios literários. É colunista do caderno Prosa e Verso do jornal O Globo.
Na terça-feira, é a vez de o cabofriense Abel Silva falar sobre “A poesia na MPB”, às 20h. Compositor e escritor, ele compôs músicas em parceria com grandes nomes do cenário nacional, como Fagner, Dominguinhos, João Bosco, Moraes Moreira e Roberto Menescal. Suas canções foram gravadas por Elis Regina, Gal Costa, Simone, Zizi Possi, Nélson Gonçalves entre outros.
Encerrando a série de palestras, o jornalista João Máximo ministra “Noel Rosa x Wilson Batista: a verdadeira história de uma briga em tempo de samba”, na quarta-feira, dia 28, também às 20h. O tema é bastante conhecido pelo autor que, por formação, é dentista, mas acabou se apaixonando pelo jornalismo, escreveu livros sobre o futebol e as Copas do Mundo que cobriu e ganhou destaque com a biografia sobre Noel Rosa, grande sucesso como escritor, em parceria com Carlos Didier.
Serviço- Casa de Cultura José de Dome (Charitas). Endereço: Avenida Assunção, nº 855, Centro, Cabo Frio. Tel.: (22) 2643-2784.
Estudou língua e literatura russa na Universidade Lomonóssov, em Moscou, e foi professor de teoria da literatura na UERJ e de língua e literatura russa na USP. Leciona atualmente na Universidade Federal Fluminense. Já verteu diretamente do russo mais de quarenta obras nos campos da filosofia, psicologia, teoria literária e ficção, destacando-se suas premiadas traduções de Crime e castigo, O idiota, Os demônios e Os irmãos Karamázov, de Dostoiévski"
Senhor
Que eu não fique nunca
Como esse velho inglês
Aí do lado
Que dorme numa cadeira
À espera de visitas que não vêm
(Primeiro caderno do aluno de poesia)
Em 11 de janeiro de 1890 nasce em São Paulo José Oswald de Sousa Andrade, filho único de José Oswald Nogueira de Andrade e Inês Henriqueta Inglês de Sousa Andrade.
Inicia seus estudos, em 1900, na Escola Modelo Caetano de Campos, ainda marcado pelo fato de haver presenciado a mudança do século.
Em 1901, vai para o Ginásio Nossa Senhora do Carmo. Tem como colega Pedro Rodrigues de Almeida, o “João de Barros” do”Perfeito Cozinheiro das Almas desse mundo...”.
Em 1903, transfere-se para o Colégio São Bento. Lá tem como colega o futuro poeta modernista Guilherme de Almeida.
Em 1905, com o São Paulo em ebulição — surge o bonde elétrico, o rádio, a propaganda, o cinema — participa da roda literária de Indalécio Aguiar da qual faz parte o poeta Ricardo Gonçalves.
Em 1908, conclui os estudos no Colégio São Bento com o diploma de Bacharel em Humanidades.
De família abastada, Oswald, em 1909 inicia sua vida no jornalismo como redator e crítico teatral do “Diário Popular”, assinando a coluna "Teatro e Salões". Ingressa na Faculdade de Direito.
Em 1910, monta um atelier com o pintor Oswaldo Pinheiro, no Vale do Anhangabaú. Conhece o Rio de Janeiro, e fica hospedado na residência de seu tio, o escritor Inglês de Souza. Passa o primeiro Natal longe da família em Santos, numa hospedaria de carroceiros das docas.
No ano seguinte, com a ajuda financeira de sua mãe, funda “O Pirralho”, cujo primeiro número é lançado em 12 de agosto, tendo como colaboradores Amadeu Amaral, Voltolino, Alexandre Marcondes, Cornélio Pires e outros. Conhece o poeta Emílio de Meneses, de quem se torna amigo. Lança a campanha civilista em torno de Ruy Barbosa. Passa uma temporada em Baependi, Minas, nas terras da família de seu avô.
Em 1912, viaja à Europa. Visita vários países: Itália, Alemanha, Bélgica, Inglaterra, França, Espanha. Conhece durante a viagem a jovem dançarina Carmen Lydia, (Helena Carmen Hosbale) que Oswald batiza em Milão. Morre em São Paulo sua mãe, no dia 6 de setembro. Retorna ao Brasil, trazendo a estudante francesa Kamiá (Henriette Denise Boufflers). Reassume sua atividade de redator de “O Pirralho”, onde publica crônicas em português macarrônico com o pseudônimo de Annibale Scipione.
No ano seguinte, participa das reuniões da Vila Kirial e conhece o artista plástico Lasar Segall. Escreve “A recusa”, drama em três atos.
Nasce o seu filho, José Oswald Antônio de Andrade (Nonê), com Kamiá, em 1914. Torna-se Bacharel em Ciências e Letras pelo Colégio São. Bento, onde foi aluno do abade Sentroul. Cursa Filosofia no Mosteiro de São Bento.
Em 1915, participa do almoço em homenagem a Olavo Bilac, promovido pelos estudantes da Faculdade de Direito. Torna-se membro da Sociedade Brasileira dos Homens de Letras, fundada em São Paulo por Bilac. Chega ao Brasil a dançarina Carmen Lydia, com quem mantém um barulhento namoro. Faz viagens constantes de trem ao Rio a negócio ou para acompanhar Carmen Lydia.
