sábado, 23 de junho de 2012

Guia do Ilustrador

GUIA DO ILUSTRADOR
 com revisão de:
Angelo Shuman, Benício, Eduardo Schaal,
Gonzalo Cárcamo, José Alberto Lovetro/Jal,
Kako, Montalvo Machado, Mozart Couto,
Orlando Pedroso e Rogério Vilela 

(Inclui trechos e adaptações autorizadas
do “Manual do Estagiário” de Eugênio Mohallem)
revisão jurídica de Dr. Eduardo Pimenta

PREFÁCIO
 
O Guia do Ilustrador é um documento elaborado por 11 ilustradores profissionais
(além da ajuda extra de outros 4 profissionais).
Completamente gratuito, compartilha décadas de experiência para ajudar os
ilustradores a se tornarem melhores profissionais, mais bem organizados e unidos.
É um Guia bastante prático de sobrevivência na selva.
Por enquanto este Guia estará disponível na internet somente em sua versão PDF.
No futuro poderá haver uma versão impressa, e quem sabe assim uma versão
ilustrada.
Tentamos fazer um Guia o mais completo possível, no entanto sempre podem surgir
informações adicionais ou notícias atuais de interesse geral, e estas informações
extras irão constar no site oficial do Guia.
Por isso consulte o site periodicamente, dessa forma o Guia do Ilustrador e o site
oficial serão duas ferramentas importantes de ajuda no seu trabalho.
www.guiadoilustrador.com.br

ATUALIZAÇÕES 

Tentamos fazer um Guia o mais completo possível, no entanto sempre podem surgir
informações adicionais ou notícias atuais de interesse geral, e estas informações
extras irão constar no site oficial do Guia.
Por isso consulte o site periodicamente, dessa forma o Guia do Ilustrador e o site
oficial serão duas ferramentas importantes de ajuda no seu trabalho.
www.guiadoilustrador.com.br

1- INTRODUÇÃO

Minha mãe dizia que eu tinha jeito para desenho, e resolvi tentar ganhar dinheiro com
isso...
Normalmente é assim que muitos ilustradores começam a carreira, e muitos se deram bem,
o que leva a crer que, na maior parte das vezes as mães estão mesmo certas.
Mas ser ilustrador não depende só da vontade, do talento e do empurrão inicial da mãe,
depende também de dedicação, de persistência e paciência, de muito estudo, da necessidade
de ler e ver muito sobre arte, cinema, literatura, cultura geral, além de conhecimento teórico
e prático do rabisco.
No entanto, revendo a profissão de ilustrador de 50 anos para cá, se percebe que a evolução
das técnicas permitiu uma facilidade crescente no trabalho: nos anos 40/50 para trás era
a tinta óleo e o guache, tudo no pincel; nos anos 70/80 veio em força a ajuda do aerógrafo;
e no meio dos anos 90 o computador.
Ahhh... o computador! Enquanto o aerógrafo era a tábua de salvação de muitos ilustradores
no passado, o computador então se tornou questão de vida ou de morte para alguns hoje
em dia, pois a facilidade e os diversos programas e filtros permitem que cada vez mais
pessoas expressem o que quiser, mesmo sem nunca antes ter pego em um lápis na vida.
Isso permitiu a entrada rápida de muita gente nesse mercado, queimando etapas, fazendo
com que muitos ilustradores entrem na área quase como um Miojo, de forma instantânea,
muitas vezes sem qualquer conhecimento sobre o assunto, ou então profissionais que por
puro acidente não tiveram o acesso necessário à informação para uma melhor formação
teórica e prática.
Para agravar a situação, a profissão do ilustrador não é regulamentada. Em termos jurídicos
ela simplesmente não existe, e conseqüentemente não existem também escolas, faculdades
ou cursos de formação profissional de ilustrador. Apenas cursos de arte onde se ensinam
as técnicas de desenho e pintura, sem nunca se falar da postura profissional.
Assim, o início de todos os ilustradores, todos sem exceção, se dá de forma amadora e
improvisada, devido à mais absoluta falta de orientação profissional.
E dessa situação, depois de muita conversa entre centenas de ilustradores, se percebeu a
necessidade de um guia. Algo que servisse para orientar os iniciantes, dar mais embasamento
para os que já estão há algum tempo no mercado e estabelecer uma relação mais homogênea
entre todos os profissionais.
Esse guia, no entanto, não tem a intenção de servir de regra ou lei em que todos deveriam
seguir religiosamente feito monges enclausurados, chicoteando as costas ao menor desvio.
Será apenas isso, um guia, onde cada um tem a liberdade de trabalhar como quiser, mas
agora consciente do que pode ou não ser adequado.
Espero que assim, somado ao talento, os ilustradores possam ser um grupo mais unido, coeso e informado.
Ricardo Antunes

2- O QUE É ILUSTRAÇÃO?
 
A definição geral que se poderia encontrar em dicionários é que ilustração é toda
imagem, desenho ou foto, que serve para ilustrar algo, normalmente um texto, de
forma a facilitar a sua compreensão.
Foto? Sim, foto também é uma imagem, e consequentemente pode servir para
ilustrar algo, portanto também é uma ilustração. Mas com o tempo, e para se
evitar confusões, convencionou-se chamar "foto" de foto mesmo, e "ilustração"
passou a designar o desenho, independentemente da técnica de acabamento.
Assim, foto e ilustração servem mesmo para se acompanhar um texto ou servir de
complemento de informação.
É diferente de uma pintura ou de uma obra de arte, como há em galerias, em
paredes e exposições, porque serve a um propósito, a uma solicitação, um cliente,
ou para comunicar uma idéia ou conceito através de uma linguagem não-verbal.
A diferença da obra de arte, ou fine arts, como alguns chamam, é que nas artes
plásticas a obra não necessita de um propósito específico, é algo interpretativo,
e muitos artistas realmente contam com a sensibilidade do espectador para que
ele interprete como quiser. A comunicação é mais receptiva do que transmissiva.
Na ilustração é o contrário, existe uma mensagem clara e definida, que precisa
ser comunicada e recebida conforme o ilustrador a concebeu. Podem haver
metáforas, comparações, sínteses, mensagens subliminares, e até um certo nível
de mensagem cifrada, códigos de comportamento ou regionalismos, um "sotaque"
entre aspas, mas o artista neste caso quer que o espectador entenda o que ele
quis dizer.
Mas o fato da ilustração ser feita sob encomenda não significa que não seja uma
obra de arte, é apenas uma outra forma de expressão dentro das artes plásticas.
Algumas das mais belas obras de arte universal são, na verdade, ilustrações de
livros. As gravuras de Gustave Doré são ilustrações para a Divina Comédia de
Dante. Botticelli também havia feito ilustrações para o mesmo livro muitos anos
antes, assim como William Blake e Salvador Dali, em versões mais recentes.
Desde os pergaminhos egípcios, passando pelo Livro de Kells até as histórias em
quadrinhos atuais feitas por Bill Sienkiewicz são exemplos de artes plásticas do
mais alto nível.
Toulouse Lautrec e Alphonse Mucha eram ilustradores, receberam encomendas,
todas com briefing, e hoje tudo o que produziram estão entre as mais belas obras
de arte.
Portanto, a ilustração é uma forma de expressão artística que existe para comunicar,
complementar textos e tornar a vida bem mais atraente.

3- GUIA DO ILUSTRADOR
 O PRINCÍPIO DA VIDA

Há uma característica muito forte na carreira do ilustrador que pouquíssimas
profissões têm: todas os ilustradores, sem exceção, acabam optando por essa
carreira acima de tudo por paixão.
Só isso já é meio caminho andado para uma carreira bem sucedida, mas é
importante haver uma base sólida para que essa paixão não se perca pelo caminho.
Não adianta esconder, a carreira de ilustrador, tal como qualquer outra nos dias
de hoje, sofre diversos tipos de pressão e dificuldades, no entanto um profissional
bem formado terá mais chances de ser bem sucedido, e para isso é necessário
que se prepare muito antes de se lançar no mercado.
Essa preparação passa por vários contextos: é preciso antes de mais nada cuidar
de uma boa formação teórica e prática.

COM UM PÉ NAS ARTES
 
Tomar gosto por artes plásticas, literatura, cinema, teatro, quadrinhos... a formação
cultural de um ilustrador será preciosa durante a sua carreira, pois como se verá
mais adiante o ilustrador não é só aquele rapazinho bom de lápis que sabe pintar
um pouco. Será necessário pensar, criar e conceber bem idéias, muitas vezes
complementando a criação de outros.
Tudo isso só será possível através de uma formação cultural sólida.
Cursos de formação, workshops, palestras, tudo isso ajuda. Acompanhar a carreira
de ilustradores profissionais também, que servirão sempre como grandes exemplos,
aliás isso é uma constante mesmo entre os que já estão firmados no mercado, a
troca de informação entre profissionais é sempre frequente e enriquecedora para
todos.
Assim, com certeza o futuro profissional do ilustrador será fortalecido e receberá
uma injeção de vitalidade constante, fazendo com que a profissão seja sempre
algo prazeiroso, apesar das dificuldades naturais de qualquer carreira.
NIVELANDO POR CIMA
Ter toda essa formação cultural, intelectual e artística dará ao ilustrador a segurança
de ser um bom profissional e a possibilidade de se destacar no mercado, visto
que hoje em dia o computador tem nivelado por baixo o padrão de qualidade
de muitos ilustradores iniciantes (e muitos que já estão no mercado).
O computador é uma excelente ferramenta, mas não vai fazer tudo por você, não
vai criar talento por você, e acima de tudo, não vai pensar por você. Infelizmente
muitas vezes não é bem isso o que se vê por aí...

DO INICIANTE AO ESTRELATO

Começar a carreira de ilustrador é quase tão difícil quanto arrumar vaga de
astronauta na Nasa. E a vida dos astronautas é mais fácil, porque o Universo é
infinito, enquanto que trabalhar em ilustração a concorrência é enorme, por isso
não bobeie e muita atenção ao Primeiro e Fundamental Mandamento do Ilustrador
Iniciante.
PRIMEIRO E FUNDAMENTAL MANDAMENTO DO ILUSTRADOR INICIANTE:
Não seja mala. A menos que você queira uma vaga na Samsonite. O mercado
onde se utiliza a ilustração é um mundinho pequeno, uma área onde todos se
conhecem. Se o rótulo de "mala" grudar em você e se espalhar, você estará
acabado antes de começar.
Sabe aqueles telefonemas de telemarketing empurrando um produto que você não
deseja? Quanto mais insistentes forem no telefone, menos você vai querer esse
produto.
Lembre-se disso quando quiser marcar uma entrevista, ou então se caso conseguiu
a entrevista e mostrou o portfolio, não seja insistente querendo saber se gostaram
ou se tem trabalho, tudo tem de acontecer naturalmente.
JÁ PREPAREI O MEU PORTFOLIO. POSSO IR EM FRENTE?
Calma, nada de pânico nesse momento. Antes de mais nada é importante saber
preparar bem um portfolio, porque muitos ilustradores, iniciantes ou não, cometem
uma porção de erros na hora da apresentação, o que compromete muitas vezes
a qualidade do próprio trabalho.
Apresentar um portfolio envolve duas coisas básicas: os trabalhos em si e a forma
da apresentação, e os dois têm de andar agarrados um no outro feito casal em
lua de mel.
Uma má apresentação pode comprometer trabalhos de boa qualidade, assim
como uma ótima apresentação não salva trabalhos fracos, por isso é preciso
dedicar atenção especial aos trabalhos e à apresentação.
EXISTE VIDA ANTES DO PORTFOLIO?
Um portfolio não nasce do dia para a noite, assim num piscar de olhos. Ele é o
resultado de um trabalho que começa muito antes, que envolve muito estudo, muita
formação cultural e artística, muita dedicação, treino e muita leitura.
Este não é um guia de formação, mas sem uma sólida base artística e cultural
adequada você não vai longe. Lembre-se: o seu portfolio refletirá a sua formação.

PREPARANDO O PORTFOLIO
Uma ilustração boa será sempre boa, mas uma apresentação impecável ajudará
muito mais. E há várias maneiras de apresentar.
Se for apresentar originais feitos em papel ou impressos, uma boa sugestão é
comprar um portfolio profissional, daqueles tipo pasta. Existem várias marcas no
mercado, e no final deste guia, nos links indicados, existe uma ótima sugestão.
Se for apresentar em imagens digitais, a sugestão é fazer um CD ou uma página
na internet. Nos dias de hoje uma página na net pode ser mais eficiente, já que
não exige que ninguém tenha de ficar guardando seus CDs, lembrando depois
onde enfiou com mais outros 500 CDs que aparecem diariamente nas agências
ou editoras.
PECADO MORTAL
Nunca, jamais, em tempo algum mande um portfolio inteiro por e-mail para um
diretor de arte sem que ele tenha pedido, e muito menos sem ele estar à espera.
Além de entupir a caixa postal dele com algo que não pediu, vai parecer spam
(aqueles anúncios indesejados que aparecem na nossa caixa de e-mail sem
pedirmos)... e todos odeiam de morte spam.
Coloque no portfolio somente ilustrações de sua autoria, nada de cópias de
ilustrações já publicadas ou feitas por outros, a maioria dessas ilustrações são
conhecidas. É preferível uma ilustração que não foi veiculada, feita só para você
do que uma cópia do que já foi feito.
E se ainda assim quiser colocar algo que foi copiado, então avise, nunca tente
vender como sendo um original seu.
O portfolio deve ser a última trincheira da moralidade. Uma pequena picaretagem
aqui e você está queimado. E pode acreditar: mais cedo ou mais tarde (geralmente
mais cedo) tudo se descobre. Como já se disse, as áreas da publicidade e do
editorial são um mundinho.
CUIDADO COM PORTFOLIO FOLCLÓRICO
Tem gente que coloca 200 ilustrações e todas sem muito conteúdo, apenas para
impressionar, e ainda quer explicar detalhadamente peça por peça.
Lembre-se que você está tomando o tempo do cliente, por isso seja claro na
apresentação, e com uma quantidade de trabalhos que não exija uma pausa para
comprar pipocas.

Cuidado também com ilustrações que não têm muito a ver com a área em que vai
se apresentar. Ter a ilustração de um ou outro “Conan” ainda vai, mas vender só
esse tipo de ilustração numa agência de publicidade não vai dar muito retorno.
O mesmo aconteceria numa editora de livros infantis, por isso tente ser coerente,
e se possível, variado no tema.
Se pretende trabalhar com uma editora em especial, antes de levar os seu portfolio
passe numa banca, compre algumas revistas deles e veja o tipo de ilustração que
costumam usar, isso pode ser útil para você evitar um choque de interesses.
Se você domina várias técnicas e estilos, ótimo, mas evite a confusão misturando
estilos, e não tente se exibir como showman. A sugestão é apresentar de forma
segura alguns trabalhos de cada técnica e organizados por grupos.
Se você tem uma só técnica ou estilo, então tente encontrar um fio condutor para
a apresentação (por temas, por clientes, por produtos, etc).
Você já ganhou um prêmio? Ótimo, parabéns, mas não precisa colocar o diplominha
na pasta. É forçada de barra, do tipo "Eu ganhei prêmio com esta ilustração, você
vai ter coragem de não achá-la genial?"
O profissional que vê portfolios em geral já tem um critério desenvolvido e sabe
avaliar as peças independentemente de sua performance em premiações. Se ele
tiver critério, o tal diploma é desnecessário. Se não tiver, para que você quer se
apresentar a ele?
POR ÚLTIMO: limpeza e higiene geral, please. Lembre-se, ilustrador trabalha
basicamente com arte, beleza e bom gosto, e ninguém gosta de alguém sem banho
tomado, desorganizado ou sujo. Isso tanto no sentido pessoal do ilustrador quanto
no trabalho.
Nunca se esqueça disso: Ninguém tem uma segunda chance de causar uma
primeira boa impressão.
A IMPORTÂNCIA DA PRIMEIRA ILUSTRAÇÃO
Em geral, a primeira ilustração do portfolio é o que classifica você. É a famosa
primeira impressão. Se a primeira ilustração for boa, as que se seguirem vão
apenas ter que reforçar isto. Se for ruim, caberá às outras a hercúlea tarefa de
reverter uma má impressão inicial. Viu a responsa? Viu a diferença? Carinho com
a primeira ilustração.
Idealmente, a primeira ilustração deve produzir a seguinte sensação em quem vê
o portfolio: "Epa! Aqui tem coisa. Deixa eu ver se tem mais". Peça opinião de
colegas, promova uma votação secreta na sua casa, pergunte ao zelador do
prédio, mas não erre na primeira ilustração.