No ano seguinte, publica em “A Cigarra” o primeiro capítulo — e, depois, lança, com Guilherme de Almeida, as peças teatrais “Theatre Brésilien — Mon Coeur Balance” e “Leur Âme”, pela Typographie Asbahr. Faz a leitura das peças em vários salões literários de São Paulo, na Sociedade Brasileira de Homens de Letras, no Rio de Janeiro e na redação “A Cigarra”. Publica trechos de “Memórias Sentimentais de João Miramar” na “A Cigarra” e na “A Vida Moderna”. Sofre de artritismo. A atriz Suzanne Després recita no Municipal trechos de “Leur Âme”. Passa a colaborar regularmente em “A Vida Moderna”, que publica em 24 de maio, cenas de “Leur Âme”. Volta a estudar Direito, cujo curso havia interrompido em 1912. Recebe o convite de Valente de Andrade para fazer parte do “Jornal do Comércio”, edição de São Paulo e em 1º de novembro começa seu trabalho como redator. Redator social de “O Jornal”. Passa temporada com a família em Lambari (MG). Veraneia em São Vicente (SP). Vai regularmente a Santos, em companhia de Carmen Lydia. Continua a viajar intermitentemente ao Rio. Naquela cidade freqüenta a roda literária de Emílio de Meneses, João do Rio, Alberto de Oliveira, Eloi Pontes, Olegário Mariano, Luis Edmundo, Olavo Bilac, Oscar Lopes e outros. Passa temporada em Aparecida do Norte. Está escrevendo o drama “O Filho do Sonho”.
Em 1917, conhece Mário de Andrade. Defende a pintora Anita Malfatti das críticas violentas feitas por Monteiro Lobato ("A exposição de Anita Malfatti", no “Jornal do Comércio”, São Paulo, 11/01/1918). Participa do primeiro grupo modernista com Mário de Andrade, Guilherme de Almeida, Ribeiro Couto e Di Cavalcanti. De 1917 a 1922 escreve regularmente no “Jornal do Comércio”.
Trabalha em “A Gazeta”, em 1918. Começa a compor “O perfeito cozinheiro das almas desse mundo...”, diário coletivo escrito em colaboração com Maria de Lourdes Castro Dolzani de Andrade (Miss Cyclone), Guilherme de Almeida, Monteiro Lobato, Leo Vaz, Pedro Rodrigues de Almeida, Inácio Pereira da Costa, Edmundo Amaral e outros. Fecha a revista “O Pirralho”.
Em 1919 é o orador do “Centro Acadêmico XI de Agosto” da Faculdade de Direito. Pronuncia a palestra "Árvore da Liberdade". Bacharel em Direito, é escolhido orador da turma. Morre seu pai, em fevereiro. Casa-se, “in extremis”, com Maria de Lourdes Castro Dolzani de Andrade (Miss Cyclone). Publica no jornal dos estudantes da Faculdade de Direito, “XI de Agosto”, três capítulos de “Memórias Sentimentais de João Miramar”.
No ano seguinte edita “Papel e Tinta”, assinando com Menotti del Picchia o editorial e escrevendo regularmente para o periódico. Descobre o escultor Brecheret. Escreve em “A Raposa” artigo elogiando Brecheret com texto ilustrado com fotos de trabalhos do artista.
1921 – Em julho, publica artigo sobre o poeta Alphonsus de Guimarães, ressaltando a forma de expressão, no seu entender, precursora da linguagem modernista. (“Jornal do Comércio” (SP), 07/1921). Faz a saudação a Menotti del Picchia no banquete oferecido para políticos e poetas no Trianon. Revela Mário de Andrade poeta, em polêmico artigo "O meu poeta futurista". Principia a colaboração do “Correio Paulistano” até 1924. Participa da caravana de jovens escritores paulistas ao Rio de Janeiro, a fim de fazer propaganda do Modernismo. Torna-se o líder dessa campanha preparatória para a Semana de Arte Moderna. Toma aula de boxe com o antigo pugilista suíço Delaunay.
Em 1922, participa da Semana de Arte Moderna no Teatro Municipal de São Paulo. Faz conferência, em 18 de setembro, comemorativa ao centenário da Bandeira Nacional. É um dos participantes do grupo da revista “Klaxon”, onde colabora. Integra o grupo dos cinco com Mário de Andrade, Anita Malfatti, Tarsila do Amaral e Menotti del Picchia. É escolhido como orador do banquete oferecido em homenagem ao escritor português Antonio Ferro, por ocasião de sua visita ao Brasil, no Automóvel Clube do Brasil (São Paulo). Publica “Os Condenados”, com capa de Anita Malfatti, primeiro romance de “A trilogia do exílio”. Viaja a negócios ao Rio. Em dezembro embarca para a Europa. Começa sua amizade com Tarsila.