UMA DICA BACANA: tente apresentar seus trabalhos em ordem cronológica,
começando pelos mais antigos e terminando pelos mais recentes, com certeza será
perceptível a sua evolução técnica e terminará com uma sensação de atualidade.
UMA DICA MAIS BACANA AINDA: aqui fica uma sugestão de como montar um
portfolio que impressiona. Comece dispondo os suas ilustrações numa fila crescente
de qualidade. Primeiro o que você considera razoável, por último o melhor deles:
1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10.
Depois, pegue o último (o melhor) e coloque na frente de todos:
10, 1, 2, 3, 4, 5, 6 , 7, 8, 9.
Está pronto o portfolio: uma grande ilustração abrindo, e em seguida um crescendo
de qualidade. Numa pasta à parte você pode colocar os discutíveis e polêmicos,
e só os mostra se for necessário ou se houver clima para tanto. Mas se tiver dúvidas
em relação a isso, então tente não incluir.
PEÇAS POLÊMICAS E OUTRAS ESQUISITICES
Regra: o que é consenso vem primeiro, o que é discutível e polêmico, só no final.
Não fui eu quem inventou isso. Esta é uma regra básica de retórica.
Tanto que ninguém começa um discurso com "Sou a favor da pena de morte". Em
geral, começa-se com pontos em que todos concordam, tais como "É preciso diminuir
a violência".
No portfolio é a mesma coisa: só depois de "ganhar" quem está vendo os trabalhos,
é que você pode arriscar e mostrar aquela peça que 9 entre 10 pessoas acham
que é delírio. E principalmente aquela peça que é igualzinha a uma outra que está
no anuário, mas que você jura ter feito primeiro.
Pois só depois de ver várias ilustrações boas suas, só depois de estar convencido
de que você tem realmente talento, é que existe a chance de que alguém acredite
na coincidência. Ilustração copiada no começo do portfolio, ainda que
involuntariamente, é filme queimado na certa.
Mais uma vez, se tiver dúvidas em relação a isso, evite incluir.
E FINALMENTE:
Além de todas essas preocupações, não se esqueça nunca do principal: no fundo,
o que mais vai contar no conjunto de trabalhos do portfolio é o conteúdo. Ele é
aquilo que você é, e reflete a formação que você teve.

RESUMINDO
Um dos mais telentosos e brilhantes ilustradores brasileiros, Renato Alarcão
(www.renatoalarcao.com.br) tem em seu site algumas sugestões que, apesar de
serem ditas em geral neste Guia, ficam concentradas aqui em um texto seguido:
1) Vá a boas bibliotecas e procure por bons livros de arte e artistas. Estude não
somente o desenho, a anatomia, perspectiva e técnicas de pintura. Veja os grandes
artistas, descubra aqueles com os quais você mais se identifica, e estude-os. Não
restrinja sua cultura visual. Vá além das revistas de quadrinhos, mangá, tatuagens,
grafitti, desenhos animados, etc. Amplie o leque e conheça outras linguagens no
mundo das artes plásticas, tanto os clássicos, quanto os primitivos ou mesmo a
arte contemporânea não-figurativa.
2) Visite uma grande livraria e fique horas vendo livros de arte. Visite exposições
de arte (qualquer uma). Enriqueça sua cultura visual. Esta pesquisa pode ser feita
gratuitamente.
3) Inscreva-se numa lista de discussão sobre ilustração na internet. Aconselhamos
o Ilustrasite, lá você encontrará informações muito úteis sobre técnicas, preços,
como encontrar trabalho, etc. Visite o site da SIB frequentemente, e veja na seção
"News" oportunidades de concursos de ilustração e cartum, cursos, exposições e
lançamentos de livros ilustrados.
4) Procure informar-se sobre cursos de desenho e arte. Tenha uma profunda
curiosidade e interesse em aprender.
5) Trabalhe arduamente para construir um bom portfolio de imagens. Apresenteas
com organização e limpeza. Jamais tenha um portfolio com ilustrações em folhas
soltas (ou em papel "Chamex"), numa pasta de plástico ondulado com adesivos
de bandas de rock, por exemplo. Não limite sua técnica somente a trabalhos com
caneta esferográfica ou lápis por exemplo, por maiores que sejam os elogios dos
parentes e amigos.
6) Não limite suas possibilidades de crescimento em todos os sentidos. Mantenha
sua cabeça funcionando e não pare de pensar e trabalhar até chegar a um plano
ou objetivo. Depois ponha-o em prática por etapas.
7) É muito importante que numa primeira apresentação, seja uma visita a algum
ilustrador ou a um cliente em potencial, manter a tranquilidade e ter um discurso
bastante claro. O talento é algo que deve ser expressado silenciosamente através
do seu trabalho. Para isso é preciso estudar e muito.
8) Tenha sempre em mente que seu trabalho tem um valor, e você vive dele.
Valorize-se.
Para ser um bom ilustrador são necessários anos de estudo. Começe agora.

DURANTE A ENTREVISTA: COMPORTE-SE. VOCÊ ESTÁ SENDO OBSERVADO
Profissionais olham os portfolios, mas contratam pessoas. Comporte-se. Se você
já trabalha ou já trabalhou em alguma outra empresa, não fale mal das pessoas
de lá. Vão adorar ouvir as fofocas, mas não vão confiar em você.
Evite ficar explicando demais as ilustrações sem antes de ser consultado. Deixe o
seu portfolio falar por si próprio. Ilustração que precisa de explicação em excesso
é, em princípio, ilustração ruim.
Explicações são necessárias e você pode (e deve) fazê-las dizendo de forma simples
e clara como foi feita, para qual situação, qual cliente, etc, mas nada de histórias
longas sobre teoria da arte ou fundo psicológico, fugindo do trabalho em si.
Além do mais, ninguém consegue apreciar uma ilustração com alguém do lado
tagarelando sem parar. Lembre-se do primeiro e fundamental mandamento: não
seja mala.
Também evite ser presunçoso. Provavelmente você ainda não é tão bom quanto
pensa. E, ainda que seja, talvez não seja o suficiente. É importante estar seguro
e confiante na hora da apresentação, mas sem ser pretensioso.
Tente responder sempre objetivamente, seja sincero e evite exagerar ou supervalorizar
o resultado do seu trabalho. E seja paciente, muito paciente. Mesmo que gostem
do seu trabalho você pode não conseguir nada na hora, mas o cliente saberá onde
e em que momento poderá solicitar a sua colaboração.
MOSTREI A PASTA PARA TODO MUNDO E NÃO CONSEGUI NADA
Você é que pensa que não conseguiu nada. Conseguiu sim: a esta altura, seu
critério já está mais apurado. Depois de passar por um monte de gente, você já
descobriu quais são as ilustrações realmente boas, quais as médias, etc.
O pessoal diverge um pouco, mas o que é muito bom e muito ruim aparece
claramente. Isso vale ouro. Aproveite e considere essas observações para melhorar
o seu trabalho e promover ajustes no portfolio.
O que dá origem a uma sub-dica: se for apresentar originais em uma pasta, evite
colar as peças com adesivo muito forte. Colar e descolar vai ser um exercício
constante.
Se for o caso, cuidado também com as peças fotocopiadas: elas soltam um pó que
gruda no acetato da pasta, estragando o portfolio. Se não der para evitar a
fotocópia, experimente jogar um spray fixador nelas. Não resolve de todo, mas
ajuda.

Mas o ideal mesmo seria fazer um print em alta resolução ou então mandar fazer
cópia fotográfica dos trabalhos mais frágeis. Assim preservará os originais
intocáveis.
Nunca deixe a pasta do porfolio no carro: o sol ou o calor deforma completamente
o acetato, e com muito sol o CD também. E se tiver o azar de roubarem o veículo,
além do seguro não cobrir o portfolio ainda existe o risco de o ladrão fazer carreira
com o seu talento. Pensando bem, isso já deve ter acontecido muito.
CONTINUO NA MESMA, MOSTREI O PORTFOLIO E NÃO CONSEGUI NADA
Um portfolio inteiramente renovado (e, de preferência, levando em consideração
todos os conselhos que você recebeu nas primeiras apresentações que fez) é a
melhor desculpa para conseguir uma segunda chance de apresentação com um
cliente. Portfolio igual, sem novidade, nem pensar.
Por outro lado, um jeito simpático de se fazer lembrar, sem amolar ninguém, seria
deixar o CD, ou então mandar pelo correio, para as pessoas que você já visitou,
uma versão impressa e reduzida do seu portfolio. Com nome, telefone e um bilhete
curto. Se pintar uma necessidade no futuro, pode ser que lembrem de você.
HÁ COISAS QUE NÃO SE ESQUECE, SEJA PROFISSIONAL
Finalmente o chamaram para um trabalho, e você aparece como se tivesse acabado
de cair da cama, sem saber o que fazer. Ainda meio perdido? Então evite pequenos
desatres e tente seguir atentamente o seguinte:
1) Pontualidade, sempre. Mesmo que aconteça de o fazerem esperar, tenha
paciência, mas seja sempre pontual. Grandes empresas envolvem muitas pessoas,
e por conta disso as vezes burocracias acontecem... mas não deveria. Afinal, o
profissionalismo tem de haver dos dois lados, de você e do cliente.
2) Leve sempre com você um bloco de papel em branco e uma lapiseira. Durante
a reunião passarão uma porção de informações que você terá de anotar, e de
repente, trocando ideia com o cliente, pode ser que você tenha de fazer um
pequeno esboço para expressar melhor uma ideia. Legal.
Mas nada de bloquinho fuleiro e amassado ou lápis para apontar na hora, por
favor. Imagine você pedindo ao diretor: "Ei, tem um lápis prá me emprestar? E
aproveita, me arruma umas folhas". Aproveite também e pergunte onde é a porta
de saída...
Se esse bloco e lapiseira estiverem em uma pasta pequena, simples mas bacana,
você passará uma melhor impressão. Afinal você deixou de ser amador.
Por mais chata ou enfadonha que seja a reunião, tente olhar para as pessoas que
estão passando o trabalho e nunca, jamais fique de cabeça baixa desenhando
no seu bloquinho.
12
Eu sei, você quer mostrar que sabe desenhar sem referência, mas isso mostra, na
maioria dos casos displicência ou falta de respeito com quem está dedicando seu
tempo com você.
Há dúvidas no enquadramento? Vai facilitar um sketch rápido? Faça. Mas só se
for necessário. Se não vai parecer que você está numa sala de aula desinteressante.
3) Promessa é dívida. O que se combinar em termos de prazos não é da boca
para fora, fica valendo a sério, e você e o cliente vão se programar com o que
ficar combinado. Se você furar, vai ter gente querendo furar você. Mas coloque
sempre em um documento todas as promessas... as suas e as do cliente.
4) Jamais, mas jamais meeeeeeesmo, leve material de uma empresa para outra.
Vai acontecer de você ter duas reuniões em dois clientes diferentes em um mesmo
dia, daí numa reunião passam material para você trabalhar e colocam no envelope
da empresa... então você vai para a reunião seguinte, entra na sala de reuniões
e coloca justamente o envelope da empresa anterior na frente do cliente, que pode
ser um concorrente e inimigo mortal.
Pega mal, muito mal. Ninguém precisa saber para quem você está trabalhando
no momento, e andar numa empresa com material de outra na mão parece tráfico
de informação ou espionagem.
5) Não leve para a reunião bugigangas pessoais. Evite sacos de compras, cachorros,
filmes alugados, presente para a sogra, e muito menos chegar comendo...
Imagine que legal o cliente explicando um trabalho sério e você fazendo malabarismos
com o sorvete derretendo na mão.
6) Celular ligado sim, conversa não. Durante uma reunião é normal acontecer do
seu celular tocar. Peça licença, atenda rapidamente, diga que está ocupado, que
dará um retorno e desligue. Bem profissional.
Mas se o seu celular é daqueles que toca a cada 30 segundos, então um conselho
de amigo: faça como no cinema, desligue o celular antes de entrar. Não se esqueça
que pausas para atender telefone significa tempo que você está tomando do cliente.
CONSEGUI UM TRABALHO. E AGORA?
Lembra do primeiro e fundamental mandamento do ilustrador iniciante? Também
é o primeiro e fundamental mandamento do ilustrador já experiente: não seja
mala. Em especial as editoras ou agências costumam ser lugares sem paredes,
onde as pessoas têm que conviver entre si 12 horas por dia.
Ou seja, inconvenientes incomodam. Diretor ou editor de arte é uma profissão em
que as pessoas têm que se expor muito, então elas preferem trabalhar com gente
em quem possam confiar. Por isso seja legal, e o cliente também será... ou pelo
menos deveria ser.

Evite defender excessivamente um trabalho recusado. Gente que se agarra demais
a uma idéia é porque deve ter poucas. Confie nos mais experientes. Você pode
até ter mais talento que eles, mas, nesse ponto da sua carreira, eles provavelmente
sabem usar o seu talento melhor que você.
Tente não discutir, sem argumentar demais, sem ponderar e, sobretudo, evite
começar frases com "Veja bem".
É importante lembrar: trabalho recusado ou solicitações de alterações é comum
e faz parte do ofício, não é prova de incompetência. Tome nota dos detalhes e
correções apontadas. Se mandarem você refazer, pergunte o motivo e refaça.
Porquê? Leia o segundo e fundamental mandamento do ilustrador...
SEGUNDO E FUNDAMENTAL MANDAMENTO DO ILUSTRADOR:
Resolva problemas e suba. Crie problemas e suma.
O primeiro produto que você vai ter que vender é você mesmo. Seu consumidor,
no bom sentido (ou no mau, a vida é sua) é o cliente. E você só será um produto
útil, desejado e valorizado se resolver problemas para ele. Vamos analisar mais
detalhadamente esta criatura:
O cliente (que pode ser uma editora, uma agência de publicidade, uma produtora,
etc) é um profissional com pressões de todos os lados. Ele vai ser pressionado pelo
faturamento, por prazos, por custos e, às vezes, por uma visão criativa própria.
Se for uma agência de publicidade, então pior ainda, a equipe de criação pressiona
pela aprovação daquela campanha que vai dar prêmio.
Diariamente, toda sorte de pepinos aterrissam na mesa dele, travestidos de "Pedidos
de Criação".
Alguns desses pepinos ele vai repassar para você. Se você souber descascá-los
com talento, rapidez e, ainda por cima, com brilho, você terá no cliente um homem
eternamente grato e que irá querer contar sempre com você.
Você conquistará a confiança do cliente pelo seu talento e profissionalismo,
colaborando com soluções criativas.
Por outro lado, se em vez de levar soluções, você for um pepino ambulante, você
não serve. Se o cliente tiver que perder mais tempo com você do que perderia
fazendo ele mesmo o trabalho, você é apenas um estorvo.

Lembre-se: é muito difícil conquistar a confiança de um cliente, mas para perder
essa confiança e ele nunca mais te chamar é num estalo.
Quanto mais rápido e talentoso for o cliente, mais atenção você vai ter que tomar
com prazos. Se ele resolve com um pé nas costas aquilo que você enrola uma
semana, o próximo pé dele pode ser nas suas costas.
E COM O RESTO DO PESSOAL?
Principalmente, seja humilde. A arrogância inibe opiniões sinceras. Você vai
receber respostas diferentes se perguntar "o que você acha desta ilustração?" no
lugar de "não é genial esta ilustração?".
ANUÁRIOS E LIVROS DE ILUSTRAÇÃO
Os anuários de ilustração, em especial os mais prestigiados (como o americano
The Society of Illustrators) são o registro daquilo que a ilustração produziu de
melhor nos últimos anos no mercado nacional e internacional. Veja, reveja, tome
gosto por cada um deles. Ajuda muito, em pelo menos dois aspectos:
a) você aprende, sem perceber, como dar forma às idéias. O ilustrador iniciante
de talento é alguém que já tem técnica, mas se perde na formulação. Os anuários
são um prato cheio delas. Algumas, de tão gastas e repetidas, já viraram fórmulas,
truques. Mas sempre ajudam.
b) evita que você crie coisas geniais, maravilhosas - mas que já foram feitas (tipo
“Conan”). Embora o anuário mais recente custe uma nota, os mais antigos costumam
ser uma pechincha. Uma busca rápida em sebos pode ser uma boa surpresa.
CULTURA GERAL
Tente correr atrás para arranjar, tem de ser uma iniciativa sua. Mas para começar
a carreira o ideal é que você já tenha, e bastante. Depois, mesmo trabalhando,
a informação cultural tem de continuar a ser reciclada e ampliada, absorvendo
o máximo como uma esponja.
E para esse arranque inicial, é indispensável que você já tenha acumulado uma
boa cultura geral, seja através de vivência, seja através de livros, etc.
Imagine que você é uma bateria. A cultura é sua carga, carregada para a vida
inteira. O processo de criação exige que você gaste esta carga, e se você é uma
bateria fina, vai se esgotar logo. Tomara que você e seus pais tenham investido
na sua educação.
Acredite, esse é o melhor conselho que um ilustrador pode receber.