No ano seguinte, ganha na justiça a custódia do seu filho Nonê. Faz viagem a Portugal e Espanha, com passagem pelo Senegal, acompanhado de Tarsila. Matricula seu filho no Licée Jaccard em Lausanne, Suiça. Reside em Paris até agosto, no atelier de Tarsila. No dia 23 abril, participa do almoço oferecido pelo embaixador na França a intelectuais franceses. Em 11 de maio pronuncia a Conferência “L'effort intellectuel du Brésil contemporain”, na Universidade de Sorbonne. No dia 28 de maio, conhece o poeta Blaise Cendrars. Em agosto, goza as férias de verão com Tarsila na Itália, em Veneza. Assiste entusiasmado o bailado negro de Blaise Cendrars, com música de Darius Milhaud e cenários de Fernand Léger, apresentado pelo Ballets Suédois, no Teatro dos Champs-Elyseés. Visita a exposição de Arte Negra, no Museu de Artes Decorativas. Reescreve “João Miramar”. Em julho, faz conferência em Lisboa. Em Paris, de volta ao Brasil, é homenageado com um banquete pela Sociedade Amis des Lettres Françaises, sendo saudado pela presidente do grupo Mme.Rachilde. Retorna ao Brasil no final do ano.
Em 1924, no dia 18 de março publica no “Correio da Manhã” o “Manifesto da Poesia Pau Brasil”. Toma parte na excursão ao carnaval do Rio de Janeiro e à Minas com outros intelectuais brasileiros e do poeta Blaise Cendrars, chamada de “Caravana Modernista”. Em Minas Gerais, recebidos por Aníbal Machado, Pedro Nava e Carlos Drummond de Andrade, excursionam pelas cidades históricas. No “Correio Paulistano”, publica o artigo “Blaise Cendrars — Um mestre da sensibilidade contemporânea". Participa do V Ciclo de Conferência da Vila Kyrial falando sobre "os ambientes intelectuais da França". Publica “Memórias Sentimentais de João Miramar”, com capa de Tarsila. Faz uma leitura do “Serafim Ponte Grande”, em casa de Paulo Prado para uma platéia de amigos modernistas. Viaja à Europa. Em 20 de novembro faz viagem à Espanha (Medina e Salamanca), de passagem para Suíça. Monta com Tarsila um novo apartamento em Paris, conservando este endereço até 1929. Passa o Natal com Tarsila na casa de campo do poeta Blaise Cendrars em Tremblay-sur-Mauldre.
Visita seu filho na Suíça, em março de 1925. Em fevereiro e março faz curso de inglês na Berlitz School, em Paris. Assiste ao festival Satie, em Paris. Em maio, viaja ao Brasil. Participa do jantar na Vila Fortunata (casa de René Thiollier) em homenagem a D.Olivia Guedes Penteado. Volta à Europa, passando em Lisboa. Em julho vai a Deauville para alguns dias de férias. Publica em Paris pela editora Au Sans Pareil o livro de poemas “Pau Brasil”. Em agosto retorna ao Brasil. Candidata-se à Academia Brasileira de Letras. Oficializa o noivado com Tarsila do Amaral. Faz nova viagem à Europa. Com Tarsila, passa novamente o final do ano em Le Tremblay-sur- Mauldre, residência de campo de Cendrars.
Em janeiro e fevereiro do ano seguinte viaja ao Oriente, em companhia de Tarsila, de seu filho, de Dulce (filha de Tarsila), do escritor Cláudio de Souza, do governador de São Paulo Altino Arantes. Visita cidades da Grécia, Turquia, Israel e Egito. Em 05 de maio é recebido com outros brasileiros em audiência pelo papa, a fim de tentarem a anulação do casamento de Tarsila. Permanece em Paris, com Tarsila, ajudando-a nos preparativos para a exposição na Galérie Percier. Chega ao Brasil em 16 de agosto. Casa-se com Tarsila do Amaral, em 30 de outubro, em cerimônia paraninfada pelo Presidente Washington Luis. Publica na “Revista do Brasil” o prefácio de “Serafim Ponte Grande”,primeira versão, "Objeto e fim da presente obra". Divulga em “Terra Roxa e Outras Terras” a "Carta Oceânica", prefácio ao livro “Pathé Baby” de Antônio de Alcântara Machado e um trecho do “Serafim Ponte Grande”. Viaja a Cataguazes (MG), mantém contato com o Grupo da Verde.
Publica, em 1927, “A Estrela de Absinto”, segundo romance de “A trilogia do exílio”, pela Editora Helios com capa de Brecheret. Publica “Primeiro Caderno de Poesia do Aluno Oswald de Andrade”, ilustrado pelo autor, com capa de Tarsila. Começa no “Jornal do Comércio” a coluna "Feira das Quintas". Participa do jantar literário em homenagem a Paulo Prado, em abril na Vila Fortunata. Permanece uma temporada, de junho até agosto, em Paris para a exposição de Tarsila, voltando ao Brasil faz escala na Bahia. Abre escritório comercial na Praça do Patriarca. 20. Disputa o prêmio romance, patrocinado pela Academia Brasileira de Letras, com “A Estrela de Absinto”, que obteve menção honrosa. Publica trechos de “Serafim Ponte Grande” na revista “Verde”.
Em 1928, lê o “Manifesto Antropófago” para amigos na casa de Mário de Andrade. Publica o “Manifesto Antropófago” na “Revista de Antropofagia”, que ajuda a fundar, com os amigos Raul Bopp e Antônio de Alcântara Machado. Viaja à Bahia. Viaja à Europa, regressando no mesmo ano, com passagem por Lisboa. Fica em Paris nos meses de junho e julho para a 3ª exposição de Tarsila.
No ano seguinte, volta ao Rio para a exposição de Tarsila, com Anita Malfatti, Waldemar Belisário, Patricia Galvão. Está em Paris em julho. Entra em contato com Benjamin Péret que mora no Brasil até 1931. Hospeda na sua fazenda — Santa Tereza do Alto — o filósofo alemão Hermann Keyserling e a dançarina Josephine Baker. É expulso do Congresso de Lavradores, realizado no Cinema República (SP) por propor um acordo com o trabalhador do campo. Separa-se de Tarsila do Amaral. Rompe com Mário de Andrade e Paulo Prado. Viaja à Bahia com Pagú.
No dia 1º de abril de 1930 casa-se com Patricia Galvão (Pagu) numa cerimônia pouco convencional. O acontecimento foi simbólico, realizado no Cemitério da Consolação, em São Paulo. Mais tarde, se retrataram na igreja. Escreve "A casa e a língua", em defesa da arquitetura de Warchavchik. Nasce seu filho Rudá Poronominare Galvão de Andrade com a escritora Patrícia Galvão (Pagú). É preso pela polícia do Rio de Janeiro, por ameaçar o antigo amigo, poeta Olegário Mariano.
Em 1931, escreve “O mundo político”.Tem um encontro com Luis Carlos Prestes em Montevidéu, que muda o rumo político do escritor Oswald. Começa a escrever ensaios políticos, geralmente sobre a situação e os problemas do operário. Funda com Queiroz Lima e Pagú “O Homem do Povo”. Publica o “Manifesto Ordem e Progresso”. Engaja-se no Partido Comunista.
No ano seguinte, redige o prefácio definitivo de “Serafim Ponte Grande”.
Em 1933, pronuncia conferência — “O Vosso Sindicato” — no sindicato dos padeiros de São Paulo. Publica “Serafim Ponte Grande”. Patrocina a publicação de “Parque Industrial”, romance de Pagú.
No ano seguinte, deixa Pagú e une-se à pianista Pilar Ferrer. Publica “A Escada Vermelha”, terceiro romance de “A trilogia do exílio”, e “O Homem e o Cavalo”, com capa de seu filho, Oswald de Andrade Filho. Lê cenas da peça “O Homem e o Cavalo” no Teatro de Experiência de Flávio de Carvalho. Programada a apresentação dessa peça, o teatro, é interditado pela polícia. No dia 24 de dezembro, assina contrato ante-nupcial em regime de separação de bens com Julieta Bárbara Guerrini.
Em 1935, compra uma serraria. Com sua mulher Julieta, acompanha C. Levis-Strauss em excursão até Foz do Iguaçu. Escreve sátira política para “A Platéia”. Faz parte do movimento artístico cultural “Quarteirão”. Está fichado na polícia civil do Ministério da Justiça, sob o nº 70, como subversivo.
No ano seguinte, publica na revista “XI de agosto”, "Página de Natal" do Marco Zero. Conclui o poema “O Santeiro do Mangue”, 1ª versão, dedicado criticamente a Jorge de Lima e Murilo Mendes. Empenha um cordão de ouro na casa Leão da Silva Ltda. Em dezembro casa-se com a escritora Julieta Bárbara Guerrini, tendo como padrinho o jornalista Casper Líbero, o pintor Portinari e uma irmã da noiva, Clotilde. Passa a residir no Rio de Janeiro, na Av. Atlântica e em São Paulo na Rua Júlio de Mesquita.
Escreve “O país da sobremesa”, em 1937. É feita uma tentativa de encenação da peça “O Rei da Vela” pela Companhia de Álvaro Moreyra. Atua na Frente Negra Brasileira. Escreve na revista “Problemas” (São Paulo). Publica “A Morta” e “O Rei da Vela”. No Rio de Janeiro, a edição de “Serafim Ponte Grande” é dada como esgotada.
Em 1938, publica o trecho "A vocação" da série “Marco Zero: IV”, “A presença do Mar”. Está ligado ao Sindicato de Jornalista de São Paulo, matrícula nº 179. Redige “Análise de dois tipos de ficção”.
No dia 16 de fevereiro de 1939, Oswald ingressa no Pen Club do Brasil. Em agosto viaja à Europa, com sua mulher Julieta, para participar do Congresso do Pen Club, em Estocolmo, que não se realizou por causa da guerra. Retorna pelo navio cargueiro Angola. Publica no jornal “Meio Dia” as colunas "Banho de Sol" e "De literatura". É o representante do jornal “Meio Dia” em São Paulo. Escreve para o “Jornal da Manhã” (SP) uma série de reportagens sobre personalidades importantes da vida política, econômica e social de São Paulo. Passa uma temporada em Águas de São Pedro, perto de Piracicaba (SP), em tratamento de saúde.
Escreve “O lar do operário”. Candidata-se à Academia Brasileira de Letras pela segunda vez, enviando uma carta aberta aos imortais, em 1940.
Em 1941, monta um escritório de imóveis na rua Marconi, com Nonê, o filho mais velho.
No ano de 1942, expõe trabalhos de pintura na Sala dos Intelectuais, no VII Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos de São Paulo. Publica “Cântico dos Cânticos para Flauta e Violão”, dedicado à sua futura mulher, Maria Antonieta d’Alkmin. Lança, em 2ª edição pela Globo, “Os Condenados”, com capa de Koetz.