CULTURA INÚTIL
Se você já se perguntou algum dia para que serve a cultura inútil, a resposta é:
para servir de inspiração. É impressionante o que isso rende. Um dia, saiu uma
notinha sobre um homem que criava um leão no quintal e que esse leão havia
sido roubado.
Virou texto de anúncio de seguradora: "Se os assaltantes não têm medo nem de
leão, você acha que um cão de guarda vai defender seu patrimônio? Faça um
seguro etc". E por aí vai. Fatos dão sabor e consistência a qualquer argumentação.
E propaganda, lembre-se, é argumentação embrulhada para presente, e você
ilustrará isso.
PRÁ QUE TANTA CULTURA? EU QUERO É DESENHAR
Ter cultura geral é importante por muitos motivos, mas por três em especial:
a) quanto maior o seu conhecimento, maior o leque de respostas que você poderá
dar no seu trabalho, e consequentemente à agência ou editora para quem está
trabalhando.
b) quando uma agência ou editora o chamar para uma ilustração, nem sempre
significa que a ilustração já foi criada, mastigada e layoutada para você finalizar.
Muitas vezes existe uma idéia clara mas ainda cheia de arestas e que ficará mais
bem definida numa conversa com o ilustrador. Nessa hora é mais do que importante
as suas opiniões e sugestões para que se tenha o melhor resultado possível. Ou
seja, em várias situações o próprio ilustrador pode ser o responsável por parte
ou toda da própria criação da ilustração.
E criação é associação de conteúdos, quem tiver mais leva a taça.
c) o sucesso profissional de um ilustrador não passa exclusivamente por saber
desenhar ou quanto cobrar, mas fundamentalmente por saber pensar. É preciso
uma dedicação pessoal e intelectual maior do que a média para que muitas outras
portas se abram em vários campos da ilustração, e de tabela, artes plásticas.
SITUAÇÕES A SE EVITAR A TODO CUSTO
Chegou a hora de mostrar maturidade e profissionalismo. Guarde todas as
informações confidenciais de trabalho com você, e só com você.
Não faça tráfico de informações. Não comente fora das dependências do cliente
nada que foi passado a você e que ainda não foi veiculado.

Isso é propriedade do cliente. Nada de conversinhas de bar do tipo: "vocês não
imaginam a puta ilustração que eu fiz hoje". Bico calado até a ilustração sair. Aí,
pode fazer quanto lobby quiser e contar vantagem.
Alguns iniciantes tentam compensar o pouco status inicial com o tráfico de
informações. "Faço ilustração para o cliente tal e fulano que trabalha lá disse o
seguinte...". Alta traição. Um inocente comentário fora do cliente pode colocar
muita coisa a perder, prejudicar empresas, concorrências e prospects.
Além do fato de que os ouvintes, embora possam se aproveitar da informação
recebida, vão pensar duas vezes antes de contratar um fofoqueiro como você. A
propaganda em especial é uma indústria e não está imune à espionagem industrial.
Não facilite. O mesmo vale para editoras.
MUITO EMPENHO NO COMEÇO
Carreiras são como aviões: você precisa de mais força na decolagem do que para
se manter nas alturas. Ou seja, esteja preparado para trabalhar muito nos primeiros
anos, às vezes em horários fora do habitual. É chato, e poderá acontecer depois
ao longo da carreira, mas saber negociar prazos é importane para se evitar
excessos.
RECEBI UMA PROPOSTA MELHOR DE OUTRO CLIENTE NO MEIO DE UM TRABALHO
EM ANDAMENTO

Não mude de cliente, não atrase nem sabote um trabalho em andamento pelo
melhor pagamento de um outro trabalho. Lembre-se que um bom profissional é
acima de tudo aquele que é talentoso, cumpre prazos e é de confiança.
Às vezes ganhar menos em um trabalho em andamento e deixar passar um trabalho
melhor pode ser bom, porque assim você cumprirá com a sua parte e poderá estar
plantando no cliente a confiança dele.
Ao receber uma outra proposta no meio de um trabalho em andamento, não blefe,
não faça chantagens, cabos-de-guerra ou joguinhos espertos com o cliente. Pergunte
para essa segunda proposta se eles têm mais prazo de forma a que você consiga
conciliar os dois trabalhos.
É verdade que com uma proposta de pagamento maior na mão você tem uma
tentação - mas nos outros 364 dias do ano você não tem.
Não costuma ser bom negócio deixar um cliente na mão, trocando-o por qualquer
outra proposta melhor. Se fizer isso com certeza você não colocará mais os pés
por lá.

Se realmente não puder pegar o segundo trabalho, explique que já está
comprometido, eles entenderão. Nesse caso, seria simpático indicar um colega.
E, se o seu ego permitir, não divulgue por aí as propostas que você recusou. Por
educação, nada mais. Você também não iria gostar se alguém saísse espalhando
que não quis nada com você.
Resumindo todo esse papo de escoteiro: no mercado de ilustração você tem que
ser inteligente. Nunca espertinho ou espertalhão.
SÓ ME DÃO TRABALHOS CHATOS. O QUE ELES PENSAM QUE EU SOU? INICIANTE?
Você acha que o cliente vai passar a ilustração mais importante que ele tem para
um desconhecido qualquer? Ainda que eles fossem loucos para fazer isso, seria
um desrespeito para com terceiros envolvidos.
Seus trabalhos irão ganhando complexidade e importância à medida que você
for inspirando confiança. E tem mais: o que parece um osso muitas vezes é um
filé. E um filé muitas vezes é um osso. Depende do seu talento, e permita que o
tempo mostre isso.
UMA PALAVRA DE CONSOLO AOS ETERNOS RECLAMÕES
Os médicos levam uma vida muito mais dura que você. Eles estudam seis anos,
depois mais dois de especialização. No começo, só podem ficar assistindo às
cirurgias de médicos mais experientes, sem fazer nada.
Depois, passam a colaborar nas cirurgias dos outros, sem nenhum crédito. Depois,
passam a operar, mas vigiados de perto. E só depois disso, muitos e muitos anos
depois, é que ficam sozinhos diante de um pâncreas. Tudo isso por um salário
menor do que aquele que você estará ganhando em breve, se tiver talento. E com
muito mais plantões.
Vantagens e desvantagens de um ofício sempre existem e muitas vezes desconsidera
o talento, mas o importante é fazer cada vez melhor o que você escolheu e se
sentir realizado.
PALAVRAS FINAIS
Parece conversa de mãe, mas todo cuidado com a saúde. Junto com o talento, a
saúde é o seu maior patrimônio.
Lembre-se de algo importante: a vida de ilustrador é igual a de motorista de táxi,
quando o carro quebra o motorista fica sem trabalho.

Como a vida de ilustrador é essencialmente a de free-lancer, então quando ficar
doente não vai ter patrão pagando salário enquanto você está de cama, nem
ninguém para garantir o seu sustento, e imobilizado não tem talento que resolva.
Você vai ficar por conta própria.
Portanto cuide-se bem e carinho com você próprio.
POR FIM...
Às vezes o trabalho é osso, chato, difícil e complicado - até você amaciar com o
seu talento. Aí ele fica legal.
Mas muitas vezes o prazer do trabalho é enorme, em especial quando acontece
aquela química rara entre todos os envolvidos: ilustrador, o cliente, a empresa,
as pessoas envolvidas e o produto. É difícil ter todos esses fatores a favor, mas
quando acontece é uma sensação ótima.
Se pelo menos conseguir essa química entre você e o cliente já é meio caminho
andado.

4- GUIA TÉCNICO
AS FERRAMENTAS
Bem, falar de ilustração é falar também do material de ilustração, e só isso é
motivo para conversa durante dias, porque a quantidade de opções disponíveis
é quase incontável.
Mas basicamente podemos separar em duas grandes áreas: 1- material tradicional
(tinta, pincel, papel, etc); 2 - material digital (computador, software, etc).
MATERIAL TRADICIONAL
Ao contrário do que muita gente pensa, em especial os iniciantes, ainda hoje se
usam muito os materiais tradicionais para ilustrar, que são tão variados quanto
os filtros de um Photoshop: inúmeros pincéis, uma variedade absurda de papéis,
tintas de todos os tipos, materiais de apoio desde o mais simples lápis até
retroprojetor, sem esquecer do bom e velho aerógrafo.
Uma grande vantagem do material tradicional é que se costuma ter uma certa
personalidade no resultado do trabalho e no estilo final (afinal é você que está
pintando, e não um filtro pronto do Photoshop), além de um ar mais artístico. A
desvantagem é que é preciso saber mexer com esse material todo, tão difícil ou
mais que um computador.
Basta uma olhada rápida nos grandes ilustradores da década de 40 e 50, em
especial os americanos (por exemplo Gil Elvgren ou Norman Rockwell), e vai
perceber que é muito difícil se conseguir resultados daqueles em um computador.
Não é função deste guia entrar em detalhes técnicos sobre o material a se usar,
como usar e nem os efeitos que se conseguem, isso é função de um bom curso de
artes, quer seja numa escola quer seja em livros, mas é fundamental que todo
ilustrador conheça um pouco desses materiais, afinal conhecimento não ocupa
espaço e só ajuda na nossa área.
Fazer uma visita a uma grande loja de material artístico e ficar horas lá vasculhando
em tudo o que se tem é quase que um parque de diversões para adulto, e no final
deste guia há uma série de links onde se pode encontrar um pouco mais de
informação necessária nessa área.
MATERIAL DIGITAL
Falar de ilustração nos dias de hoje e não falar de computador soa quase que
estranho, de tão interligados que estão, afinal o mundo todo está conectado a um
computador. As próprias agências e editoras praticamente exigem material digital
uma vez que o formato é mais fácil de se trabalhar, poupa tempo e é mais versátil.

Além disso, a computação gráfica trouxe uma velocidade enorme na produção
da ilustração, e trazendo junto a capacidade de se criar efeitos rápidos que antes
no pincel poderiam demorar horas, ou dias.
A quantidade de programas hoje disponíveis para se trabalhar com ilustração é
enorme, sem falar nos filtros de apoio, mas basicamente temos duas vertentes:
a) a ilustração 2D (duas dimensões); b) a ilustração 3D (três dimensões).
Para o 2D existe o programa mais usado, mais conhecido, mais flexível e mais
importante do mercado, o Photoshop. Quase todos os outros programas interagem
com ele de alguma maneira, isso se for preciso outros programas, porque hoje
só o Photoshop sozinho já provoca um estrago daqueles. Mas existem outros,
como o Corel Painter, FreeHand, Illustrator, Corel Draw, etc.
Para o 3D também existe uma infinidade de programas, uma vez que cada vez
mais se exige imagens em 3D, e para isso existe o Maya, 3D Max, Z-Brush, etc.
Mais uma vez, falar de cada programa e suas variantes (por exemplo, pixel ou
vetorial) cabe a um curso e não a esse guia, por isso corra atrás (mais uma vez,
no final deste guia haverá links interessantes para ajudá-lo).
Além disso, mais adiante no ítem "Documentos de Importância para o Ilustrador"
há a indicação do livro "O Mundo Gráfico da Informática", com absolutamente
tudo o que precisa saber sobre a parte técnica da informática. Esse passará a ser
o seu livro de consulta mais importante (depois do Guia dos Ilustradores).
Vá lá agora ler e depois volte rápido para este ponto.
NÃO ENTENDI NADA, AFINAL EU DEVO USAR MATERIAL TRADICIONAL OU DIGITAL?
Hoje em dia um bom ilustrador responderia: os dois. Nada impede que se use os
dois materiais juntos, aliás até convém. Pode começar a ilustração à tinta, scannear
e finalizar no computador. O seu trabalho vai se tornar mais interessante, mais
personalizado, mais rico e com mais opções de efeitos.
Além disso, mesmo que opte por trabalhar só com material tradicional, no final
convém entregar o trabalho já scanneado para a agência. Facilita na visualização
prévia por e-mail, agilizando o processo, vai poupar muito tempo e dinheiro da
agência ou editora e manterá o original sempre com você.
Aliás esse tópico dava quase que um livro à parte, mas rapidamente é preciso
entender que você está vendendo o direito de uso de imagem para um cliente, e
não o original em si.

Assim, se você entregar um original em papel este sempre deve ser devolvido e
sempre pertencerá ao ilustrador, já que o que foi negociado é a veiculação da
ilustração, e não o material físico. Veja no final deste guia os documentos relativos
ao direito do autor.
NÃO VEJO A HORA DE ILUSTRAR, MAS QUAIS SÃO AS ÁREAS DE ATUAÇÃO?
A boa notícia: são várias as áreas de atuação hoje em dia para um ilustrador.
Para começar, o óbvio, dá para se trabalhar em publicidade junto às agências
ou então entrar no mercado editorial, são as áreas mais tradicionais e conhecidas
que envolvem ilustração.
Mas também existem as produtoras de tv (fazendo conceptboards ou storyboards),
trabalhando em desenho animado (na área de conceptboards e cenários), em
estúdios de design (na concepção de peças), em estúdios de games (na criação
do visual todo envolvido) e muitos outros.
Mesmo o trabalho em si pode variar muito, desde arte técnica a storyboards,
layouts, hiper-realismo, foto-realismo, concept art, quadrinhos, cartoons, cenários,
personagens, grafismo, embalagens, posters de cinema, food-illustration, wild-life
illustration, medical-illustration, etc.
Com uma certa experiência também é possível entrar na área de tratamento de
imagem em fotografia, já que os conhecimentos de ilustração podem ajudar nesse
sentido.
A má notícia: concorrência. Em todas as áreas tem sempre muita concorrência.
Então não perca tempo, releia este guia desde o começo mais uma vez para que
não deixe escapar nada e esteja preparado.
E boa sorte!

5- ORGANIZAÇÃO E TRABALHO
COMEÇANDO NA VIDA
A primeira coisa para ser um profissional é... ser profissional. E para isso, uma
coisa é fundamental: abrir uma empresa. Isto acontece porque vai ser necessário
passar nota para receber de clientes, e de qualquer centavo que você receber vai
ter de pagar impostos.
Esse negócio de comprar nota, fazer "frila", pegar "trampo", fazer "ilustra", dando
uma de mestre das gambiarras é coisa de amador, e lugar de amador é fora do
mercado.
Se tem cliente, tem dinheiro na parada e tem prazo pra entregar, o ilustrador não
é amador, é profissional, mesmo que se recuse a admitir isto.
E para se abrir uma empresa, não importa qual seja (existem várias opções), tem
de se fazer um pequeno investimento inicial.
EVITE NOTA COMPRADA
Hoje em dia só clientes que não são sérios aceitam nota comprada de terceiros.
O cliente sério sabe que pode acontecer uma auditoria fiscal a qualquer momento
em sua empresa, e aí todas as notas improcedentes podem causar sérios problemas,
tanto para ele, como para o prestador de serviços e para quem vendeu a nota.
Para evitar estes problemas, alguns clientes grandes exigem o preenchimento de
um cadastro detalhado de seus fornecedores, inclusive com uma xerox de um
cheque em branco, que por mais estranho que possa parecer, é um procedimento
legal, que comprova que a nota fiscal corresponde a uma conta bancária empresarial
da mesma pessoa.
Não há como receber destes clientes sem ter cadastro, empresa e conta empresarial,
é simples assim.
Portanto, com seu número de CNPJ em mãos, você pode (e deve) ir a um banco
e abrir uma conta empresarial, que tenha os seguintes serviços: sistema de
lançamento de boletos bancários diretamente do seu computador e gerenciamento
online de contas a receber.
Ao enviar boleto bancário você se torna prioridade no departamento de contas,
e nunca mais terá que ficar esquentando cadeira na sala de espera para receber
seu cheque, e reduzirá a zero a possibilidade de atrasos e calotes.
Basta conferir pelo site do banco se o pagamento foi efetuado. Isto é ou não é a
melhor situação possível, depois do trabalho entregue?

E um detalhe importante: se não vai comprar mais nota com sua nova empresa
aberta, é claro que não deve vendê-las pelos mesmos motivos.
Além do perigo de uma auditoria rastrear sua nota fria e te pegar na curva, você
pode estourar seus limites anuais de faturamento, o que transformariam sua ME
(micro empresa) em EPP (empresa de pequeno porte) por um ano, onde suas taxas
seriam consideravelmente maiores, voltando a ser ME no ano seguinte.
Estourando os limites por dois anos seguidos, o processo é irreversível, e ME nunca
mais, dando adeus a cobrança do SIMPLES (categoria de imposto reduzido) e
todos os benefícios de ser ME.
INVESTINDO NA EMPRESA
O investimento necessário para se tornar um profissional no nosso ramo custa
menos que uma placa de vídeo, e este investimento mínimo se paga com qualquer
trabalhinho feito na virada da noite.
Com certeza, a abertura de sua firma e a manutenção do contador, serão pagos
com alguns poucos dias de trabalho.
O valor pago ao banco para a emissão de boleto é absolutamente ridículo.
Gasta-se mais em conversa telefônica com um cliente do que em lançar um boleto
de R$ 4,50 para ele no final do trabalho. É incrível, mas apesar disso, muita gente
insiste em se manter no amadorismo e evitar à todo custo ter uma empresa.
Não adianta, se quiser entrar no mercado pra ganhar qualquer dinheiro com este
ofício, tem que investir. O tempo investido e o risco em tentar dar chapéu, inventar
gambiarra, fazer trambique, poderia ser muito melhor aproveitado investindo em
profissionalismo, estudos, cursos, etc, caminhando em direção ao desenvolvimento.
CONTADOR, O SEU MELHOR AMIGO
Portanto, para começar, a primeira coisa que você tem de fazer é procurar um
bom escritório de contabilidade que deve ser indicado por algum colega seu que
já tenha empresa. Como em toda atividade, há bons e maus profissionais, e é
melhor começar direito, com gente séria e de confiança.
Converse com este contador, pergunte sobre todas as opções de se iniciar no
trabalho, sobre as vantagens e desvantagens de cada opção, sobre a inclusão
de sua atividade no SIMPLES, e, apesar de ser facílimo abrir uma empresa, pergunte
ao contador sobre as condições e custos envolvidos ao se fechar uma empresa.
Não que alguém abra uma empresa para fechar, mas é parte do processo, e é
preciso saber como começar e terminar uma atividade comercial para não ficar
com pendências jurídicas e financeiras no futuro.