Publica “Marco Zero: I A revolução melancólica”, pela José Olympio, capa de Santa Rosa. Começa a publicar no “Diário de S.Paulo” a coluna "Feira das Sextas". Casa-se com Maria Antonieta d'Alkmin, em 1943.
Em 1944, pronuncia na Faculdade de Direito a conferência "Fazedores da América", publicada no “Diário de S.Paulo” em 31/10/1944. Inicia a série “Telefonema”, publicada no “Correio da Manhã”, até 1954. Viaja a Belo Horizonte, com uma caravana de intelectuais e faz uma conferência na Exposição de Arte Moderna, organizada pelo Prefeito Juscelino Kubstichek.
No ano seguinte escreve "O sentido da nacionalidade no Caramuru e no Uruguai". Publica "A Arcádia e a inconfidência", tese apresentada à cadeira de literatura brasileira da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo, na qual o biografado é livre-docente.em Literatura Brasileira. Nasce sua filha Antonieta Marília. Reúne no volume “Ponta de Lança” artigos esparsos. Publica "A sátira na poesia brasileira", conferência pronunciada na Biblioteca Pública Municipal de São Paulo. Participa do Congresso de Escritores em São Paulo. Publica “Poesias Reunidas - Oswald de Andrade”, editora. Gazeta e “Marco Zero: II — Chão”, pela José Olympio. Faz a saudação a Pablo Neruda em visita ao Brasil. Inicia a organização da Ala Progressista Brasileira, programa de conciliação nacional. Lança um manifesto ao "Povo de São Paulo, Trabalhadores de São Paulo. Homens livres de São Paulo". Escreve o "Canto do Pracinha só". Rompe com o Partido Comunista do Brasil e Luis Carlos Prestes, seu secretário geral. Publica na “Gazeta de Limeira”, conferência pronunciada em Piracicaba intitulada "A lição da inconfidência".
Em 1946, publica “O Escaravelho de Ouro” (poesia). Assina contrato com o governo de São Paulo para a realização da obra "O que fizemos em 25 anos", espécie de levantamento da vida nacional, em todos os setores da atividade técnica e social à literária e artística. Profere conferência sob o título "Informe sobre o modernismo". Apresenta o escritor norte-americano Samuel Putnam, em visita ao Brasil, na Escola de Sociologia e Política (São Paulo). Participa em Limeira (SP) do Congresso de Escritores.
Candidata-se a delegado regional da Associação Brasileira de Escritores e perde a eleição. Envia bilhete-aberto ao Presidente da Seção Estadual, escritor Sérgio Buarque de Holanda, protestando e desligando-se da Associação, em 1947.
Em 1948, pronuncia em Bauru a conferência "O sentido do interior". Nasce seu filho Paulo Marcos.
Publica na revista Anhembi o texto "O modernismo", em 1949. Profere conferência no Centro de Debates Casper Líbero: "Civilização e dinheiro", e no Museu de Arte de São Paulo, “Novas dimensões da poesia". Realiza excursão a Iguape, com Albert Camus, para assistir às tradicionais festas do Divino. É encarregado de apresentar e saudar o escritor francês de passagem por São Paulo para fazer conferências. Escreve a coluna "3 linhas e 4 verdades" na “Folha de S.Paulo”, até 1950. Profere nova conferência na Faculdade de Direito em homenagem a Rui Barbosa.
Em 1950, escreve “O antropófago”. É homenageado com um banquete, no Automóvel Clube, pela passagem do 60º aniversário, saudado por Sérgio Milliet. Participa de concurso para provimento da Cadeira de Filosofia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo, ocasião em que defende a tese "A crise da filosofia messiânica", sem êxito. Candidata-se a deputado federal pelo PRT, com o seguinte slogan: “Pão – Teto – Roupa – Saúde – Instrução”. Pronuncia as seguintes conferências: "A arte moderna e a arte soviética", "Velhos e novos livros atuais". Redige "Um aspecto antropofágico da cultura brasileira — o homem cordial" para o 1º Congresso Brasileiro de Filosofia. Apresenta a versão definitiva de “O Santeiro do Mangue”.
Escreve, em 1952, “Introdução à antropofagia”. Profere discurso de saudação em homenagem a Josué de Castro, representante da ONU, por iniciativa da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo. Escreve o artigo "Dois emancipados: Júlio Ribeiro e Inglês de Souza".
É membro da Comissão Julgadora do Salão Letras e Artes Carmen Dolores, em 1953. Saudou o escritor José Lins do Rego, pelo prêmio recebido em torno do romance “Cangaceiros”, patrocinado pelo Salão de Letras e Artes Carmen Dolores Barbosa. Começa a publicar a série “A Marcha das Utopias” no jornal “O Estado de S.Paulo”. Tenta em vão vender sua coleção de quadros.
Em 1954, escreve o ensaio “Do órfico e mais cogitações" e "O primitivo e a antropofagia”. Envia comunicação, por intermédio de Di Cavalcanti, para o Encontro de Intelectuais, no Rio de Janeiro. Publica o primeiro volume das “Memórias — Um homem sem profissão”, com capa de seu filho, Oswaldo Jr., pela José Olympio. Graças à interferência de Vicente Rao, foi indicado para ministrar um curso de cultura brasileira em Genebra. Retorna como sócio à Associação Brasileira de Escritores (A.B.D.E.).
Falece em São Paulo, em 22 de outubro de 1954, na sua residência da rua Marquês de Caravelas, 214. É sepultado no jazigo da família, no cemitério da Consolação, em São Paulo (SP).
É homenageado postumamente pelo Congresso Internacional de Escritores, em 1954. Em 1990, no centenário de seu nascimento, a “Oficina Cultural Três Rios” passa a se chamar “Oficina Cultural Oswald de Andrade; é lançado o filme “Cem Oswaldinianos”, de Adilson Ruiz.
Antônio Peticov é o autor de "Momento Antropofágico com Oswald de Andrade", um painel de azulejo, ladrilho, madeira, aço e vinil com 3m x 16,5m instalado na estação República do Metrô paulista, também em 1990.
OBRAS
Humor:
Revista “O Pirralho” — crônicas em português macarrônico sob o pseudônimo de Annibale Scipione (1912 — 1917)
Poesia:
Pau-Brasil (1925)
Primeiro caderno do aluno de poesia Oswald de Andrade (1927)
Cântico dos cânticos para flauta e violão (1945)
O escaravelho de ouro (1946)
Romance:
A trilogia do exílio: I — Os condenados, II —A estrela de absinto, III — A escada vermelha (1922-1934)
Memórias sentimentais de João Miramar (1924)
Serafim Ponte Grande (1933)
Marco Zero: I - A revolução melancólica, II — Chão (1943).
Memórias: Um homem sem profissão (1954)
Teatro:
A recusa (1913)
Théâtre Brésilien — Mon coeur balance e Leur Âme (1916) (com Guilherme de Almeida)
O homem e o cavalo (1934)
A morta (1937);
O rei da vela (1937).
O rei floquinhos (1953)
Manifestos:
Manifesto da Poesia Pau-Brasil (1924)
Manifesto Antropófago (1928)
Manifesto Ordem e Progresso (1931)
Teses, artigos e conferências publicadas:
O meu poeta futurista (1921)
A Arcádia e a Inconfidência (1945)
A sátira na poesia brasileira (1945)
Versões e adaptações:
Filme “O homem do Pau-Brasil”, de Joaquim Pedro de Andrade, baseado na vida de Oswald de Andrade (1980)
Filme “Oswaldinianas”. Formado por cinco episódios, dirigidos por Julio Bressane, Lucia Murat, Roberto Moreira, Inácio Zatz, Ricardo Dias e Rogério Sganzerla (1992)
Publicações póstumas:
A utopia antropofágica – Globo
Ponta de lança – Globo
O rei da vela – Globo
Pau Brasil – Obras completas – Globo
O santeiro do mangue e outros poemas – Globo
Obras completas – Um homem sem profissão – Memórias e confissões sob as ordens de mamãe – Globo
Telefonema – Globo
Dicionário de bolso – Globo
O perfeito cozinheiro das almas desse mundo – Globo
Os condenados – A trilogia do exílio – Globo
Primeiro caderno do aluno de poesia Oswald de Andrade – Globo
Os dentes do dragão – Globo
Mon coeur balance – Le Âme - Globo
Dados obtidos no livro "O Salão e a Selva: uma biografia ilustrada de Oswald de Andrade", Editora da UNICAMP: Editora Ex Libris - Campinas (SP), 1995, de Maria Eugenia Boaventura; no sítio Itaucultural e em outros sobre o biografado.
“Angústia” é um romance publicado por Graciliano Ramos em 1936. À época Graciliano estava preso pelo governo de Vargas e contou com ajuda de amigos, entre os quais José Lins do Rego, para a publicação.
A obra apresenta um narrador em primeira pessoa, Luís da Silva, funcionário público de 35 anos, solitário, desgostoso da vida e que acaba se envolvendo com sua vizinha, Marina. Com traços existencialistas, Luís mistura fatos do passado e do presente, narra num ritmo frenético como um grande monólogo interior.
Segundo o crítico Alfredo Bosi "tudo nesse romance sufocante lembra o adjetivo “degradado” que se apõe ao universo do herói problemático; estamos no limite entre o romance de tensão crítica e o romance intimista. Foi a experiência mais moderna, e até certo ponto marginal, de Graciliano. Mas a sua descendência na prosa brasileira está viva até hoje".
O leitor de Angústia certamente lembrará de “Crime e Castigo”, de Dostoiévski, pois em ambos há as angústias de um crime, o medo de ser pego, a febre; em “Angústia” o crime é o clímax, enquanto em Crime e Castigo é o ponto de partida para a história, e a personagem consegue a redenção. Outra influência marcante é a dos naturalistasbrasileiros, especialmente à Aluízio Azevedo, o determinismo e a animalização do homem. O narrador não quer ser um rato, luta contra isso; compara-se o tempo todo os homens aos bichos, porcos, formigas, ratos, e usa-se verbos de animais para as reações humanas.
Trechos
“Certos lugares que me davam prazer tornaram-se odiosos. Passo diante de uma livraria, olho com desgosto as vitrinas, tenho a impressão de que se acham ali pessoas, exibindo títulos e preços nos rostos, vendendo-se. É uma espécie de prostituição.” Cap. 1.