SAIBA SER ORGANIZADO. TEMPO É DINHEIRO
.
Para ser um bom profissional você precisa saber, entre outras coisas, como cuidar
bem do seu tempo. A vida de free-lancer é aparentemente tentadora, sem horário
fixo, com todo o tempo do mundo para se fazer o que quiser, na hora que quiser.
O que você faz da sua vida é da sua conta, e como consegue gerir a vida pessoal,
a farra e o trabalho também é da sua conta, mas tente conciliar tudo de forma
que os prazos combinados não estourem.
Cada um tem o seu jeito e método próprio de trabalhar, e você terá de formar o
seu, e a partir daí se organizar dentro do seu estilo para que os prazos sejam
sempre cumpridos. Pontualidade é fundamental.
Por isso, independentemente do seu estilo de trabalhar, procure ter organização.
Vida de free-lancer não é quartel ou mosteiro, e nem tem que bater cartão com
horário fixo, mas também não é só farra. Tente, na medida do possível, estabelecer
um horário de trabalho para você, com uma certa flexibilidade.
CRIANDO UM CRONOGRAMA
Estabelecendo um horário, crie um cronograma, um mapa simples em um A4 ou
A3 mostrando os dias da semana divididos por horas, e pendure na parede bem
em frente onde você trabalha, e anote nele todas as tarefas que deve fazer.
No começo você pode fazer um cronograma de uma semana, depois com o
aumento do volume de trabalho faça um cronograma de 2 semanas seguidas, e
mais para frente com certeza vai precisar de um cronograma para o mês todo.
Assim você se mantém sempre atualizado sobre reuniões, tarefas, datas especiais
(como prazos de anuários), e entregas de trabalho.
Otimização de tempo durante o trabalho significa mais tempo livre no fim de
semana. E mais tempo para a sua vida social.
Para esse cronograma, quem utiliza o Outlook tem uma ferramenta "agenda" onde
você coloca as tarefas e ele organiza diretamente num calendário. No Mac também
tem algo semelhante, o iCal.
Um bloco de notas e uma caneta básica sempre ao lado do telefone é indispensável,
onde uma quantidade enorme de informações podem chegar via telefone e você
com certeza não vai lembrar de cabeça depois.

Outra organização importante são os Contatos. Manter uma lista de contatos
atualizada é importante para vários fins, seja o telefone direto do diretor de arte
ou o endereço da agência para qual você quer mandar material promocional.
Uma sugestão é usar o programa Plaxo junto ao Outlook (www.plaxo.com), que
é uma mão na roda pois sincroniza automaticamente as mudanças de seus contatos.
Manter os cartões organizados naquelas pequenas caixas organizadoras também
é interessante, sejam cartões de clientes, gráficas, colegas ilustradores, etc. Você
sempre irá precisar.
E a última (e talvez a mais importante) é a organização de um Livro-Caixa,
mantendo-o sempre atualizado, com os trabalhos que você está fazendo, as notas
fiscais que deverão ser passadas, datas de pagamento, impostos retirados... ou
seja, uma visão geral de seu mês e quanto você tirou nele. Afinal não recebemos
de forma pingadinha em dia certo.
Uma boa forma de manter um livro caixa é usar o programa Excel. Ajuda que é
uma beleza... mas sendo organizado, para começar um simples caderno já ajuda.
EU.COM
Já falamos antes aqui no Guia sobre a apresentação do seu portfolio. Você
apresenta os trabalhos, recebe tapinha nas costas, vai embora e... o que acontece
depois? Depende de como você estiver organizado.
Além da apresentação do material, uma outra maneira de manter o cliente
atualizado sobre seus trabalhos é manter um bom site com portfolio online. E assim
como seu portfolio físico, este deve ser direto e consistente, senão mais, pois você
não estará presente durante a apresentação.
Existem dois tipos de clientes que navegarão no seu site: os Heavy Users, gente
que sabe tudo de tecnologia e internet, e os Comuns, pessoas pouco envolvidas
com tecnologia, talvez com altos cargos e/ou que não estão ligadas diretamente
à criação.
Apesar do diferente nível de conhecimento os dois têm algo em comum: ambos
não têm mais tempo e paciência para longas introduções de flash, nem pirotecnias
desnecessárias em seus browsers.
Por isso, seja direto. O cliente quer ver o SEU trabalho, não o que seu amigo
programador pode fazer. Seja claro na apresentação do site, com um bom design
e informações fáceis de se achar, como sua galeria. Seus contatos também devem
ter fácil acesso, afinal você quer ser achado, correto?
O mais interessante de se ter o portfolio online é que ele trabalhará por você
diariamente. Um número absurdo de pessoas poderão chegar ao seu site sem que
você saiba e uma delas pode ser aquele cliente que você precisa, sem você saber.

E O BLOG?
Hoje as pessoas estão já acostumadíssimas com o formato blog, mas diferentemente
do seu portfolio físico, use-o para apresentar o inusitado, um rascunho de um
trabalho que acabou de ser publicado, um passo a passo de uma ilustração que
você achou bacana e por aí vai. A maioria dos ilustradores hoje têm seus sites e
ainda diversos blogs que são uma extensão de seus portfolios.
A melhor dica é navegar pelos sites de seus ilustradores favoritos e ver como cada
um resolveu o seu. Identifique o que você gosta e o que você não gosta e comece
a pensar no seu próprio.
IDENTIDADE VISUAL
Você pode não achar importante, mas quando for apresentar o portfolio, em
especial no começo da carreira, as pessoas vão se lembrar de você como “o cara
que trouxe aquele portfolio bacana... como ele se chama mesmo?”.
Entendeu? A escolha do nome com que quer ser conhecido é importante. Acredita
em numerologia? Tudo bem, desde que seja um nome bacana, sonoro e fácil de
lembrar.
E diferente também de algum outro ilustrador ou pintor que já exista. Parece básico,
mas muita gente já mudou de nome no meio da carreira por vários motivos: nomes
associados a piadas, nomes de artistas famosos ou simplesmente nomes muito
comuns.
"Poxa, mas é o meu nome!" Tudo bem, Uérslei Adernilson Wandergulho, mas
concorda que é um nome meio comprido e complicado de lembrar? Escolha algo
mais curto e simples, e pronto, caso encerrado.
O conteúdo você já tem, o nome também, e também uma boa marca, agora só
falta a embalagem. Sua postura, que já falamos várias vezes nesse guia, diz quem
você é.
Não precisa de gravata para parecer "o experiente", nem precisa aparecer
carregado de piercings para ser mais cool. Mas, querendo ou não, vai ser avaliado
pelo conjunto que você é: suas roupas, sua postura e seu modo de falar.
Seja profissional e evite certas gírias: trampo quem faz é office-boy, bico quem
faz é camelô e frila quem faz é garoto de programa, por isso respeitar o próprio
trabalho é o começo de uma postura profissional. O que fazemos é ilustração.
Um cartão pessoal bacana, impresso em gráfica ajuda. Nada de impressora
caseira jato de tinta que borra com a primeira gota d’água, nem anotar o número
dos telefones num pedaço de guardanapo.

CONCURSOS
Os concursos podem ser uma faca de dois gumes. Participar em concursos nacionais
e internacionais relevantes e ser premiado costuma ajudar a cortar um baita
caminho na árdua tarefa de conseguir a primeira publicação. Isso é garantido.
Mas... e sempre tem um mas... ficar só participando de concursos e virando
figurinha conhecida neles, sem publicar ou ganhar nada, pode ser propaganda
negativa para você. Lembre-se que as pessoas que contratam ou influenciam no
meio em que você quer trabalhar muitas vezes são jurados nestes concursos.
O mesmo vale para quem só "publica" em blogs ou coisas parecidas.
VOLTANDO AO TEMA DA SAÚDE
Já se falou sobre o cuidado que se deve ter com a saúde, não se esqueça da
história do motorista de táxi. No entanto, devido à pressão dos prazos, do tipo
de trabalho que executamos, má postura e às vezes por descuido mesmo, acabamos
relaxando e acordando no dia seguinte com muitas dores nas costas, nos olhos,
nos braços, além da bunda quadrada depois de uma noite inteira ilustrando.
O computador veio piorar essa situação, forçando mais a visão e criando situações
como LER (Lesão por Esforço Repetitivo) devido ao uso contínuo do mouse. E
acredite, os problemas são sérios, muito sérios.
Por isso não poupe dinheiro numa boa mesa e na cadeira de trabalho, uma
poltrona adequada e confortável vai fazer você poupar muito dinheiro em médico.
Iluminação adequada também é importante, e uma pausa de vez em quando para
literalmente esticar as pernas faz milagres.
Ilustradores que passam muitas horas, às vezes dias seguidos ilustrando sentados
na mesma posição, principalmente com as pernas dobradas, podem sofrer o
equivalente nas companhias aéreas ao chamado "Síndrome da Classe Econômica"
Ou seja, ao ficar muitas horas na mesma posição com as pernas dobradas pode
trazer alguns danos nos vasos sanguíneos e consequentemente nas pernas, e em
casos mais graves pode chegar a ocorrer uma trombose.
Caso utilize computador, o problema relativo ao mouse pode ser contornado,
dependendo do tipo de trabalho que você faz. Uma solução é a Wacom Tablet
(a mesa digital), mais semelhante ao uso normal de um lápis, e portanto mais
confortável na mão do que o mouse.
Aqui fica uma sugestão: a cada duas horas faça uma pequena pausa, se estique,
espreguice, caminhe até a cozinha, relaxe um pouco, espreguice de novo e volte.
Só isso garantirá que a máquina continue trabalhando sem grandes problemas.
E você achava que ilustrar não era profissão de risco.

COMO NEGOCIAR

Essa é a parte mais difícil mas essencial e que define um ilustrador profissional.
Saber negociar significa antes de tudo valorizar o seu trabalho e a você próprio
como profissional e junto ao cliente que o contrata. Não se esqueça, apesar da
paixão e do amor ao desenho, estamos falando de negócios.
Ser um grande e talentoso artista mas um negociante tímido e inocente fará de
você um grande e talentoso inocente, presa fácil na mão de qualquer cliente mais
esperto.
PEQUENAS DICAS, GRANDES NEGÓCIOS
1) Nunca faça um trabalho de graça. É uma armadilha comum um ilustrador
iniciante estar com a maior vontade do mundo em publicar algo só pra mostrar
lá em casa (e para ele mesmo) que desenhar pode dar prestígio e dinheiro.
Portanto pode acabar aceitando propostas estranhas disfarçadas de oportunidade,
como o de anuários picaretas ou revistas com propostas como "Mande seu trabalho
de graça e publicaremos no nosso livro" ou "faça uma ilustração para nós (de
graça) e você ganhará em prestígio", e assim morrer de orgulho de finalmente ter
um trabalho seu publicado.
Você só não nota que ao fazer isso alguém está ganhando (de verdade) em cima
do seu trabalho. E você estará colocando um carimbo de "trabalho por qualquer
coisa" e essa mensagem pode acompanha-lo por muito tempo.
É verdade que existe alguns grandes anuários que funcionam exatamente dessa
forma: você manda de graça (a não ser pela taxa de inscrição), eles publicam,
vendem e você não ganha um tostão em dinheiro vivo, mas são anuários
mundialmente reconhecidos (como o já citado The Society of Illustrators ou do CG
Society). A diferença é que nestes existem critérios de avaliação, uma banca de
jurados altamente profissionais de seleção e reconhecimento real no meio e projeção
no mercado profissional. Aprenda a indentificar os melhores anuários dos picaretas.
Trabalhar também por algo miserável não ajuda muito, é preciso saber se valorizar.
É compreensível e até certo ponto justa a idéia de que, por ser iniciante, pode-se
oferecer um valor mais baixo para se cativar clientes e entrar no mercado.
Mas é preciso entender que esse valor mais baixo não pode - nem deve - ser tão
baixo a ponto de não pagar nem a despesa. Cobrando sempre tão baixo vai ter
com certeza muito cliente, até o dia que você precisar subir o preço para algo
justo, daí no mesmo dia você deixa de trabalhar para esses mesmos clientes.

Além disso, cobrar excessivamente baixo é uma prática comercial desleal chamada
"dumping" (procure na net as definições mais detalhadas), mas basicamente é
cobrar 5 por uma camisa que para fabricar custa 20 e é vendida a 50 no mercado.
Ninguém deveria cobrar menos do que o preço de produção, mas muita gente
faz isso para quebrar o mercado e, uma vez sozinho, então subir os preços. É
mais ou menos o que acontece hoje com os produtos importados chineses.
Mas lembre-se, dumping é um método do qual pode dar problemas na justiça, por
isso tente reconhecer no mercado quais os valores mínimos a se trabalhar.
2) Aprenda a reconhecer quanto vale o seu trabalho. É dificil, porque não estamos
falando sobre vender peixe ou pãozinho, cada trabalho é um caso isolado e terá
um preço diferente, e terá uma série de fatores a se levar em consideração (tamanho
do cliente, onde será veiculado, durante quanto tempo, em que veículos, dificuldade
de execução, prazo, etc).
A melhor maneira de se começar é sabendo qual é o valor MÍNIMO de uma
ilustração, e para isso existem tabelas de preços de associações ou sindicatos.
Faça uma consulta, e melhor ainda, converse com vários colegas, eles darão
preços diferentes, mas dentro de uma certa margem. Só então você poderá
reconhecer uma média de valor e, em comparação com outros colegas, saber
escolher um valor para o seu trabalho.
3) Quando pedirem um orçamento urgente, se possível tente evitar um orçamento
dado na hora à queima roupa, sem experiência isso pode vir a ser um completo
desastre. Peça algum tempo, se possível para o dia seguinte, para que possa
avaliar bem o material que tem em mãos, e se mesmo assim não souber dar um
valor terá tempo para conversar com um colega mais experiente para orientá-lo.
4) Procure sempre fazer um contrato, mesmo que simples, com indicações de
prazos, datas de entrega e de pagamento e observe sempre os direitos autorais
envolvidos. A arte original é do artista por lei e por isso o melhor é sempre entregar
o trabalho gravado em um CD e evitar passar originais para quem o contrata.
5) Saber dizer sim e saber dizer não. Já se disse lá atrás no Guia que você deve
ajudar o diretor de arte a conseguir soluções, e não problemas. Isso não significa
que você tenha de dizer sim a tudo. Aceitar todos os trabalhos que aparecer só
para mostar que podem contar sempre com você é um risco, se caso você não
tenha tempo para fazer tudo.
Dizer “Sim, podem contar comigo em tudo” e depois atrasar o trabalho por já ter
outros compromissos é arriscar o seu nome, e a mensagem que você acaba
passando é “Não, nem sempre dá para se contar comigo”.
Por isso, aprenda a dizer não quando simplesmente não dá. Coisas da vida.

Mais adiante neste Guia, no ítem "Documentos de Importância" você encontrará
detalhadamente tudo o que for necessário para saber mais sobre valores, documentos,
propostas, direitos, etc.
ETAPAS
Você já venceu diversas etapas: aprendeu a ilustrar, a fazer uma boa apresentação,
conseguiu apresentar seu portfolio e acaba de ser chamado pelo cliente para orçar
um trabalho.
Esse primeiro encontro é extremamente importante, e como já se disse você deve
ser cuidadoso, mas não se sentir intimidado. Assim como seu trabalho é desenhar,
e você quer ser pago para isso, uma das funções da pessoa que está na sua frente
é NEGOCIAR, e ela é paga para isso.
Veja que seu interlocutor já está em vantagem, porque ele já está ganhando
dinheiro da empresa e você ainda não.
APRENDA A NEGOCIAR
Se você vai dar um orçamento pela primeira vez, tenha a certeza de que a primeira
coisa que será dita pela pessoa que o vai contratar é: "Nossa verba está curta,
faça um bom preço agora e daremos muito serviço depois."
Não importa o preço que você der, provavelmente ele dirá que está caro e que
outros ilustradores fazem por menos, mas que ele prefere fazer com você e vai
repetir o argumento: "Nossa verba está curta...”
Saiba que 101% dos clientes dizem isso na primeira vez, mas não falam por mal,
a função deles é conseguir um bom ilustrador, e se possível pelo menor preço.
O problema é que 99% dos ilustradores acabam aceitando.
Às vezes até estão mesmo com o orçamento curto, mas muitas vezes não passa
de choro. Mas o chato é que quase sempre aquele trabalho que viria depois nunca
aparece.
Com uma simples e gratuita busca - “negociação” ou “negociar” - no Google, você
vai aprender a negociar. Com toda certeza o tempo investido trará um excelente
retorno em seus contatos profissionais
Para um ilustrador, saber negociar é tão importante como saber ilustrar.
De nada adianta você ter um trabalho tecnicamente de alto nível se ele não for
valorizado. E valorizar o seu trabalho só depende de você.
Aprenda a negociar se quiser viver de ilustração profissional.

DIÁLOGO 1
Segue um diálogo fictício entre um cliente e o ilustrador também fictício Luis Trador,
mas um diálogo bastante comum no dia a dia e que pode ser bem real:
- Bom dia, Luis Trador. Gostaria de saber quanto você cobraria por 2 ilustrações
de um carro, para X mídias, por X períodos, mercado nacional. Mas eu preciso
de um valor agora mas com um preço baratinho, prá gente fechar já (a "pressa"
é para pressionar o ilustrador a se decidir sem ter tempo para raciocinar ou fazer
uma pesquisa).
- Bom dia. Eu cobraria (o ilustrador está dando margem para um desconto, já que
usou "cobraria", ao invés de "cobro") R$6.000,00 pelas duas, R$3.000,00 por
cada. Este valor estaria dentro da sua verba? (novamente o ilustrador dá uma
brecha para o cliente negociar).
- Hmmm... minha verba é de R$4.000,00. Poderíamos fechar por esse valor (note
que ele não pergunta, ele afirma). Minha verba é restrita, mas o trabalho é bem
tranquilo de se fazer (o cliente nunca diz que o trabalho será complicado nem que
ele será exigente para aprovar).
Eu até tenho um orçamento de um outro ilustrador abaixo da verba, mas faço
questão de passar esse trabalho para você (enche a bola do ilustrador pra pegálo
pelo ego, mas colocando-o contra a parede, deixando-o inseguro).
- Ok. Fechamos então por este valor (com medo de perder o trabalho para o outro
suposto ilustrador). Um abraço.
- Alô Luis. Resolvemos colocar mais ilustrações de carros, agora serão 6 (o cliente
já sabia que eram 6 desde o começo). Quanto você faria pelas 6 ilustrações? Faz
um desconto legal, porque nossa verba já era restrita...
- Dá pra fazer por uns R$9.000,00 (o ilustrador deu um desconto em cima de um
valor já com desconto).
- Hmmm... É muito acima do que os R$4.000,00 que temos de verba. Vamos
fechar por R$8.000,00, vai? Eu me viro para aumentar a verba que eu tinha. Vou
ter que falar com os sócios aqui para convencê-los a dobrar a verba, mas eu dou
um jeito
- Beleza! Fechado! Um abraço.
- Alô, Luis. A verba aqui tá complicada. Cheguei até a discutir com meus sócios,
porque sei o valor do seu trabalho (se mostra amigão e do lado do ilustrador).
Quanto você faz sem nota?

- Dá pra fazer por uns R$7.200,00 (nunca caia nessa, não passar nota é crime
de lesa-pátria e pode dar problemas)
- Ahhh, vamos arredondar isso para R$7.000,00 e fechamos (mais um desconto
conseguido).
- Beleza! (o ilustrador já está cansado e aceita tudo para fechar logo o trabalho).
- Só que não consigo pagar numa tacada só. Dá para quebrar em 3 vezes? (ele
já chuta alto).
- Aí não dá. Dá pra fazer em duas no máximo (o Luis Trador acha que está sendo
durão na negociação).
- Fechado! Vai ser um prazer trabalhar com um profissional como você (enchendo
mais um pouco a bola do ilustrador).
Moral da história: O Luis Trador fechou 6 ilustrações por R$7.000,00 (R$1.166,00
cada), quando o valor inicial seria de R$18.000,00 (R$3.000,00 cada). Ele vai
trabalhar mais e ganhar menos.

DIALOGO 2
Um outro diálogo fictício, mas que pode ser bem real:
Cliente:
- Oi, eu queria um logo pra empresa que estou abrindo. Ouví dizer que sai por
uns duzentinhos. Quanto você cobraria?
Designer:
- Depende. Para o que o senhor quer o logo?
Cliente:
- Ora essa, para usar nas coisas da minha empresa.
Designer:
- Coisas...?
Cliente:
- Cartões, notas, catálogos, website, uniformes, fachada, etc.
Designer:
- Entendo, mas para quê o senhor quer por um logo em tudo isso?
Cliente (já estressado):
- Ora, para todo mundo reconhecer minha empresa, para as pessoas verem esse
logo e imediatamente saberem que é minha empresa, tipo a Nike ou a Coca-Cola.
Designer.:
- Ué, mas o nome não é o suficiente? O senhor precisa gastar mais para ter um
desenhinho no cartão e na fachada?
Cliente (possesso):
- Caramba, mas que diabo de designer é você? É lógico que precisa ter uma
marca, um logo, uma imagem, que todo mundo vai lembrar e que vai me ajudar
a vender mais. Que vou poder pôr apenas isso em um monte de lugares e vai ser
o suficiente para se fazer um marketing viral e vou economizar muita grana em
anúncio e propaganda. Que todo mundo vai olhar e lembrar dos meus produtos.
Designer:
- Então o senhor sabe muito bem o valor do que quer e do que está pedindo. Sabe
que um logo bem feito não é só um desenhinho e que vai agregar valor a sua
empresa e consequentemente aumento de vendas e faturamento. O senhor está
adquirindo um produto tão importante quanto as suas máquinas e seus funcionários
pois vai ser a cara, a identidade visual do seu negócio. O valor é R$ 5.000,00.
Moral da história: é importante que o cliente reconheça o valor e a importância
do trabalho pedido, o que muitas vezes não acontece.

6- DOCUMENTOS DE IMPORTÂNCIA
 
1) “O MUNDO GRÁFICO DA INFORMÁTICA” - de Dario Pimentel Falleiros / Editora
Futura.
Esse livro é indispensável, coloque como prioridade máxima na sua próxima
compra: http://www.mundografico.com.br
É o mais completo livro sobre produção gráfica, editoração eletrônica, design
gráfico, arte digital e informação em geral nessa área disponível no mercado,
nele você tem absolutamente tudo o que é preciso para saber e em detalhes sobre
a parte técnica envolvendo informática. Vai desde a definição de bits até os mais
modernos métodos de impressão, passando por glossário, tipos de equipamentos,
programas, formatos de imagem, tabelas de preços, tipografia, etc, além de muitas
indicações de links extras.
Será a sua bíblia de consulta técnica. Idolatrar este livro não seria exagero.
2) DOCUMENTOS DE ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL - SIB
A Sociedade dos Ilustradores do Brasil - SIB tem em seu site um importante material
de consulta sobre orientação profissional, onde explicam detalhadamente sobre
Código de Ética, Lei de Direito Autoral, Orçamento Padrão, vários CCDA/Contrato
de Cessão de Direitos Autorais (abrangendo utilização em livro, criação de
personagens, ilustração publicitária, layout publicitário e revista).
Todo o material está disponível gratuitamente no site da SIB http://www.sib.org.br,
pode ser consultado on line ou ser feito o download de todo o material e não é
necessário ser membro para se fazer a consulta.
3) TABELA DE PREÇOS
Originalmente se pensou em colocar aqui uma tabela de preços de forma que
ajudasse a todos a se ter uma idéia de valores... mas o tempo passa, e em algum
tempo com este Guia circulando os preços poderiam se tornar defasados. Portanto
deixou-se de lado essa questão... mas... nem tudo está perdido!
Caso necessite de ajuda nesse sentido, consulte o site da Sociedade dos Ilustradores
do Brasil - SIB ou da Associação dos Cartunistas do Brasil - ACB e lá encontrará
orientação. Também consulte o site de alguns ilustradores renomados, muitos deles
mantém tabelas de preços on line, ou simplesmente telefone para alguns colegas
experientes pedindo ajuda.
4) “GRAPHIC ARTIST GUILD
Um dos mais completos guias internacionais voltado para os artistas gráficos
http://www.gag.org

5) "PROPOSTA DE VALOR"- Como formular ofertas imbatíveis adequadas às
necessidades e à forma de negociar com cada cliente - Editora Quantum
Livro que ensina ótimas táticas de como levar uma negociação com sucesso até
o fim com todo tipo de cliente.
6) ORÇAMENTO
Documento que será criado por você, para atender o pedido do cliente sobre
custos do seu trabalho. Não existe um formato padrão, mas informações básicas
tem de constar lá. O mínimo que deve contar seria algo assim (o texto em vermelho
seria o que você deve preencher com os dados reais):
(nome do estúdio ou do ilustrador)
PROPOSTA DE ORÇAMENTO
Local, dia de mes de ano
Cliente: xxx
Produto: xxx
Ref: Orçamento de ilustração
A/C: xxx
Agência: xxx
Descrição: 1 ilustração de ”xxx” em técnica digital, tamanho 30X40 cm a 300dpi em formato
TIFF, para campanha “xxx”, a ser utilizada em anúncio, folheto e banner, conforme briefing
recebido no dia 18 de Abril.
• 1 ilustração “xxx”: R$ X.000,00
Prazo de Execução: 3 dias a partir da aprovação do orçamento.
Condições de Pagamento: 30 dias da data da nota fiscal.
Obs: O trabalho será finalizado e entregue em uma única imagem e enviado em arquivo digital
fechado no formato pré-combinado, via correio eletrônico ou FTP.
Haverá revisão de valores nas seguintes situações: caso haja alteração de briefing; alteração
na complexidade do trabalho; diminuição de prazo decorrente do atraso do cliente na entrega
do material ou atraso na aprovação necessária ao desenvolvimento do projeto; modificações
na artes finais após aprovação.
Atenciosamente,
(assinatura)
_____________________________
(nome do estúdio ou do ilustrador)
Fone: xxxx xxxx
(e-mail)

7) CONTRATO
Esse é o seu mais importante documento. É aqui que ficará registrada a negociação
que você terá com o cliente ANTES de começar o trabalho e, quanto mais detalhado,
melhor será para os dois, para que todos os direitos (tanto seus quanto do cliente)
fiquem registrados.
Todavia, lembramos que as criações intelectuais resultante em obras intelectuais
geram direitos autorais para seu criador. Nos contratos este direitos autorais devem
ser observados com muita atenção:
1 - Não é permitida a cessão de direitos autorais decorrentes da prestação de
serviços para o empregador , posto que o empregador é a parte mais forte da
relação, podendo persuadir o empregado-criador em troca da remuneração de
trabalho a vender (ceder) os direitos autorais pelo mesmo valor da remuneração;
2 - Os direitos autorais morais, ainda que alguém queira comprar, é proibido por
lei vendê-lo (cedê-lo) . Tais direitos não existem no sistema norte-americanos
(copyright), só existem nos países, como o Brasil, que seguiram o direitos autorais
da França (droit d’auteur)
3 - Há três tipos de contrato na lei de direitos autorais (art.49 da lei 9610/98):
licença, concessão e cessão (este pode ser feito quando não se tratar de empregador)
Há várias maneiras de se preparar um contrato, mas você terá a seguir uma ótima
sugestão bem abrangente chamada “Carta de Acordo”que tem sido adotada no
Brasil e que é baseada em um modelo chamado “Letter of Agreement” existente
na Graphic Artist Guild (www.gag.org), dos Estados Unidos.
O maior problema depois que um trabalho é executado é quando a empresa que
o contrata se excede em seus direitos de utilização, ou quando o ilustrador
simplesmente esquece dos seus...
_________________________

*1 Conforme disposto na lei 9610/98 (lei de direitos autorais ): Art. 7º. São obras intelectuais
protegidas as criações do espírito expressas por qualquer meio ou fixadas em qualquer suporte,
tangível ou intangível, conhecido ou que se invente no futuro (...)

*2 Conforme disposto na lei 6533/78, que dispõe em seu art. 13. Não será permitida a cessão
ou promessa de cessão de direitos autorais e conexos decorrentes da prestação de serviços
profissionais.

*3 Conforme disposto na lei 9610/98 (lei de direitos autorais ): Art. 27. Os direitos morais do
autor são inalienáveis e irrenunciáveis.


Um contrato serve justamente para se estabelecer as regras para cada lado, e o
bom deste exemplo dado a seguir é que ele se ajusta perfeitamente aos interesses
dos dois lados e tem sido bem recebido por parte das agências e editoras.
No entanto este não é um contrato fixo, os termos que constam na segunda página
podem ser variáveis ou alguns podem mesmo ser retirados, é tudo uma questão
de se adaptar conforme a situação ou cliente.
Inclusive no exemplo dado, no ítem Cláusula Especial é mencionada a utilização
da ilustração em revista, mas essa informação deverá ser alterada conforme a
situação.
Leia você próprio com atenção cada ítem do contrato para que entenda claramente
o que estará propondo ao seu cliente.
No exemplo dado está marcado em vermelho tudo o que você deverá preencher,
são as informações básicas sobre o trabalho que está sendo executado e para
quem, e só terá valor depois de assinado pelo cliente.
Ainda nesse modelo de contrato existem também uma Cláusula Especial e os
Termos do acordo. São dados importantes de forma a preservar os direitos do
autor da ilustração e deixar claro até onde o cliente pode se utilizar da imagem
negociada.
Cada ítem dos termos se refere a situações comuns que envolvem qualquer trabalho,
e prevendo situações complicadas então estarão sendo estabelecidas regras claras
sobre como se portar nestas situações..
A Cláusula Especial é sobre o Artigo 49 da Lei 9610/98 da Legislação Brasileira,
e se refere à Transferência dos Direitos de Autor, e diz assim:
ARTIGO 49
“Art. 49. Os direitos de autor poderão ser total ou parcialmente transferidos a
terceiros, por ele ou por seus sucessores, a título universal ou singular, pessoalmente
ou por meio de representantes com poderes especiais, por meio de licenciamento,
concessão, cessão ou por outros meios admitidos em Direito, obedecidas as
seguintes limitações:
I - a transmissão total compreende todos os direitos de autor, salvo os de natureza
moral e os expressamente excluídos por lei;

II - somente se admitirá transmissão total e definitiva dos direitos mediante estipulação
contratual escrita;
III - na hipótese de não haver estipulação contratual escrita, o prazo máximo será
de cinco anos;
IV - a cessão será válida unicamente para os país em que se firmou o contrato,
salvo estipulação em contrário;
V - a cessão só se operará para modalidades de utilização já existentes à data
do contrato;
VI - não havendo especificações quanto a modalidade de utilização, o contrato
será interpretado restritivamente, entendendo-se como limitada apenas a uma que
seja aquela indispensável ao cumprimento da finalidade do contrato.”
O MOTIVO DA CLÁUSULA ESPECIAL
O motivo da existência da Cláusula Especial é que vários clientes, em especial
algumas editoras, adotam contratos-padrão onde são incluídos ítens abrangendo
direitos exagerados de utilização da obra, muitas vezes para uso eterno, em todos
os países, para todas as mídias, para todos os fins, etc.
A Cláusula Especial existe para se evitar a utilização para além daquilo que
originalmente foi solicitado, protegendo os direitos do ilustrador.
O termo CCDA é bastante utilizado entre as grandes empresas, em especial as
editoras e significa CONTRATO de CESSÃO de DIREITOS AUTORAIS. É ambíguo,
pois quer dizer que o autor está CEDENDO, isto é, DANDO sua obra.
Um termo mais transparente à finalidade, e que poderia perfeitamente substituir
o anterior é CONTRATO de CONCESSÃO de DIREITOS AUTORAIS,
que significaria uma permissão temporária.
Na verdade o nome perfeito para um contrato de ilustrador é CONTRATO DE
LICENÇA DE USO DE IMAGEM, que significa exatamente isso, ou seja, o autor tem
a propriedade e dá uma licença para um uso específico da imagem.
Mais específico ainda seria CONTRATO DE LICENÇA DE USO DE IMAGEM ILUSTRADA.