“Os defeitos, porém, só me pareceram censuráveis no começo das nossas relações. Logo que se juntaram para formar com o resto uma criatura completa, achei-os naturais, e não poderia imaginar Marina sem eles, como não a poderia imaginar sem corpo.” Cap. 14.
“Escolher marido por dinheiro. Que miséria! Não há pior espécie de prostituição.” Cap. 17.
“É uma tristeza. A senhora lavando, engomando, cozinhando, e seu Ramalho na quentura da usina elétrica, matando-se para sustentar os luxos daquela tonta. Sua filha não tem coração.” Cap. 18.
Obra do escritor alagoano Graciliano Ramos foi lançada em 1936, quando o autor estava preso sob o regime de Getúlio Vargas; livro, que é comparado a Crime e Castigo, de Dostoievski, ganha nova edição e simpósios literários pelo País
Escrito em ambiente de desassossego e intrigas, em plena repressão do governo Getúlio Vargas, Angústia reflete o desconforto do autor com a situação de insegurança em que vivia. "Falta-me tranqulidade, falta-me inocência, estou feito um molambo que a cidade puiu demais e sujou", pensa o narrador. Graciliano foi levado preso pouco depois de revisar as últimas páginas do livro.
O projeto Exposição Literária, desenvolvidopelaBiblioteca Isaías Paim, da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, inicia sua temporada 2012 celebrando o feminino com a exposição “As Mulheres Poetas na Literatura Sul-Mato-Grossense”, que será inaugurada nesta segunda-feira (12), às 8h30 e fica aberta ao público ao longo deste mês. O projeto Exposição Literária traz a cada mês um tema que esteja relacionado com livros que integram o acervo da Biblioteca Pública Estadual Dr. Isaías Paim. Tem como finalidade expor mensalmente obras com temas comemorativos referentes ao mês, com objetivo de aproximar dos usuários livros que fazem parte do acervo bibliográfico.
A ideia, porém, vai além de estimular o empréstimo dos livros: promove também o incentivo à leitura, a formação de novos leitores e celebra movimentos e aspectos culturais de Mato Grosso do Sul, do Brasil e do mundo. A abertura da Exposição Literária contará com a presença de alunos do Colégio Oswaldo Cruz, que também farão uma visita pela Fundação de Cultura, conhecendo o Museu de Imagem e Som, o Museu de Arqueologia da UFMS, o Centro Referencial de Artesanato, a Grande Galeria (com obras que integram o projeto de artes plásticas Território Ocupado) e o Arquivo Público. Serviço As visitas à exposição são abertas ao público. A Biblioteca Pública Estadual Dr. Isaías Paim fica no segundo andar do Memorial da Cultura, na avenida Fernando Corrêa da Costa, 559, e funciona de segunda a sexta-feira, das 8 às 17h30 horas. No local estão disponíveis à sociedade cerca de 35 mil títulos para empréstimo e/ou consulta. Para se associar à Biblioteca Pública Estadual é necessário um comprovante de residência, uma foto 3x4, um documento de identidade. Mais informações nos telefones: 3316-9161 e (67) 3316-9175.
Pernambuco está em clima de festa. Nesta segunda-feira 12, as cidades de Olinda e Recife estão completando 477 e 475 anos, respectivamente. A programação com várias atrações continua até amanhã.
Olinda Em 2012, a cidade patrimônio da humanidade comemora 477 anos e a Prefeitura preparou uma programação especial para marcar a data. A comemoração começa às 6h, com o repique dos sinos das igrejas do Sítio Histórico. Na parte da tarde, às 16h, o prefeito Renildo Calheiros sanciona a lei que cria a Política Municipal do Livro, da Leitura, da Literatura e das Bibliotecas de Olinda. A lei foi proposta pelo vereador Marcelo Santa Cruz e foi amplamente discutida com a sociedade civil. Os encontros foram realizados sob a coordenação da Secretaria de Patrimônio e Cultura de Olinda. Além das políticas públicas voltadas para questões de leitura, a lei é a primeira a garantir a acessibilidade para pessoas portadoras de necessidades especiais. O prefeito Renildo também sanciona a lei que cria em Olinda o Dia Municipal da Poesia Popular. Dando sequência as comemorações, será lançado o livro Olinda: Um Presente do Passado, do escritor olindense Carlos Bezerra Cavalcanti. Na publicação, o autor oferece um rico roteiro sobre a antiga Marim dos Caetés além de traçar um relato dos principais acontecimentos da história da cidade. CINE OLINDA – A Prefeitura de Olinda e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – Iphan realizam a assinatura do convênio para a última etapa das obras do Cine Olinda Convenções. Esta etapa final será para as áreas de climatização, acústica, equipamento e mobiliário. Dos R$ 2.173,913,04 que serão gastos nessa etapa de reforma do Cine Olinda, R$ 2 milhões foram levantados pelos Deputados Federais Luciana Santos (PCdoB) e João Paulo (PT), com R$ 1,5 milhão e R$ 500 mil respectivamente, através de emendas parlamentares de suas autorias. Ao final desta etapa, o Cine Olinda Convenções contará com a seguinte estrutura: uma sala de cinema e teatro-convenções, com capacidade máxima