CARTA DE ACORDO
Projeto: Nome do Projeto
Descrição: Descrição Detalhada
Cronograma/Entrega: - início: dd/mm/aaaa
- entrega: dd/mm/aaaa
Concessões e Veiculação: Inserir todas as veiculações, períodos e usos aqui
CLÁUSULA ESPECIAL: O presente Contrato, nos termos do Art. 49 da Lei 9610/98,
concede os direitos de uso da imagem apenas para a edição impressa nº__________
da revista ___________ e para seu website, ficando sem efeito todas as cláusulas em
contrário.
Todos os direitos da obra reservados ao autor. Reutilização não autorizada.
Total: R$ 0000,00
Condições de Pagamento: Vencimentos e Afins
1

TERMOS:
1) Direitos Autorais: o ILUSTRADOR, na qualidade de titular e detentor dos direitos autorais sobre a
OBRA, licencia ao CLIENTE todos os Direitos Autorais Patrimoniais sobre a OBRA, pelo TOTAL FEE nesta
carta estipulado, dentro e fora do território nacional, por número ilimitado de vezes, nos limites
determinados a seguir: MATERIAL IMPRESSO (encarte e divulgação do mesmo) e INTERNET. Os Direitos
Autorais Morais sobre a OBRA pertencem ao ILUSTRADOR conforme Lei Federal de nº 9610 de
19/02/1998, respeitados os Direitos Autorais Patrimoniais licenciados neste instrumento.
2) Alterações: O CLIENTE não está autorizado a alterar, anotar, comentar, melhorar ou modificar a
OBRA e/ou criar obras derivadas sem o consentimento prévio do ILUSTRADOR. Para tais execuções, o
ILUSTRADOR deverá ser novamente contratado.
3) Revisões: Todas as revisões da OBRA deverão ser feitas no estágio inicial do trabalho (rascunhos e
layouts). Custos adicionais serão cobrados caso as correções feitas após o estágio inicial reflitam nova
direção para a obra ou um novo conceito para o projeto. Correções deverão ser feitas apenas pelo
ILUSTRADOR, ou com sua aprovação.
4) Antecipação de Prazos: Adicionais serão cobrados caso o CLIENTE antecipe o prazo de entrega da
OBRA entre a aceitação desta CARTA e o final da produção. Cinquenta por cento (50%) do TOTAL FEE
indicado nesta CARTA deverá ser pago pelo CLIENTE perante notificação de antecipação durante sua
produção.
5) Cancelamento, Adiamento e Kill Fees: Adicionais de cancelamento/adiamento serão cobrados
baseados no montante de trabalho feito durante ou após o seu término da OBRA. - Cinquenta
por cento (50%) do TOTAL FEE indicado nesta CARTA deverá ser pago pelo CLIENTE perante notificação
de cancelamento/adiamento durante sua produção. - Cem por cento (100%) do
TOTAL FEE indicado nesta CARTA deverá ser pago pelo CLIENTE perante notificação de
cancelamento/adiamento após o término do trabalho do ILUSTRADOR. Com o cancelamento do projeto,
todas as concessões expressas acima serão canceladas e todos os direitos permanecerão com o
ILUSTRADOR, incluindo rascunhos (roughs/sketches), layouts, composites e quaisquer outros materiais
preliminares. O CLIENTE deverá retornar todas as mídias e/ou artes originais e não manter o material
publicado em arquivo.
6) Cópias e Portifolio: O CLIENTE concorda em prover o ILUSTRADOR com três (3) exemplares de
qualquer material impresso cuja OBRA foi publicada. O ILUSTRADOR reserva o direito de incluir imagens
da OBRA em seus portifolios impresso e online e materiais de auto-promoção, além de poder inscrevêla
em qualquer competição de ilustração/design Nacional e Internacional.
7) Responsabilidades, Permissões e Licenças: O ILUSTRADOR responderá pela boa execução da OBRA,
sempre atendendo aos interesses do CLIENTE. O ILUSTRADOR não será responsabilizado ou onerado
por quaisquer processos ou demandas pela utilização de referências cedidas pelo CLIENTE e/ou seus
representantes.
8) Ética e Confidencialidade: O ILUSTRADOR se compromete a não licenciar a OBRA para terceiros
após a utilização da mesma pelo CLIENTE. O ILUSTRADOR se compromete a manter a total confidencialidade
do trabalho, seu tema e conteúdo, além de seus fins, antes e durante o período de produção até a
publicação da OBRA, se assim o CLIENTE pedir.
9) Créditos: A OBRA deverá conter crédito do ILUSTRADOR em lugar visível, salvo quando firmado
acordo em contrário por ambas as partes.
10) Miscelânea: Esta CARTA constitui o inteiro entendimento entre os envolvidos. A aprovação escrita
ou verbal deste documento implica na aceitação das condições da presente proposta. Seus termos podem
ser modificados apenas por documento assinado por ambas as partes.
2
Assinatura do Cliente
Nome de Cliente
Sua Assinatura
Seu Nome

7- LINKS DE IMPORTÂNCIA / 1
ENTIDADES E EMPRESAS
Ilustragrupo - Fórum de Ilustradores do Brasil
http://br.groups.yahoo.com/group/ilustragrupo
SIB - Sociedade dos Ilustradores do Brasil
http://www.sib.org.br
ACB / HQmix - Associação dos Cartunistas do Brasil / Troféu HQMIX
http://www.hqmix.com.br
Abipro - Associação Brasileira dos Ilustradores Profissionais
http://abipro.org
Clube de Criação de São Paulo - aqui encontrará o contato da maior parte das
agências de publicidade de São Paulo, além de muita notícia sobre publicidade
http://www.ccsp.com.br
AEI-LIJ - Associação de Escritores e Ilustradores de Literatura Infantil e Juvenil
http://www.docedeletra.com.br/aeilij
ADG / Brasil - Associação dos Designers Gráficos / Brasil
http://www.adg.org.br
ABRAWEB - Associação Brasileira de Web Designers
http://www.abraweb.com.br
Sobre-Sites - um bom e útil site sobre sites relacionados à produção gráfica,
publicidade e informação geral dentro dessas áreas
http://www.sobresites.com/publicidade
CG Society - um dos mais importantes fóruns internacionais de ilustração 2D e 3D
http://www.cgsociety.org
The Society of Illustrators - sociedade americana de ilustradores das mais respeitadas
http://www.societyillustrators.org
AIAP - American Illustration + American Photography
http://www.ai-ap.com
AOI - The Association of Illustrators
http://www.theaoi.com

The I Spot - um acervo on-line de ilustração, com centenas de portfolios
http://www.theispot.com
The Illustration House - uma galeria de arte muito especial dedicada exclusivamente
à exposição e leilão de ilustrações
http://www.illustration-house.com
Imagine FX - é o site/forum de uma revista de fantasy art inglesa. No site você
tem acesso aos workshops que já saíram na revista em pdf
http://www.imaginefx.com
Conceptart - fórum internacional de ilustradores com trabalhos on line
http://conceptart.org
ConceptArt & Massive Black - um workshop de ilustração imperdível
http://www.conceptart.org/workshop
Pixar - a produtora de filmes Pixar não poderia ficar de fora
http://www.pixar.com
Dream Works - a Dream Works também não poderia faltar
http://www.dreamworksanimation.com

7- LINKS DE IMPORTÂNCIA / 2
ESCOLAS E EQUIPAMENTOS
As escolas indicadas aqui são indicações pessoais de Ricardo Antunes
Pastas para Portfolio Omar Olguin, é o mais conhecido
www.omar.srv.br
Escola Panamericana de Arte - uma das mais conhecidas escolas de arte do Brasil
http://www.escola-panamericana.com.br
Senac / Sebrae - duas entidades com excelentes cursos
http://www.senac.com.br http://www.sebrae.com.br
Curso de Desenho e Pintura com Gilberto Marchi - simplesmente imperdível. O que
se pode dizer sobre um curso dado por um dos maiores e mais importantes
ilustradores brasileiros? Uma oportunidade de se agarrar e não largar mais.
contacto: g.marchi@terra.com.br / 011-38873326 / 011-94274091
Renato Alarcão - ilustrador brilhante, com um enorme talento e inteligência, também
dá cursos e workshops excelentes no Rio de Janeiro
http://www.renatoalarcao.com.br
Quanta Academia de Artes - uma das melhores e mais importantes escolas de artes
e quadrinhos do Brasil, que tem entre os seus fundadores e professores nomes
como Marcelo Campos, Otavio Cariello e Roger Cruz
http://www.quantaacademia.com
Impacto Quadrinhos - outra importante escola de arte e quadrinhos de prestígio
http://www.impactoquadrinhos.com.br
DRC - Centro de treinamento especializado em computação gráfica no Brasil
http://www.drc.com.br
AAAD - Academia de Animação e Artes Digitais
http://www.academiadeanimacao.com.br
Melies - Escola de Cinema 3D e Animação
http://www.melies.com.br
Pratt Institute - um dos mais renomados institutos de arte dos EUA
http://www.pratt.edu
The Illustration Academy - outro importante instituto de ilustração americano
http://www.illustrationacademy.com
44
Fontes - dois sites de fontes, o primeiro deles imperdível
http://www.dafont.com (impressionante variedade de fontes, quase todas gratuitas)
http://www.blambot.com (não tem tanta variedade, e a maioria é paga)
Logotipos - os principais logos do mundo, em alta resolução, formato psd
http://www.brandsoftheworld.com
Michelangelo - loja de material artístico
http://www.emporiomichelangelo.com.br
Pintar - loja de material artístico imensa, com auditório, cursos e workshops, além
de um arsenal impressionante de materiais nacionais e importados
http://www.pintar.com.br
Casa da Arte - outra enorme e completa loja de material artístico
http://www.casadaarte.com.br
Visitex - loja de material artístico
http://www.visitex.com.br
Mac Mouse - representante Apple / São Paulo
http://www.macmouse.com.br
MacCenter - centro de compras on line para equipamento Mac.
http://www.maccenter.com.br
Wacom Tablet - mesa digital
http://www.wacom.com
http://www.wacom.com/tips/index.cfm (muitos tutoriais de Photoshop, Painter e Flash)
Painter / Corel
http://www.corel.com/painterix/index.html
Photoshop
http://www.adobe.com/products/photoshop/index.html
Color Scheme - um site que dá uma ajuda em relação a composição cromática.
http://wellstyled.com/tools/colorscheme2/index-en.html
Teoria das Cores - um site muito interessante sobre teoria das cores (em inglês)
http://poynterextra.org/cp/colorproject/color.html
Colors in Motion - um interessante e delicioso site sobre teoria das cores, em
especial a sessão sobre a psicologia das cores falado com bom humor e inteligência.
http://www.mariaclaudiacortes.com/colors/Colors.html

7- LINKS DE IMPORTÂNCIA / 3
ILUSTRAÇÕES 3D
Pixologic - empresa criadora do ZBrush, um dos programas 3D mais utilizados
http://www.pixologic.com
Stilo 3D - programa 3D
http://www.nevercenter.com/
Maya - programa 3D
http://www.autodesk.com/maya
Maxon / BodyPainter 3D e Cinema 4D - programa 3D
http://www.maxon.net
MudBox - programa 3D
http://www.mudbox3d.com
Modo - programa 3D
http://www.luxology.com
Silo - programa 3D
http://www.nevercenter.com
Blender - programa 3D
http://www.blender.org
3D Total - fórum internacional de ilustradores especializados em 3D
http://www.3dtotal.com
CG Society - já mencionado antes, o CG Society é um dos mais importantes fóruns
internacionais de ilustradores, com uma sessão dedicada só aos trabalhos em 3D
http://forums.cgsociety.org
HinghEnd 3D - site internacional dedicado ao 3D com artigos, fórum de debate,
galeria de membros, dicionário de termos, downloads, loja, etc
http://www.highend3d.com
Zoorender - forúm sobre atualidades em 3D
http://www.zoorender.com
3D World Magazine - revista on line (que também existe em formato papel) para
os artistas 3D
http://www.3dworldmag.com

7- LINKS DE IMPORTÂNCIA / 4
ILUSTRADORES BRASILEIROS
Como se verá na página seguinte, foram sugeridos muitos nomes de ilustradores
internacionais, que individualmente têm um trabalho de ilustração que merecem
ser vistos e estudados, devido à riqueza de referências e estilos.
Mas é claro que é impossível citar todos, e são apenas uma mostra de algo que
é importante para a formação de um ilustrador.
Da mesma forma, é impossível colocar todos os grandes ilustradores de referência
do Brasil aqui, mais ainda pela proximidade que temos entre todos, portanto no
caso dos ilustradores nacionais aconselhamos a consulta dos arquivos de associações
de ilustradores, onde se poderá encontrar praticamente todos os ilustradores
profissionais em atividade no Brasil:
SIB - Sociedade dos Ilustradores do Brasil
http://www.sib.org.br
http://www.siblog.blogger.com.br (o blog da Sib)
Abipro - Associação Brasileira dos Ilustradores Profissionais
http://abipro.org
Tupixel - importante portal de ilustração, no canal Galeria Brasil poderá encontrar
mais de 1500 nomes de ilustradores
http://www.faoza.com/tupixel

7- LINKS DE IMPORTÂNCIA / 5
ILUSTRADORES INTERNACIONAIS
Gil Elvgren - um dos clássicos ilustradores americanos de pin ups dos anos 40
http://www.gilelvgren.com
Norman Rockwell - um dos mais importantes ilustradores americanos de todos os
tempos
http://www.nrm.org
http://www.rockwellgraphics.com
Craig Mullins - ilustrador moderno e excepcional
http://www.goodbrush.com
Daniel Adel - grande ilustrador e retratista utilizador de óleo
http://www.danieladel.com
Drew Struzan - autor de alguns dos mais famosos cartazes de cinema
http://www.drewstruzan.com
http://home.scarlet.be/~bliek
Peter de Sève - cartunista / aquarelista americano
http://www.peterdeseve.com
Sebastian Kruger - caricaturista alemão
http://www.krugerstars.com
Andrew Loomis - um dos grandes desenhistas americanos, influenciou muitos
ilustradores durante gerações, e continua sendo uma grande referência até hoje.
Lançou 6 livros muito importantes, que deixaram de ser reeditados há décadas e
não existem mais no mercado. No entanto, numa busca rápida na net logo se
encontram vários sites com os livros disponíveis. Aqui ficam alguns:
http://www.oklahoma.net/%7Esilvrdal/loomis (site só sobre o artista)
http://placidchaos.com/Loomis (download dos 6 livros, formato PDF)
http://www.artworld.si/andrew_loomis_books_downloads-t1772.art
(com várias opções, download de 5 livros, vários links alternativos, + imagem das capas)
http://acid.noobgrinder.com/Loomis (download dos 6 livros, formato JPG - compactado)
Leroy Neiman - raro ilustrador que conseguiu juntar em um único estilo as artes
plásticas e a ilustração
http://www.leroyneiman.com
http://www.neimangraphics.com

Michael Schwab - grande ilustrador/designer, moderno usando o mínimo de recusos
http://www.michaelschwab.com
Frank Frazetta - o artista/ilustrador que definiu o estilo “Conan”
http://www.frazettaartgallery.com
Al Hirschfeld - caricaturista de traço único, original e elegantíssimo, impressiona
por ter tido 75 anos de carreira ininterrupta, tendo trabalhado até os 99 anos
(faleceu em 2003, 5 meses antes de completar 100 anos de idade)
http://www.alhirschfeld.com
http://youtube.com/watch?v=JC1t2DmCeAU (filme mostrando Al Hirschfeld trabalhando
em um poster, aos 99 anos de idade, pouco antes de falecer)
Bill Sienkiewicz - importante ilustrador/quadrinhista cheio de estilo, moderno e
pessoal
http://www.billsienkiewiczart.com
Alex Ross - o artista dos super-heróis em aquarelas espetaculares
http://www.alexrossart.com
Kent Williams - artista plástico expressivo, que tem trabalhado como ilustrador
http://www.kentwilliams.com
Beatrix Potter - muito do que se faz hoje em dia em ilustração infantil começou a
partir dos trabalhos desta escritora e ilustradora britânica nascida no século XIX
http://www.leme.pt/biografias/beatrix-potter
http://www.peterrabbit.co.uk
Milton Glaser - um dos mais bem sucedidos designers do século XX, criador entre
outros do logotipo mais copiado do mundo ( I NY )
http://miltonglaserposters.com
Brad Holland - ilustrador americano com um estilo inconfundível, que lembra pastel,
também é um profissional combatente, com textos muito interessante em seu site
http://www.bradholland.net
http://www.bradholland.net/beta/articles/index.html
Art Spiegelman - ilustrador e quadrinhista sueco, mundialmente reconhecido pela
publicação da história “Maus”
http://lambiek.net/artists/s/spiegelman.htm
M. C. Escher - mestre da perspectiva e do ilusionismo
http://www.mcescher.com

Dave McKean - famoso ilustrador com um estilo pessoal, lírico e inconfundível
www.mckean-art.co.uk
Lobaton - caritunista com uma impressionante capacidade de estilização
http://www.lobaton.com.ar
Moebius - famoso ilustrador e desenhista de história em quadrinhos francês, com
nome real Jean Giraud, mas também assina Gir quando cria histórias para o velho
oeste.
http://lambiek.net/artists/g/giraud.htm
http://www.bedetheque.com/auteur-70-BD-Moebius.html
Enki Bilal - outro famoso ilustrador e desenhista de história em quadrinhos francês,
autor de vários albuns que viraram cult.
http://bilal.enki.free.fr
Arthur de Pins - genial ilustrador francês, com cartoons fantásticos e expressivos.
http://www.arthurdepins.com
Bascove - ilustradora franco-americana com um belíssimo estilo art deco
http://www.bascove.com
Monsier Z - o melhor expoente do estilo de ilustração típico dos anos 60/70, e
tão usado hoje em dia.
http://www.monsieurz.com
Don Seegmiller - ilustrador realista multiversátil
http://www.seegmillerart.com
Joseph Seigenthaler - não é ilustrador, mas um escultor e artista plástico altamente
expressivo
http://www.joeseigenthaler.com
Ralph Steadman - ilustrador e artista plástico moderno e expressivo
http://www.ralphsteadman.com
Gary Baseman - outro ilustrador e artista plástico renomado
http://www.garybaseman.com
Gerald Scarf - genial artista, ilustrador e caricaturista inglês
http://www.geraldscarfe.com
Índice de Artistas Plásticos - um índice geral de artistas plásticos, com imagens
http://www.artunframed.com
50
8- FAQ / PERGUNTAS MAIS FREQUENTES
- Por que trabalhar com contrato?
Porque é a única maneira segura para garantir que ambas as partes cumpram o
combinado em relação a prazo de entrega, de pagamento, e que possam lidar com
eventuais problemas de maneira justa e com a cobertura da Lei, em casos de
cancelamento, de não pagamento, de utilização indevida, etc.
- Nota Fiscal ou Recibo de Pagamento Autônomo (RPA)?
Abrir micro-empresa e lançar nota fiscal é a maneira mais profissional e com melhor
custo/benefício, porque as taxas podem ser de até 6,5% (até pouco tempo atrás
poderiam ser de 4,5%, mas algumas regras de cobrança mudaram recentemente),
enquanto o RPA chega a taxar em até 27,5% acima de determinados valores, e não
é aceito em todas as empresas, ao contrário da nota fiscal de micro empresa.
- Por que abrir firma e manter contador?
É certo que há um custo envolvido na abertura e manutenção de micro-empresa, mas
para quem está se profissionalizando é a maneira mais certa de corresponder às
expectativas do cliente. Ao lançar nota fiscal o ilustrador também evita a ilegalidade
ao comprar notas dos amigos e o transtorno na hora de receber, pois o valor é
depositado na conta correspondente à micro-empresa, é cobrada a CPMF a cada
movimentação, e há sempre o inconveniente de se contar com um favor a cada novo
serviço, além do risco de atrasos na transferência de valores de conta para conta.
Vale o investimento para quem leva a profissão à sério, afinal, é uma das formas
mais baratas de se manter um estabelecimento comercial, comparando com outras
formas de comércio e prestação de serviços.
- Por que usar boleto bancário?
Pelo simples motivo de se tornar prioridade no departamento de contas à pagar dos
seus clientes. Você elimina o incômodo de ligar para saber se seu cheque está pronto,
e se livra de todas as desculpas no caso de não estar disponível no prazo combinado,
pois o banco se encarrega de fazer a cobrança e se necessário encaminhar a protesto,
sem que você precise se indispor com o cliente. Afinal, o interesse passa a ser dele
em evitar o pagamento de juros de mora e multas diárias, o que torna sua conta uma
prioridade, e garante em quase 100% a pontualidade no pagamento. Para se ter
boleto bancário é preciso ter micro-empresa aberta, e abrir uma conta empresa em
um banco. É possível fazer o procedimento de forma que você mesmo imprima o
boleto diretamente do seu computador, envie os dados via internet para o banco, e
consulte e gerencie online todas as contas pendentes, pagas, em cartório, etc.
- Por que limitar o uso das imagens?
Porque o cliente compra o direito de reprodução da imagem, e não a própria imagem.

A negociação deve ter limitações de tempo de utilização (1, 2, 5 anos, etc) e de
mídias (folheto, outdoor, anúncio em revista, etc), exatamente como as negociações
de fotografia.
No caso do cliente se interessar em ficar com a arte física, original, deve comprála
como Arte, em uma negociação à parte dos direitos de reprodução, pelo preço
que o artista achar válido.
- Por que meus clientes insistem para que eu assine seus contratos prontos?
É uma comodidade para o cliente, pois todos os direitos já estão descritos e cedidos
integralmente, mundialmente, para todas as línguas e países, irrevogavelmente, na
maioria dos contratos prontos. São negociações que favorecem somente ao comprador
da obra, sem deixar qualquer possibilidade de negociação ao autor. Muitos ilustradores
já estão mudando este perfil, apresentando seus próprios CCDAs, ou ao menos
limitando a utilização das suas imagens invalidando ou acrescentando cláusulas nos
contratos prontos.
- Por que devo recusar contratos prontos?
Porque na sua maioria são contratos que favorecem apenas ao Contratante (cliente)
fazendo com que o Contratado (autor) ceda todos seus direitos, permitindo a utilização
irrestrita de imagens que deveriam ser usadas com um propósito único, em mídias
específicas e por tempo determinado, mas acabam se tornando propriedade do
cliente, para todo e qualquer uso.
- Como proceder diante de uma quebra contratual?
Primeiramente deve haver algum documento que comprove a transação comercial,
sua utilização, limitações e que tenha validade fiscal ou jurídica, como o descritivo
em uma nota fiscal, orçamento ou contrato de cessão de direitos, assinado pelo
cliente. Testemunhas podem ajudar neste caso, mas nada é mais importante que uma
prova documental assinada. O segundo passo é a tentativa de uma negociação
amigável, dentro do proposto inicialmente, e por fim a contratação de um advogado
especializado em Direitos Autorais, para que uma ação de reparação de danos
financeiros e/ou morais seja levada adiante.
- Como proceder a um litígio sem contrato?
A defesa de desacordo comercial, não pagamento, cancelamento ou violação de
Direitos Autorais é bastante prejudicada se não houver um documento assinado,
como um CCDA, mas a nota fiscal com um descritivo detalhado do trabalho e do
objetivo de sua utilização pode ser extremamente útil para a causa. Um orçamento
aprovado com a assinatura do cliente e testemunhas também podem fazer uma
grande diferença. Sem estes elementos, a causa fica inconsistente, e passa a ser a
palavra de um contra a palavra do outro, e é muito difícil se assegurar que possa
ser favorável a quem foi prejudicado. Pode até piorar a situação, se a parte prejudicada
perder a causa na Justiça, tendo que pagar honorários advocatícios e até mesmo
danos morais à parte vencedora.

- Como proceder ao encontrar minha imagem utilizada sem autorização?
Primeiramente, entrando em contato com quem a utilizou, para um acordo amigável.
Não sendo possível este acordo, deve-se juntar as provas que a arte original pertence
ao verdadeiro autor (rascunhos, layouts, artes originais, arquivos fonte e tudo que
comprovar a legítima autoria), e procurar um advogado especializado em Direitos
Autorais, para uma ação de reparação de danos financeiros e/ou morais.
- Como se proteger de plágio na web?
É um tanto difícil impedir que outras pessoas copiem sua imagem, se ela está disponível
em sites, blogs, flogs, etc. Há mecanismos de defesa contra cópia, como o programa
"CopyNo" (www.bobstaake.com/copyno), javascripts que invalidam ou alertam o
visitante ao usar o botão direito do mouse (mas que são inúteis com o Netscape ou
usuários de Mac) marcas d'água de assinatura sobre a imagem, e a apresentação
de imagens sempre em baixa resolução e altas compressões de JPG (até 50%), que
prejudicam a reutilização indevida, mas não impedem totalmente o uso não autorizado.
Ao descobrir uma imagem sendo utilizada sem autorização, veja o procedimento na
resposta anterior.
- Como proceder a um contrato já assinado, em que fui prejudicado?
Com uma primeira tentativa de acordo amigável, e se não for possível, procurar um
advogado especializado em Direitos Autorais, para uma ação de reparação de danos
financeiros e/ou morais.
- Como proteger direitos autorais e patrimoniais sobre rascunhos e layouts?
Tudo fica mais fácil com um contrato ou orçamento detalhado, assinado por ambas
as partes, antes de começar o serviço, ou a descrição dos serviços e sua utilização
no corpo de uma nota fiscal. Se houver uma violação ou desacordo - com ou sem
contrato ou nota fiscal - a Lei de Direito Autoral garante ao legítimo autor da obra
os direitos patrimoniais sobre as imagens, e se não for possível uma negociação
amigável, deve-se procurar um advogado especializado em Direitos Autorais, para
uma ação de reparação de danos financeiros e/ou morais.
- O que é direito autoral, direito moral, direito patrimonial e propriedade intelectual?
Direito Autoral é o direito que o autor, a pessoa física criadora de obra intelectual
tem em relação aos benefícios morais e econômicos decorrentes da reprodução de
suas criações. Ao criar uma obra o autor adquire dois direitos: o moral e o patrimonial.
O direito moral é como a paternidade biológica de um filho, não pode ser transferida
ou negada, independentemente de quem o tenha criado. Se refere essencialmente
a ligar o nome do autor à obra, todas as vezes que ela for publicada, mesmo que
tenha sido cedida comercialmente para outra pessoa ou empresa. O direito moral
é irrenunciável e inalienável. O direito patrimonial, é negociável total ou parcialmente,
mediante contrato de cessão de direitos autorais. Propriedade intelectual é a atividade
criativa do ser humano, de caráter intelectual, passível de agregar valores e que
necessita de proteção jurídica perante terceiros.

Segundo a Convenção da OMPI (Organização Mundial da Propriedade Intelectual)
é a soma dos direitos relativos às obras literárias, artísticas e científicas, às invenções
em todos os domínios da atividade humana, às descobertas científicas, aos desenhos
e modelos industriais, às marcas industriais, comerciais e de serviço, à proteção
contra a concorrência desleal e todos os outros direitos inerentes à atividade intelectual
nos domínios industrial, científico, literário e artístico.
- Qual é a diferença entre autoria e titularidade?
A lei autoral brasileira faz confusão entre autoria e titularidade, tratando a autoria
ora como objeto de pessoa física, ora como de pessoa jurídica, mas prevalece o
conceito que só a pessoa física pode ser autora de obra intelectual. A autoria é um
direito irrenunciável e inalienável do autor. Já a titularidade (que dá poderes para
o exercício do direito patrimonial, ou seja: para a exploração econômica da obra)
pode ser promovida a uma pessoa jurídica. Isto tudo só é válido legalmente se
negociado na forma de contratos.
- Como registrar propriedade intelectual e patrimonial de minhas criações?
FUNDAÇÃO BIBLIOTECA NACIONAL/EDA/FBN - (www.bn.br) - Av Rio Branco,
219 - Rio de Janeiro, RJ - Tel:(21) 2220-9367 - Fax:(21) 2220-4173
ESCOLA DE BELAS ARTES - UFRJ - MEC - (www.eba.ufrj.br/direitosautorais) - Cidade
Universitária - Ilha do Fundão - Prédio da Faculdade de Arquitetura e Ubanismo, 7o.
andar - cep 21941-000 - Rio de Janeiro - RJ - (21) 2598-1649 / 2280-8693
INSTITUTO NACIONAL DA PROPRIEDADE INTELECTUAL (INPI) - (www.inpi.gov.br)
- Praça Mauá nº 7 - Centro - Rio de Janeiro - RJ - CEP: 20081-240
el.: PABX (0XX-21) 2206-3000 - Fax: INPI (0XX-21) 2263-2539
- A quem recorrer em caso de litígio comercial?
Deve-se procurar um advogado especializado em Direitos Autorais.
- Como produzir um CCDA complexo, para um assunto específico?
Deve-se procurar um advogado especializado em Direitos Autorais.
- Ilustrador é autor?
O ilustrador é autor da imagem, tanto quanto o escritor é autor do texto. Ambos os
créditos devem constar nos locais destinados a este fim.
- O cliente quer ficar com a arte original. Diz que pagou, e agora é dele. O que
fazer?
O original pertence ao criador da imagem. O cliente pagou pelo direito de reprodução,
nada além da licença de uso da imagem. Exija seu original de volta, a Lei brasileira
é clara, e um advogado pode esclarecer seu cliente, se necessário.
54
- Como vender uma imagem?
Uma imagem não se vende. O que se vende são os direitos de reprodução, por tempo
e mídias determinados em um contrato, ou seja, uma imagem pode ser licenciada
para publicação ou exibição, mediante pagamento. Este licenciamento não quer
dizer que o original pertença ao cliente. Se houver interesse pelo cliente em obter
ou manter a obra original, física, esta deve ser comercializada como Obra de Arte,
e não como ilustração comercial.
- Como autorizar a publicação de uma imagem?
O autor deverá formalizar o acordo com o cliente por escrito, autorizando a publicação
de sua obra em um contrato. Este documento deverá especificar a natureza e a
utilização da obra, o prazo para publicação e circulação, quais os veículos ou mídias
em que será publicada; sua abrangência quanto à circulação (municipal, estadual,
nacional ou internacional), idioma (se aplicável), valor a receber pelo licenciamento
e multa por descumprimento do contrato, e formas de pagamento proporcional ao
andamento do trabalho, no caso de cancelamento.
- Como compor os valores para um orçamento de ilustração?
São diversos fatores que precisam ser considerados antes de se passar um orçamento.
Note que o preço não é relativo somente à experiência do artista, à dificuldade
técnica, ao tempo de pesquisa, aos materiais artísticos, software ou hardware
empregados, nem apenas ao tempo dispendido na execução da obra. Estes fatores
são determinantes, sem dúvida, mas a composição de um orçamento deve ser feita
levando-se em conta o valor comercial agregado a imagem orçada:
- a área coberta pela veiculação (local, estadual, nacional ou internacional)
- o tipo e a quantidade de veículos de mídia utilizados (folheto, outdoor, televisão,
uniforme, frota de automóveis, sinalização, etc.)
- o prazo / período de veiculação
- o número de peças e/ou o número de campanhas em que a imagem é utilizada.
- o número de cópias produzidas
- possibilidade de reutilização futura (nos mesmos veículos de mídia ou em outros)
Assim, o valor do orçamento para a cessão de direitos de publicação é relativamente
proporcional ao número de pessoas que serão atingidas nesta comunicação visual,
e ao tempo em que essas pessoas são expostas à esta informação.
- A editora não me paga se eu não ceder integralmente meus direitos patrimoniais,
e agora?
Quando as empresas ou contratantes obrigam os fornecedores de imagem ou
colaboradores a assinarem cessão plena de direitos, estão cometendo o crime de
coação. O autor pode recorrer judicialmente contra este ato.
- Como proceder se minha imagem for publicada sem crédito ou com nome de
outra pessoa?
Se a negociação incluir a publicação do crédito, o autor deverá ingressar com uma
Ação de Danos Morais contra quem a publicou.
55
- Em qual Tribunal se deve entrar com a Ação?
Uma Ação Ordinária Cível poderá ser ingressada no Tribunal de Pequenas causas,
se o valor for de até quarenta salários mínimos, ou no Tribunal de Justiça para valores
superiores a este.
- Quais são as violações de Direitos Autorais mais freqüentes?
O plágio é a usurpação da autoria. Casos cometidos de forma inegável são crimes,
porque quem o comete mal esconde sua intenção imoral de ferir o direito alheio, seja
quem se apropria do reconhecimento da obra alheia, seja dos rendimentos por sua
comercialização. Omitir ou trocar os créditos da imagem (quando previamente
combinado), além de responder por danos morais, o infrator está obrigado a divulgarlhe
a identidade. Reutilização indevida da imagem. Além de adquirir o direito a um
novo pagamento, pela reutilização, e lógico na venda para terceiros, o autor tem
direito a, no mínimo, 50% do valor original. Interferir na imagem vazando letras,
cortando, alterando, deformando, manipulando, acrescentando ou suprimindo através
de qualquer processo sem autorização do autor. Destruir ou sumir com originais é
ato criminoso independente de qualquer argumento, além de ferir a legislação,
provoca danos à memória nacional. Negar o crédito ao autor da imagem através
de manobras creditando-se a entidades, banco de dados, divulgação ou a arquivos
é crime, conforme a Lei de Direito Autoral.
- O que caracteriza o plágio?
Segundo o dicionário Aurélio, plágio é "Assinar ou apresentar como seu, a obra
artística ou científica de outrem". A etimologia da palavra ilustra claramente seu
significado na nossa profissão: vem do grego (através do latim) plagios, que significa
"trapaceiro", "oblíquo". Uma imagem reconhecível, mesmo dentro de outra, mesmo
alterada, editada ou digitalizada, apresentada de forma reconhecível, é considerada
como plágio, e seus direitos podem ser requeridos pelo legítimo autor a qualquer
tempo. A este tipo de violação de Direitos cabe o ressarcimento financeiro pela
publicação não autorizada, 100% (ou mais) a título de multa, e outro montante por
danos morais.
- Quanto tempo se passa até uma obra se tornar de domínio público?
Toda obra artística cai em domínio público setenta anos depois da morte do autor.
Até que isto aconteça, os direitos patrimoniais pertencem a seus herdeiros. Os direitos
morais jamais deixarão de ser do autor.
- O que é a Convenção de Berna, e o que ela tem a ver com a Legislação brasileira?
No final do século 19, a revolução industrial começou a tomar forma, e surgiu a
preocupação dos inventores e dos artistas em preservar a propriedade de suas obras
artísticas.
Com a industrialização e a conseqüente possibilidade de reprodução das obras em
grande escala, os autores (e certamente antes destes, os reprodutores - precursores
das editoras) perceberam que o comércio de livros, partituras, esculturas, etc, poderia
ser uma grandiosa fonte de renda. Isto não mudou muito de lá para cá, mas voltemos
aos fatos históricos.
56
Era preciso criar algum mecanismo de incentivo aos criadores artísticos, para que
se motivassem a produzir suas obras, até mesmo porque, sem a criatividade destes,
os reprodutores não poderiam obter os lucros que almejavam.
A participação do autor no resultado de seu trabalho pareceu uma coisa tão necessária
e justa que em setembro de 1886, se realizou em Berna, na Suíça, a Primeira
Convenção Internacional sobre Direitos do Autor de Obras Literárias e Artísticas,
onde se assinou o primeiro acordo internacional de proteção aos direitos autorais.
Durante mais de um século, os termos desse acordo, que é hoje assinado por
praticamente todos os países do mundo, vêm sendo aperfeiçoados. A Convenção de
Berna já sofreu cerca de dez complementações ou emendas, mas manteve sempre
o ideal de proteger as criações do espírito humano. Pela Convenção, o Direito Autoral
é um bem inalienável decorrente da criação de obras do espírito humano.
O Brasil é signatário e, com base nesse acordo, tem a sua própria legislação.
A Lei de Direito Autoral nº 9.610, de 19/02/1998, regula o Direito Autoral no país.
As idéias básicas dessa Lei são as seguintes:
- Obras intelectuais são as criações do espírito de qualquer modo exteriorizadas.
- O autor é sempre pessoa física, e os direitos autorais são bens móveis.
- Pertencem ao autor os direitos morais e patrimoniais sobre a obra por ele criada.
- Os direitos morais são inalienáveis e irrenunciáveis.
- Cabe ao autor o direito exclusivo de utilizar, fruir e dispor de sua obra e depende
de sua autorização a reprodução parcial ou integral, a adaptação, a tradução, a
inclusão em outras mídias, a distribuição, a utilização mediante reprodução, exposição,
etc.
- No exercício do direito de reprodução, o autor poderá colocar à disposição do
público a obra, na forma, local e pelo tempo que desejar, a título oneroso ou gratuito,
de acordo com sua vontade.
- Ninguém pode reproduzir ou modificar a obra sem autorização do autor.
57
9- AUTORES
Este Guia é composto por uma série de textos escritos exclusivamente para este
fim, somados a alguns textos já existentes e outros adaptados especificamente
para o ilustrador.
O idealizador deste projeto é Ricardo Antunes http://www.ricardoantunes.com,
ilustrador de São Paulo, com mais de 25 anos de carreira (na data deste guia,
em 2007), foi professor na Escola Panamericana de Arte e desde 1990 divide a
sua vida, seu estúdio e suas ilustrações entre São Paulo e Lisboa/Portugal.
Uma pequena parte deste guia é uma adaptação do "Manual do Estagiário"
http://www.clubedecriacao.com.br/manualdeestagiario
sendo este escrito por Eugênio Mohallem, diretor de criação e presidente da
agência Fallon - http://fallon.com.br. É um dos redatores mais premiados de toda
a história do Anuário do Clube de Criação de São Paulo. Eugênio cedeu o texto
original para que usássemos uma parte dele, adaptando ao mercado de ilustração.
Um grupo de colegas ilustradores teve a paciência de participar deste guia lendo,
fazendo revisões, acréscimos, mudanças ou dando opiniões, e são eles:
- Angelo Shuman - http://www.shuman.com.br
- Benício - http://www.jlbenicio.com.br
- Eduardo Schaal - http://www.eduardoschaal.com
- Gonzalo Cárcamo - http://50.sites.uol.com.br
- José Alberto Lovetro / JAL - http://www.jalcartoon.nafoto.net
- Kako - http://www.kakofonia.com
- Montalvo Machado - http://www.montalvomachado.com.br
- Mozart Couto - http://www.mozartcouto.com.br
- Orlando Pedroso - http://www.orlandopedroso.com.br
- Rogerio Vilela - http://www.fabrica.art.br
A parte jurídica foi revisada pelo Dr. Eduardo Pimenta, um dos três mais importantes
advogados especializados em direito autoral do Brasil - sallespimenta@yahoo.com
O texto “Diálogo 1”, da página 32, foi uma participação especial do ilustrador
Newton Verlangieri - http://www.perfecta.art.br
O texto “Diálogo 2”, da página 34, foi uma participação especial do ilustrador
Mário Mancuso - http://www.mariomancuso.com.br
O Guia também foi avaliado pelas seguintes entidades, dando assim o aval
necessário para que o guia seja encarado de forma séria e profissional por todos:
- Ilustrasite - Fórum de ilustradores do Brasil - http://br.groups.yahoo.com/group/ilustrasite
- SIB - Sociedade dos Ilustradores do Brasil - http://www.sib.org.br
- ACB - Associação dos Cartunistas do Brasil - http://www.hqmix.com.br