de 320 lugares, um 1 auditório – sala multifuncional no piso inferior com capacidade de 80 lugares, uma sala multimídia – sala de reunião no piso superior com capacidade para 30 pessoas, uma sala para administração do espaço, uma cabine de projeção, um depósito, além de uma copa – lanchonete. APRESENTAÇÕES – O Coral Encanto de Olinda, formado por crianças dos projetos assistidos pela Secretaria Social de Desenvolvimento Econômico abre a programação cultural às 18h com uma apresentação que, além de 120 crianças, contará também com a regência do Maestro Spock e participação da Spock Frevo Orquestra. O repertório será formado por canções de carnaval e um dos momentos mais emocionantes será o dueto do Maestro Spock com a filha de Getúlio Cavalcanti, Alessandra Cavalcanti, que cantarão juntos a música Noite dos Mascarados. Na sequência, é a vez do coral São Pedro Mártir, que é o mais antigo em atividade da América Latina, fundado em 1937. No início, o grupo era formado apenas por vozes masculinas e as apresentações eram feitas apenas nas igrejas. Atualmente, o coral é misto e também canta peças da cultura popular e do folclore regional e nacional. A regência é do maestro Paulo Andrade e o repertório será de músicas em homenagem a Olinda, além de um mix especial com maracatus de baque solto e frevos tradicionais. Às 19h, será a hora do tradicional parabéns pra você e o corte do bolo recheado gigante que pesará 477 quilos e será oferecida pela Padaria Esmeralda. Os ingredientes do bolo, que terá recheio de chocolate, cobertura e a arte em papel arroz, são 130Kg de farinha de trigo, 51 Kg de manteiga, 63 litros de leite, 7Kg de chocolate em pó, 51Kg de ovos e 4Kg de fermento. Já o recheio será de 50Kg de mix creme, 2Kg de chocolate em pó e 100 litros de leite. Por fim, a cobertura será de 27Kg de gordura hidrogenada, 14Kg de açúcar confeiteiro e 11Kg de leite condensado. Para terminar a noite com chave de ouro, a cantora de samba Alexa sobe ao palco às 21h e a banda Mundo Livre S/A faz show às 22h30, em uma ação realizada com o apoio do Governo do Estado de Pernambuco.Todas as apresentações acontecem no palco montado em frente à prefeitura de Olinda. Recife Neste domingo (11), a Escola de Samba Unidos da Tijuca desembarca no Recife para a comemoração do aniversário da cidade no Marco Zero. Cerca de 100 integrantes da Tijuca, entre comissão de frente, bateria, passistas, baianas, casal de mestre sala e porta bandeira e a Ala Mestre Vitalino mostrarão ao público pernambucano como a Escola conquistou a Sapucaí e sagrou-se campeã do Carnaval do Rio de Janeiro. Além da Tijuca, o Galo da Madrugada, a Escola Gigantes do Samba e os compositores Belo Xis e Wellington do Pandeiro farão uma grande homenagem a Luiz Gonzaga. A apresentação é uma parceria da Prefeitura da Cidade do Recife e do Governo do Estado, através da Empetur. A festa tem início às 17h com as apresentações de Belo Xis e Wellington do Pandeiro. Enquanto isso, na Avenida Rio Branco, acontece a concentração para um cortejo com a participação da campeã do concurso de agremiações 2012 do Carnaval do Recife, Escola Gigantes do Samba, do Galo da Madrugada e a campeã do carnaval do Rio de Janeiro 2012, Escola de Samba Unidos da Tijuca. As três agremiações destacaram-se durante o Carnaval deste ano por conta de um fato em comum: em seus desfiles, todas homenagearam o centenário de Luiz Gonzaga. Agora, os grupos encontram-se no Recife, para juntos reverenciar mais uma vez o Rei do Baião. A partir das 18h, as agremiações seguem pela Rua da Moeda, passando pela Mariz e Barros, em direção ao Marco Zero. Às 19h 30, no palco, cerca de 100 integrantes da Tijuca, entre comissão de frente, bateria, passistas, baianas, casal de mestre sala e porta bandeira e a Ala Mestre Vitalino mostrarão ao público pernambucano como a Escola conquistou a Sapucaí e sagrou-se campeã do Carnaval do Rio de Janeiro. Nesta segunda (12), às 20h, no Marco Zero, a capital recebe uma grande homenagem com show “Recife En canto – Um canto de amor ao Recife”, com a participação de 29 artistas. “É um projeto pensado para dar voz aos vários ritmos, aos vários amantes da cidade. Todas as músicas falam sobre a capital e celebram suas belezas, sua cultura”, comenta o cantor, André Rio. “É um orgulho muito grande homenagear a cidade que escolhi pra viver e que considero uma das mais lindas do país”, ressalta Luciano Magno, que divide a direção musical do show com André Rio. O espetáculo apresentará diversas músicas que evocam a cidade, como “Último regresso”, “Pelas ruas que andei”, “Chuva de sombrinhas”, “Recife Nagô” e “Doze de Março”. Para isso, artistas de diversas vertentes musicais e de vários lugares do país dividem o palco. “Estou super contente pelo convite e por participar dessa homenagem a essa cidade linda. Além de tudo, ainda tenho a emoção de encontrar tantos amigos”, comentou o cantor Emílio Santiago, que também participa do show. Fonte Sites das prefeituras