10- AGRADECIMENTOS
É a hora do confete!
Agradecimento ao Clube de Criação de São Paulo - http://www.ccsp.com.br - pela
ajuda extremamente rápida e atenciosa em nos colocar em contato com o Eugênio
Mohallem.
Um agradecimento especial ao próprio Eugênio, autor do texto original de onde
foi retirado uma parte do texto para este Guia, e dono também de uma generosidade
enorme sem o qual esse Guia teria alguma dificuldade em sair do primeiro
parágrafo. Com ele os ilustradores ficarão em dívida por um bom tempo.
Agradecimento também aos 10 ilustradores que aceitaram o convite para fazerem
uma revisão final do texto: Angelo Shuman, Benício, Eduardo Schaal, Gonzalo
Cárcamo, José Alberto Lovetro/JAL, Kako, Montalvo Machado, Mozart Couto,
Orlando Pedroso e Rogério Vilela, e pela enorme paciência com os numerosos emails
que eu mandava sem parar. São10 extraordinários profissionais e 10 grandes
amigos.
Um agradecimento também ao Dr. Eduardo Pimenta, um dos mais respeitados
advogados do Brasil, que contribuiu tornando o Guia em um documento de respeito
jurídico.
Agradeço também à Newton Verlangieri e Mário Mancuso pelos textos cedidos.
E um agradecimento pessoal e saudoso a uma pessoa que aparentemente não
tem nada a ver com ilustração: Pietro Maria Bardi, a principal figura que ajudou
a organizar e fundar o Museu de Arte de São Paulo - MASP, e seu mais ilustre e
respeitado diretor durante décadas.
O velho Bardi tinha um respeito e uma admiração toda especial pelo ilustrador -
onde respeitosamente sempre tratava por "artista-ilustrador" e durante vários anos
no final da sua gestão cedeu um gigantesco espaço no MASP para exposição de
ilustradores. Grande homem...
Este guia foi desenvolvido entre Fevereiro e Maio de 2007 depois de numerosas
conversas entre centenas de ilustradores, surgindo a sugestão de algo que pudesse
unir e ajudar os profissionais da área. Espero que este Guia cumpra este papel.
Maio de 2007
Ricardo Antunes

11- DIREITOS DE REPRODUÇÃO
Esta obra pode ser copiada, impressa, publicada, postada, distribuída e divulgada
livremente, desde que seja na íntegra, gratuitamente, sem qualquer alteração,
edição, revisão ou cortes, juntamente com os créditos aos autores e co-autores.
60
12- ÍNDICE
Prefácio ........................................................................................... pag. 2
Atualizações ..................................................................................... pag. 2
Capítulo 1 - INTRODUÇÃO
Capítulo 1 - Introdução ...................................................................... pag. 3
Capítulo 2 - O QUE É ILUSTRAÇÃO?
Capítulo 2 - O Que É Ilustração? ........................................................ pag. 4
Capítulo 3 - GUIA DO ILUSTRADOR
Capítulo 3 - O Princípio da Vida ......................................................... pag. 5
Capítulo 3 - Com Um Pé nas Artes ...................................................... pag. 5
Capítulo 3 - Nivelando Por Cima ........................................................ pag. 5
Capítulo 3 - Do Iniciante ao Estrelato ................................................... pag. 6
Capítulo 3 - Primeiro e Fundamental Mandamento do Ilustrador Iniciante .......... pag. 6
Capítulo 3 - Já Preparei o meu Portfolio. Posso ir em Frente? .................. pag. 6
Capítulo 3 - Existe Vida Antes do Portfolio? .......................................... pag. 6
Capítulo 3 - Preparando o Portfolio ..................................................... pag. 7
Capítulo 3 - Pecado Mortal ................................................................ pag. 7
Capítulo 3 - Cuidado com Portfolio Folclórico ....................................... pag. 7
Capítulo 3 - A Importância da Primeira Ilustração ................................. pag. 8
Capítulo 3 - Uma Dica Bacana ........................................................... pag. 9
Capítulo 3 - Uma Dica Mais Bacana Ainda .......................................... pag. 9
Capítulo 3 - Peças Polêmicas e Outras Esquisitices ................................ pag. 9
Capítulo 3 - E Finalmente: .................................................................. pag. 9
Capítulo 3 - Resumindo ....................................................................... pag. 10
Capítulo 3 - Durante a Entrevista: Comporte-se. Você Está Sendo Observado .... pag. 11
Capítulo 3 - Mostrei a Pasta para Todo Mundo e não Conseguí Nada .... pag. 11
Capítulo 3 - Continuo na Mesma, Mostrei o Portfolio e Não Conseguí Nada .. pag. 12
Capítulo 3 - Há Coisas Que Não se Esquece, Seja Profissional .............. pag. 12
Capítulo 3 - Conseguí Um Trabalho. E Agora? ..................................... pag. 13
Capítulo 3 - Segundo e Fundamental Mandamento do Ilustrador ............ pag. 14
Capítulo 3 - E com o Resto do Pessoal? ............................................... pag. 15
Capítulo 3 - Anuários e Livros de Ilustração .......................................... pag. 15
Capítulo 3 - Cultura Geral .................................................................. pag. 15
Capítulo 3 - Cultura Inútil ................................................................... pag. 16
61
Capítulo 3 - Prá Que Tanta Cultura? Eu Quero é Desenhar .................... pag. 16
Capítulo 3 - Situações a se Evitar a Todo Custo .................................... pag. 16
Capítulo 3 - Muito Empenho no Começo .............................................. pag. 17
Capítulo 3 - Recebí uma Proposta Melhor de Outro Cliente .................... pag. 17
Capítulo 3 - Só me Dão Trabalhos Chatos. O Que Eles Pensam Que Sou? ..... pag. 18
Capítulo 3 - Uma Palavra de Consolo aos Eternos Reclamões ............... pag. 18
Capítulo 3 - Palavras Finais ............................................................... pag. 18
Capítulo 3 - Por Fim .......................................................................... pag. 19
Capítulo 4 - GUIA TÉCNICO
Capítulo 4 - As Ferramentas ............................................................... pag. 20
Capítulo 4 - Material Tradicional ....................................................... pag. 20
Capítulo 4 - Material Digital .............................................................. pag. 20
Capítulo 4 - Não Entendí Nada, Afinal Eu Devo Usar Material ............. pag. 21
Capítulo 4 - Não Vejo a Hora de Ilustrar, Mas Quais Sãos as Áreas? .... pag. 22
Capítulo 5 - ORGANIZAÇÃO E TRABALHO
Capítulo 5 - Começando na Vida ........................................................ pag. 23
Capítulo 5 - Evite Nota Comprada ...................................................... pag. 23
Capítulo 5 - Investindo na Empresa ..................................................... pag. 24
Capítulo 5 - Contador, o Seu Melhor Amigo ........................................ pag. 24
Capítulo 5 - Saiba Ser Organizado. Tempo é Dinheiro .......................... pag. 25
Capítulo 5 - Criando Um Cronograma ................................................. pag. 25
Capítulo 5 - Eu.com ........................................................................... pag. 26
Capítulo 5 - E o Blog? ....................................................................... pag. 27
Capítulo 5 - Identidade Visual ............................................................ pag. 27
Capítulo 5 - Concursos ...................................................................... pag. 28
Capítulo 5 - Voltando ao Tema da Saúde ............................................. pag. 28
Capítulo 5 - Como Negociar .............................................................. pag. 29
Capítulo 5 - Pequenas Dicas, Grandes Negócios .................................. pag. 29
Capítulo 5 - Etapas ........................................................................... pag. 31
Capítulo 5 - Aprenda a Negociar ....................................................... pag. 31
Capítulo 5 - Diálogo 1 ....................................................................... pag. 32
Capítulo 5 - Diálogo 2 ....................................................................... pag. 34
62
Capítulo 6 - DOCUMENTOS DE IMPORTÂNCIA
Capítulo 6 - O Mundo Gráfico da Informática ...................................... pag. 35
Capítulo 6 - Documentos de Orientação Profissional - SIB ...................... pag. 35
Capítulo 6 - Tabela de Preços ............................................................. pag. 35
Capítulo 6 - Graphic Artist Guild ........................................................ pag. 35
Capítulo 6 - Proposta de Valor ............................................................ pag. 36
Capítulo 6 - Orçamento ..................................................................... pag. 36
Capítulo 6 - Contrato ......................................................................... pag. 37
Capítulo 6 - Artigo 49 ....................................................................... pag. 38
Capítulo 6 - O Motivo da Cláusula Especial ......................................... pag. 39
Capítulo 6 - Carta de Acordo ............................................................. pag. 40
Capítulo 7 - LINKS DE IMPORTÂNCIA
Capítulo 7 - Entidades e Empresas ...................................................... pag. 42
Capítulo 7 - Escolas e Equipamentos ................................................... pag. 44
Capítulo 7 - Ilustrações 3D ................................................................. pag. 46
Capítulo 7 - Ilustradores Brasileiros ..................................................... pag. 47
Capítulo 7 - Ilustradores Internacionais ................................................ pag. 48
Capítulo 8 - FAQ / PERGUNTAS MAIS FREQUENTES
Capítulo 8 - Por que trabalhar com contrato ......................................... pag. 51
Capítulo 8 - Nota Fiscal ou Recibo de Pagamento Autônomo? ............... pag. 51
Capítulo 8 - Por que abrir firma e manter contador? ............................. pag. 51
Capítulo 8 - Por que usar boleto bancário ............................................ pag. 51
Capítulo 8 - Por que limitar o uso das imagens? ................................... pag. 51
Capítulo 8 - Por que meus clientes insistem para que eu assine seus contratos ... pag. 52
Capítulo 8 - Por quê devo recusar contratos prontos? ............................ pag. 52
Capítulo 8 - Como proceder a uma quebra contratual? ......................... pag. 52
Capítulo 8 - Como proceder a um litígio sem contrato? ......................... pag. 52
Capítulo 8 - Como proceder ao encontrar minha imagem utilizada sem .. pag. 53
Capítulo 8 - Como se proteger de plágio na web? ............................... pag. 53
Capítulo 8 - Como proceder a um contrato assinado, em que fui prejudicado? .. pag. 53
Capítulo 8 - Como proteger direitos autorais sobre rascunhos e layouts ... pag. 53
Capítulo 8 - O que é direito autoral, direito moral, direito patrimonial? .. pag. 53
Capítulo 8 - Qual a diferença entre autoria e titularidade? .................... pag. 54
63
Capítulo 8 - Como registrar propriedade intelectual? ............................. pag. 54
Capítulo 8 - A quem recorrer em caso de litígio comercial? ................... pag. 54
Capítulo 8 - Como produzir um CCDA complexo? ................................ pag. 54
Capítulo 8 - Ilustrador é autor? ........................................................... pag. 54
Capítulo 8 - O cliente quer ficar com a arte original. O que fazer? ........ pag. 54
Capítulo 8 - Como vender uma imagem? ............................................. pag. 55
Capítulo 8 - Como autorizar a publiação de uma imagem? ................... pag. 55
Capítulo 8 - Como compor os valores para um orçamento de ilustração? .. pag. 55
Capítulo 8 - A editora não me paga se eu não ceder integralmente ........ pag. 55
Capítulo 8 - Como proceder se a minha imagem foi publicada sem crédito? .. pag. 55
Capítulo 8 - Em qual tribunal se deve entrar com a ação? ..................... pag. 56
Capítulo 8 - Quais as violações dos Direitos Autorais mais frequentes? ... pag. 56
Capítulo 8 - O que caracteriza o plágio? ............................................ pag. 56
Capítulo 8 - Quanto tempo se passa até uma obra se tornar de domínio ... pag. 56
Capítulo 8 - O que é a Convenção de Berna? ................................. ... pag. 56
Capítulo 9 - AUTORES
Capítulo 9 - Autores .......................................................................... pag. 58
Capítulo 10 - AGRADECIMENTOS
Capítulo 10 - Agradecimentos ............................................................ pag. 59
Capítulo 11 - DIREITOS DE REPRODUÇÃO
Capítulo 11 - Direitos de Reprodução .................................................. pag. 60
Capítulo 12 - ÍNDICE
Capítulo 12 - Índice .......................................................................... pag. 61

Nenhum comentário:

Postar um comentário